Folha Online 
Dinheiro

Em cima da hora

Brasil

Mundo

Dinheiro

Cotidiano

Esporte

Ilustrada

Informática

Ciência

Educação

Galeria

Manchetes

Especiais

Erramos

BUSCA


CANAIS

Ambiente

Bate-papo

Blogs

Equilíbrio

Folhainvest em Ação

FolhaNews

Fovest

Horóscopo

Novelas

Pensata

Turismo

SERVIÇOS

Arquivos Folha

Assine Folha

Classificados

Fale com a gente

FolhaShop

Loterias

Sobre o site

Tempo

JORNAIS E REVISTAS

Folha de S.Paulo

Revista da Folha

Guia da Folha

Agora SP

Alô Negócios

Folhainvest
15/02/2006

Investimentos: O ganho fácil e seguro está diminuindo

Em 2006, mudanças no perfil da dívida pública e queda dos juros reduzirão os rendimentos da renda fixa

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem surfou no juro alto e acumulou ganho de 66% nos três anos de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, colocando o dinheiro em aplicações de curto prazo como fundos de renda fixa e DI, sem correr grandes riscos, prepare-se para novos tempos. O retorno seguro das aplicações financeiras está diminuindo.

Para preservar os ganhos do passado e manter uma boa rentabilidade daqui para a frente, o investidor terá de fazer novas escolhas, correndo mais riscos. A taxa básica de juro, a Selic, está em queda e deverá fechar o ano entre 14% e 15%, segundo as projeções dos analistas.

Ao mesmo tempo, o Tesouro Nacional começa a fazer uma importante mudança na composição da dívida pública, que afetará os fundos de investimento cujas carteiras estão fortemente lastreadas em títulos federais (DI e renda fixa). Essas mudanças estão ocorrendo em pleno ano eleitoral -que se segue a uma grave crise política, o que deverá azedar o tom da campanha. Por conta disso, espera-se alguma volatilidade nos mercados.

O governo pretende reduzir mais a parcela da dívida pública indexada à Selic, composta pelas LFTs (Letras Financeiras do Tesouro), que recheiam as carteiras dos fundos DI. Hoje esses papéis representam 51,8% do estoque total de títulos no mercado, que em dezembro do ano passado bateu em R$ 980 bilhões. O Tesouro quer reduzi-los para algo entre 39% e 48% da dívida, neste ano.

O objetivo é alongar o perfil da dívida e trocar parte dos títulos pós-fixados, que seguem a Selic, por prefixados de prazos mais longos e indexados a índices de preços, especialmente ao IPCA. "Esse é um processo. Dentro de três anos as LFTs representarão 20% a 25% do mix total de títulos no mercado e a dívida prefixada e indexada à inflação serão maioria", diz Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco.

Risco

Essa mudança do perfil da dívida pública terá implicações no mercado financeiro ainda neste ano, exigindo maior capacidade de gestão dos administradores de recursos e mais atenção e cuidado do investidor na hora de escolher onde pôr o seu dinheiro.

"Os gestores de renda fixa estão numa situação nova. Como as taxas de juro sempre foram altas no Brasil, eles compram títulos públicos pós-fixados ou prefixados de prazo curtinho e no fim do ano conseguem oferecer uma rentabilidade alta, sem muito esforço", diz Luiz Fernando Lopes, economista-chefe do banco Pátria.

Agora, para rentabilizar seus fundos e competir no mercado, os gestores terão de comprar títulos públicos que pagam juros prefixados, com prazos maiores de vencimento, e que devem ter um "prêmio" em relação aos papéis pós-fixados.

"Em um ano eleitoral, quando se espera mais volatilidade, trocar papéis pós-fixados por prefixados resulta em risco maior", afirma Marcelo Assalin, diretor da Sul América.

Pressão

Embora os grandes bancos reconheçam a importância da mudança na composição da dívida, a Folha apurou que eles vêm pressionando o Tesouro para emitir mais LFTs. A decisão do governo de não emitir esses papéis neste mês desagradou ao mercado.

"É saudável para o país mudar o perfil da dívida, mas é preciso um projeto de médio e longo prazo para fazer essa mudança de forma suave. O mercado não pode sofrer movimentos abruptos como a suspensão de novas emissões de LFTs em fevereiro", diz Assalin.

Para Aguinaldo Fonseca, diretor de fundo abertos de renda fixa do Banco Itaú, as mudanças devem afetar mais os cotistas de fundos de renda fixa e DI do que os gestores desses produtos. "Neste ano, eles vão perceber queda de rentabilidade das aplicações. Se o volume desses títulos for reduzido na proporção pretendida pelo Tesouro, eles renderão menos que a Selic", diz.

Os cotistas desses fundos sempre tiveram uma posição confortável: suas aplicações têm liquidez diária (podem sacar a qualquer momento), são remunerados à taxa de um dia (Selic) e ganham com o juro alto. Daqui para a frente será difícil manter todas essas vantagens. Alguns bancos já estudam a criação de fundos adaptados ao novo perfil da dívida pública, mas que terão prazo de carência para resgate.


     

Assine a Folha

Classificados Folha

CURSOS ON-LINE

Aprenda Inglês

Aprenda Alemão


Copyright Folha de S. Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).