11/04/2005

Fumaça branca e sinos indicam início de um novo papado

da Folha Online

AP

Interior da Basílica de São Pedro

Pela primeira vez, o anúncio da escolha do novo papa será feito ao mundo também ao som dos sinos da basílica de São Pedro. Até o último conclave, que escolheu o papa João Paulo 2º, em 1978, o anúncio era feito apenas pela tradicional fumaça branca na capela Sistina, onde ocorre a votação.

O objetivo, segundo autoridades, é evitar confusões entre os fiéis e a imprensa, que nos últimos conclaves tiveram dificuldade em decifrar se a fumaça que saía da capela Sistina era branca, o que confirma a escolha do novo papa, ou preta, o que indica que os cardeais ainda não chegaram a um nome.

O processo e os rituais de eleição do papa, no entanto, não sofreram grandes mudanças desde o século 17. Desde então, o conclave tem início com uma missa na catedral de São Pedro.

Na celebração, os cardeais têm de fazer voto de segredo sobre o pleito. As salas em que os religiosos votantes se recolhem durante todo o período eleitoral são examinadas para detectar possíveis microfones.

As entradas são seladas e as cortinas, fechadas. O voto deve ser totalmente secreto.

De acordo com as regras do Vaticano em 1978, para a nomeação, o novo papa deveria obter dois terços dos votos mais um. Se depois de 30 escrutínios um cardeal não chegasse a esse número, seria eleito aquele que atingisse a metade dos votos mais um. João Paulo 2º obteve 99 dos 108 votos permitidos.

AP

Altar da Capela Sistina; por cima, o Julgamento Final, de Michelangelo

Hoje, no entanto, o método foi modificado. A escolha é feita por maioria absoluta, ou seja, pela metade dos votos mais um.

Tradicionalmente, os cardeais depositam os seus votos no cálice sagrado, sobre o altar da capela. Depois de cada sessão, os papéis são queimados, indicando ao povo, de acordo com a cor da fumaça, o resultado da eleição.

Se o pleito não for conclusivo, uma substância química é adicionada aos papéis para que eles produzam uma fumaça negra ao serem queimados.

Quando os cardeais chegam a uma conclusão, o mais velho deles é encarregado de perguntar ao eleito se ele aceita o cargo.

Com a resposta afirmativa, os papéis são queimados novamente e a praça do Vaticano é tomada por uma fumaça branca, que neste ano será acrescida do som dos sinos.

Especial

Leia o que já foi publicado sobre o ritual de eleição do papa