12/08/2006
Lembrado como patriarca de uma família tradicional e religiosa, classificado como bom moço católico e controlado, que se eximia de palavras mais fortes até mesmo contra inimigos --daí o apelido dado pelo colunista da Folha de "picolé de chuchu", algo insosso--, Geraldo Alckmin, 53, definitivamente resolveu temperar sua receita. Ele não esconde o objetivo da nova postura: chegar ao Palácio do Planalto. Desde que se lançou pré-candidato ao cargo pelo PSDB, acionou o gatilho contra Lula e seu governo.
Católico praticante (mantinha uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no gabinete e em todos os cômodos do Palácio dos Bandeirantes), Alckmin é considerado mais conservador que os principais fundadores do PSDB (FHC, Mario Covas e Franco Montoro), o que ele nega. O governador se defende afirmando que prefere a ação à retórica. Político metódico, que gosta de ser visto como gerente.
Alckmin, que comandou até março de 2006 um dos Estados mais importantes do país, está na política desde os 19 anos, mas entrou para a vida pública por acaso.
Nascido em Pindamonhangaba, Alckmin ainda cursava medicina em Taubaté quando, em 1972, o presidente do MDB da cidade foi à instituição filiar um amigo dele. Alckmin aproveitou a ocasião e se filiou também. Seu pai, que tinha militado na conservadora UDN, acabou não se opondo ao ingresso do filho na oposição ao regime. Ele assinou sua ficha de filiação em 14 de agosto de 1972 e, tempos depois, quando um colega desistiu em concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal, Alckmin resolveu disputar o cargo. Venceu a eleição como o vereador mais votado na história da cidade --1.447 votos, mais de 10% dos votos válidos.
Em 1976, com apenas 23 anos, foi eleito prefeito de Pindamonhangaba. Assumiu em 1977, último ano da faculdade, e exerceu mandato de seis anos. À época, recebeu acusações de nepotismo por nomear como chefe de gabinete seu pai, o veterinário Geraldo José Rodrigues Alckmin, que morreu em 1998, aos 85 anos.
Depois disso, a carreira política do então médico aconteceu rapidamente. Em 1982, elegeu-se deputado estadual e, em 86, foi eleito deputado federal pelo PMDB. Foi vice-líder da bancada do partido na Assembléia Nacional Constituinte. Por lá, apresentou o primeiro projeto do Código de Defesa do Consumidor e da lei sobre doação e transplante de órgãos.
Posteriormente, em 1990, foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB. Ainda em 1990, Alckmin foi reeleito deputado federal por São Paulo como o quarto mais votado.
Em 1991, foi eleito presidente do PSDB paulista após forçar a desistência de Sérgio Motta (aliado de FHC). Saiu pelo interior fundando diretórios e atraindo aliados. Esse trabalho chamou a atenção de Covas, que em 1994 o escolheu para ser seu vice na disputa pelo governo de São Paulo.
Em 2000, Alckmin tentou chegar à Prefeitura de São Paulo, o que não ocorreu. Em janeiro de 2001, o tucano assumiu interinamente o governo do Estado de São Paulo, após afastamento médico de Mário Covas. Nas eleições de 2002, com bons índices de aprovação à sua gestão (56% de aprovação em outubro de 2002), foi reeleito governador derrotando José Genoino (PT) no segundo turno com 12.008.819 votos (58,6% dos votos válidos).
Família
Em toda sua trajetória, Alckmin sempre teve amplamente, dentro e fora da campanha, o apoio da mulher, Maria Lúcia, mais conhecida apenas como Lu Alckmin. Eles se conheceram em um baile e casaram em 1979, após a anulação de um casamento anterior de Maria Lúcia.
Como primeira-dama de São Paulo, dona Lu, como costuma ser chamada, atrai o foco por ser bonita e carismática. Sua atuação à frente do Fundo Social de Solidariedade rendeu até um livro, "Seis Lições de Solidariedade". Escrito pelo então secretário de Educação de Alckmin, por Gabriel Chalita, o texto mistura histórias da vida pessoal de Lu Alckmin com ações sociais desenvolvidas pelo Fundo.
Também contribui para manter os holofotes da mídia voltados ao político a filha do casal, Sophia. Figura disputa pelas colunas sociais, a moça nunca mais teve sossego depois que virou vendedora da conhecida loja Daslu.
Além das mulheres de sua vida, é alvo da imprensa a suposta ligação de Alckmin à Opus Dei. O pai dele, simpático ao grupo, chegou a pedir ao filho, em 1978, que batizasse uma das ruas de Pindamonhangaba com o nome do fundador da organização. O governador nega ter vínculos com a Opus Dei: diz que apenas um tio (já morto) e uma prima integraram a entidade.
Com Folha de S.Paulo
Candidatos - Presidente - Geraldo Alckmin
Presidente |
Senador |
Governador |
Deputado Estadual |
Deputado Federal
Candidatos envolvidos com escândalos
Candidatos envolvidos com escândalos
Nascimento: 07/11/1952, em Pindamonhangaba (SP) Profissão: médico, com especialização em anestesiologia Estado Civil: Casado com Maria Lúcia Alckmin desde 1979 Filhos: Sophia, 26, Geraldo, 25, e Thomaz, 23 Partido: PSDB |
CONTRA X A FAVORPena de morteContra Descriminalização da maconha Contra Adoção por casais homossexuais A favor Serviço militar obrigatório Contra Experiências com clones humanos Contra Eutanásia em casos terminais Contra Esmolas A favor Acredita em Deus? Sim |
Católico praticante (mantinha uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no gabinete e em todos os cômodos do Palácio dos Bandeirantes), Alckmin é considerado mais conservador que os principais fundadores do PSDB (FHC, Mario Covas e Franco Montoro), o que ele nega. O governador se defende afirmando que prefere a ação à retórica. Político metódico, que gosta de ser visto como gerente.
Alckmin, que comandou até março de 2006 um dos Estados mais importantes do país, está na política desde os 19 anos, mas entrou para a vida pública por acaso.
Nascido em Pindamonhangaba, Alckmin ainda cursava medicina em Taubaté quando, em 1972, o presidente do MDB da cidade foi à instituição filiar um amigo dele. Alckmin aproveitou a ocasião e se filiou também. Seu pai, que tinha militado na conservadora UDN, acabou não se opondo ao ingresso do filho na oposição ao regime. Ele assinou sua ficha de filiação em 14 de agosto de 1972 e, tempos depois, quando um colega desistiu em concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal, Alckmin resolveu disputar o cargo. Venceu a eleição como o vereador mais votado na história da cidade --1.447 votos, mais de 10% dos votos válidos.
Em 1976, com apenas 23 anos, foi eleito prefeito de Pindamonhangaba. Assumiu em 1977, último ano da faculdade, e exerceu mandato de seis anos. À época, recebeu acusações de nepotismo por nomear como chefe de gabinete seu pai, o veterinário Geraldo José Rodrigues Alckmin, que morreu em 1998, aos 85 anos.
Depois disso, a carreira política do então médico aconteceu rapidamente. Em 1982, elegeu-se deputado estadual e, em 86, foi eleito deputado federal pelo PMDB. Foi vice-líder da bancada do partido na Assembléia Nacional Constituinte. Por lá, apresentou o primeiro projeto do Código de Defesa do Consumidor e da lei sobre doação e transplante de órgãos.
Posteriormente, em 1990, foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB. Ainda em 1990, Alckmin foi reeleito deputado federal por São Paulo como o quarto mais votado.
Em 1991, foi eleito presidente do PSDB paulista após forçar a desistência de Sérgio Motta (aliado de FHC). Saiu pelo interior fundando diretórios e atraindo aliados. Esse trabalho chamou a atenção de Covas, que em 1994 o escolheu para ser seu vice na disputa pelo governo de São Paulo.
Em 2000, Alckmin tentou chegar à Prefeitura de São Paulo, o que não ocorreu. Em janeiro de 2001, o tucano assumiu interinamente o governo do Estado de São Paulo, após afastamento médico de Mário Covas. Nas eleições de 2002, com bons índices de aprovação à sua gestão (56% de aprovação em outubro de 2002), foi reeleito governador derrotando José Genoino (PT) no segundo turno com 12.008.819 votos (58,6% dos votos válidos).
Família
Em toda sua trajetória, Alckmin sempre teve amplamente, dentro e fora da campanha, o apoio da mulher, Maria Lúcia, mais conhecida apenas como Lu Alckmin. Eles se conheceram em um baile e casaram em 1979, após a anulação de um casamento anterior de Maria Lúcia.
Como primeira-dama de São Paulo, dona Lu, como costuma ser chamada, atrai o foco por ser bonita e carismática. Sua atuação à frente do Fundo Social de Solidariedade rendeu até um livro, "Seis Lições de Solidariedade". Escrito pelo então secretário de Educação de Alckmin, por Gabriel Chalita, o texto mistura histórias da vida pessoal de Lu Alckmin com ações sociais desenvolvidas pelo Fundo.
Também contribui para manter os holofotes da mídia voltados ao político a filha do casal, Sophia. Figura disputa pelas colunas sociais, a moça nunca mais teve sossego depois que virou vendedora da conhecida loja Daslu.
Além das mulheres de sua vida, é alvo da imprensa a suposta ligação de Alckmin à Opus Dei. O pai dele, simpático ao grupo, chegou a pedir ao filho, em 1978, que batizasse uma das ruas de Pindamonhangaba com o nome do fundador da organização. O governador nega ter vínculos com a Opus Dei: diz que apenas um tio (já morto) e uma prima integraram a entidade.
Com Folha de S.Paulo