Brasil
11/09/2006

Candidatos - Presidente - Lula

Alan Marques/FI
Nome: Luiz Inácio Lula da Silva
Nascimento: 27/10/1945, em Garanhuns (PE)
Profissão: torneiro mecânico (curso técnico)
Estado Civil: casado com Marisa Letícia da Silva desde 1973. Foi casado com Maria de Lourdes da Silva, que morreu em 1970
Filhos: Marcos Cláudio, 35; Lurian, 33; Fábio Luiz, 32; Sandro Luiz, 27, e Luiz Cláudio, 21
Partido: PT

CONTRA X A FAVOR

Pena de morte
Contra
Descriminalização da maconha
A favor
Adoção por casais homossexuais
A favor
Serviço militar obrigatório
Contra
Experiências com clones humanos
Contra
Eutanásia em casos terminais
Decisão da família
Esmolas
Contra
Acredita em Deus?
Sim
A vida de migrante nordestino, as dificuldades do dia-a-dia enfrentadas por um menino pobre e sua família na cidade grande, a falta de escolaridade e até mesmo a aparência física --hoje mais lapidada em roupas bem cortadas e barba e cabelo aparados-- ajudaram Luiz Inácio Lula da Silva, 61, a chegar à Presidência da República. São estes mesmo aspectos que continuam a ajudar, atualmente, o filho nobre de Garanhuns (230 km a sudoeste de Recife) a ganhar fôlego para a reeleição.

A vinda para São Paulo aos 5 anos, quando migrou com os irmãos e a mãe, Eurídice, para Vicente de Carvalho, é história que Lula não se cansa de repetir nos discursos feitos pelo Brasil. A viagem de pau-de-arara durou 13 dias, período em que o presidente se alimentou de farinha, rapadura e queijo. No litoral, onde o pai, Aristides, já trabalhava na estiva do porto de Santos, vendia amendoim, tapioca e laranja para sobreviver.

Ao chegar a São Paulo, Lula começou a trabalhar, aos 12 anos, como engraxate e entregador de roupas em uma lavanderia. Em 1963, formou-se torneiro mecânico no Senai e, em 1964, transferiu-se à metalúrgica Aliança. Foi aí que perdeu o dedo mínimo da mão esquerda, em acidente.

Sindicalismo

A passagem da vida de operário para a de político aconteceu com a atividade sindical, para a qual entrou em 1966, por intermédio de seu irmão José Ferreira da Silva, o Frei Chico, militante do extinto Partido Comunista.

Em 1972, foi eleito primeiro-secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Em 1975, elegeu-se presidente da entidade. Lula compareceu à posse de terno, gravata e colete. O traje virou alvo de comentários. Nunca um sindicalista havia se vestido assim.

O gosto pela "beca" (palavra usada por Lula), aliás, nunca foi segredo. Em uma entrevista ao programa "Vox Populi", da TV Cultura, em maio de 1978, o então sindicalista disse que a classe trabalhadora não gosta de miséria e que tem o direito de consumir tudo o que produz. Mas foi durante a campanha presidencial de 2002 que Lula mudou radicalmente o visual: emagreceu, cortou o cabelo, aparou bastante a barba e passou a usar ternos de estilistas famosos.

No fim dos anos 70, apesar de negar pretensões políticas partidárias em constantes entrevistas que dava à imprensa, Lula começou a se firmar como líder social do país. A dedicação ao trabalho coincidiu com a morte de sua primeira mulher, Maria de Lourdes. Anos depois, Lula contou acreditar que sua vida tivesse acabado, e ganhou nova perspectiva com a atividade sindical.

Quando Lula ganhou espaço na vida sindical, o Brasil vivia sob o regime militar, e os sindicatos dos metalúrgicos do ABC desafiavam o poder constituído na luta por melhores salários. Eram movimentos de massa com piquetes nas ruas, assembléias em estádios de futebol e greves com prazos indeterminados.

Na paralisação de 1979, o sindicato de São Bernardo e Diadema sofreu intervenção do governo federal, e Lula foi destituído do cargo. Em 1980, mais de 100 mil trabalhadores aderiram ao que foi considerado pela imprensa na época de "a maior paralisação operária da história do sindicalismo brasileiro".

Lula e mais sete sindicalistas foram presos pelo Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social) como forma de pressionar a volta ao trabalho. Populares, então, foram às ruas pedir a libertação de Lula, solto após um mês de prisão. Foi nessa época que o sindicalista conheceu e passou a conviver com Tancredo Neves, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães e outras figuras de peso da política.

Política

"Ele tem agora um futuro político garantido e se elege tranqüilamente deputado ou senador", disse após a libertação de Lula o ex-secretário da Segurança Pública de São Paulo, Erasmo Dias, um dos personagens mais representativos da repressão política no regime militar em São Paulo. De fato, a carreira política já não tinha mais volta.

Em fevereiro de 1980, Lula participou da fundação do PT (Partido dos Trabalhadores), em São Paulo e, em 26 de maio, sua chapa foi eleita para comandar a executiva da sigla.

Em 1982, Luiz Inácio da Silva acrescentou o apelido "Lula" ao nome e disputou o governo de São Paulo. Foi depois disso que se engajou definitivamente, liderando o movimento Diretas Já com Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela e Franco Montoro.

Em 1986, foi eleito com a maior votação do país para a Assembléia Nacional Constituinte. Em 1989, disputou pela primeira vez à Presidência da República e foi derrotado por Fernando Collor de Mello no segundo turno.

Em 1994 e 1998 perdeu a eleição novamente, agora para Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A derrota no primeiro turno ocorreu apesar da implementação do popular projeto Caravana da Cidadania, série de viagens com o objetivo de conhecer os problemas do país e encontrar solução para eles. Em 2002, chegou à Presidência de República no dia que completou 57 anos de idade, derrotando o sucessor de FHC no cargo, José Serra.

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