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Sucessão no Vaticano
18/04/2005

Bernardin Gantin foi um dos poucos negros na história do Vaticano

da Folha Online

Por anos Bernardin Gantin foi considerado o sucessor do papa João Paulo 2º. Hoje, porém, às vésperas de completar 83 anos, é um dos candidatos menos prováveis por causa da idade. Prefeito emérito da Congregação para os Bispos e presidente emérito da Comissão Pontifícia para América Latina, o religioso poderia ter se tornado o primeiro papa negro da história da igreja.

Nascido em 8 de maio de 1922, em Toffo, em Benin, na África Ocidental, o cardeal, ordenado padre em 1951, era um dos amigos mais próximos de João Paulo 2º . O significado forte de seu nome --Gan é árvore e Tin é ferro--foi uma homenagem dada por seu pai, um homem bastante simples que ganhava a vida como ferroviário. Desde a infância, gostava de ajudar os outros, por isso entrou para o seminário aos 14 anos. Na juventude, estudou na Pontifícia Universidade Urbaniana, em Roma.

Em 1956, o religioso foi escolhido pelo papa Pio 12 para o cargo de bispo auxiliar de Cotonou, em Benin. Ele tornou-se um dos bispos mais jovens do mundo, pois assumiu o cargo com 34 anos. Em 1960, durante o pontificado do papa João 23, foi ordenado arcebispo de Cotonou.

Gantin passou mais de 31 anos de sua vida no Vaticano, por 15 anos ele atuou na Congregação de Bispos e por quase uma década no Colégio de Cardeais.

Devido à idade, ele apresenta alguns problemas de saúde o que lhe tirou um pouco da força para trabalhar. Nos últimos anos, ele vivia em um pequeno apartamento próximo a Basílica de São Pedro. Em maio de 2000, ele chegou a pedir ao papa a sua aposentadoria, que foi aceita.

Experiente, o religioso acompanhou quatro papas diferentes. Conhecido por sua introspeção, o cardeal africano sempre foi avesso a entrevistas. Uma das decisões mais difíceis de sua carreira aconteceu em julho de 1988, quando juntamente com o cardeal Ratzinger, teve de assinar um documento excomungando o arcebispo Marcel Lefebvre, que nomeou quatro bispos sem a autorização do papa. Gantin era próximo ao religioso, que tinha um forte papel na evangelização de fiéis em países africanos de língua francesa. Ele sempre teve a esperança de que Lefebvre fizesse as pazes com a Igreja Católica. Durante a crise, Gantin tentou, porém em vão, fazer com que o colega não abrisse um seminário em Econe, na Suíça.

Sempre lutou pelo fim de uma série de problemas na África, entre eles, o avanço da Aids. Participou de reunião com os governos locais. Em sua opinião, a abstinência sexual ainda é a melhor forma de prevenção da doença. Também entrou em conflito com Mathieu Kerekou, chefe do governo marxista de Benin, quando foram presos uma série de padres e a educação religiosa foi proibida.

Sempre defendeu a tese de que os bispos, salvo raras exceções, deveriam permanecer para sempre em sua diocese, um forma de evitar o carreirismo.

Considerado um bom administrador, Gantin representa a ala conservadora da igreja e é bem próximo da Opus Dei, movimento católico laico conservador fundado na Espanha em 1928. Nunca desejou que João Paulo 2º renunciasse. É dele uma frase famosa no Vaticano: "Papas nunca se aposentam".

     

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