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15/02/2006

Diversificação: CDB paga mais e compete com os fundos

Para sustentar a forte expansão do crédito neste ano, os bancos vão buscar dinheiro nos depósitos a prazo

EDSON PINTO DE ALMEIDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) voltaram a encontrar espaço na vitrine de ofertas das aplicações financeiras. Cresceram as emissões e, para disputar o dinheiro do investidor, os bancos estão oferecendo mais rentabilidade nesses papéis.

O volume total de recursos captados por CDBs saltou de R$ 125,5 bilhões, em 2004, para R$ 281 bilhões em 2005, segundo a Câmara de Custódia e Liquidação Cetip (leia quadro). A rentabilidade média ficou entre 75% e 90% do CDI para quantias pequenas e até 102% do CDI para aportes acima de 50 mil reais e prazo de aplicação acima de dois anos.

"O crescimento foi motivado pela necessidade dos bancos em buscar recursos para atender a expansão das operações de crédito", diz Fábio Euzébio, gerente executivo da área de investimentos de varejo do Banco do Brasil.

A emissão de CDBs deve se manter aquecida em 2006, aumentando a competitividade desse ativo em relação aos fundos de investimento. "As vantagens de captar recursos no mercado internacional desapareceram e os bancos passaram a buscar dinheiro no mercado interno, diz Fernando Meibak, CEO do HSBC Investments. Segundo ele, o aumento do consumo de bens duráveis vai continuar impulsionando as operações de crédito e a competição pelo dinheiro do aplicador.

O Banco do Brasil, por exemplo, espera engordar em 40% sua carteira de crédito que no último trimestre de 2005 somava R$ 18 bilhões. Para isso, o banco pretende entrar de forma agressiva no segmento de financiamento de veículos, atendendo quem não é cliente do banco. O volume de captação de CDBs no Banco do Brasil cresceu 35% em 2005.

No Itaú, a emissão de CDBs cresceu nove vezes em volume para clientes institucionais, cujas aplicações são superiores a R$ 200 mil. A carteira de crédito do banco, somando empréstimo pessoal e veículos cresceu 66% em 2005, totalizando R$ 19,8 bilhões em setembro.

Rentabilidade

Um dos fatores que fez o CDB oferecer uma remuneração atraente, até mesmo para pequenas quantias, foi a queda da rentabilidade dos títulos públicos, principal ativo das carteiras dos fundos. Segundo Paulo Vaz, diretor-executivo da Unibanco Asset Management (UAM), o governo vem reduzindo a emissão de títulos pós-fixados (LFTs) para melhorar o perfil da dívida pública. "A rentabilidade dos papéis públicos caiu de 115% do CDI para 100% do CDI em três anos". diz Meibak.

Para atrair o pequeno investidor, grandes bancos como Itaú e Unibanco deram nova roupagem ao produto para permitir aplicações a partir de R$ 100. Batizados de superpoupança, esses CDBs rendem ao aplicador, em média, menos de meio ponto percentual a mais do que a caderneta de poupança, e por isso são apresentados como alternativa de longo prazo.

A partir de outubro de 2004, quando foi criada a conta investimento, os CDBs ganharam competitividade. Como se trata de um depósito a prazo, com vencimento estipulado a partir de 30 dias, havia cobrança de CPMF a cada período, no momento do resgate. A conta investimento eliminou essa cobrança. "O governo derrubou esse muro, mas ergueu uma muralha com a introdução da tabela progressiva do Imposto de Renda", diz Vaz.

Isso significa que, para não perder a vantagem do fim da CPMF, o investidor precisa deixar o dinheiro aplicado por um prazo mais longo para cair na alíquota menor do Imposto de Renda (15%). Por essa razão, os bancos em geral alongaram os prazos dos CDBs para até cinco anos.

Diversificação

Mais do que concorrentes dos fundos de investimento os CDBs são vistos como uma alternativa de diversificação a longo prazo. Os próprios bancos não permitem que um produto canibalize o outro, observa o administrador independente de investimentos, Fábio Colombo. "A não ser para quantias acima de R$ 500 mil, a remuneração média dos CDBs equivale à de um fundo cuja taxa de administração seja de 3% a 4%", diz.

No Banco do Brasil, por exemplo, os CDBs de menor valor pagam entre 75% a 80% do CDI. "Aplicações acima de R$ 50 mil alcançam remuneração de 95% do CDI", informa Fábio Euzébio. No Itaú, onde a aplicação média de varejo em CDB é de R$ 26 mil, a remuneração foi, na média, de 90% do CDI, segundo Arthur Riedel, superintendente da área de estratégia e produtos do banco.

Para os bancos, captar recursos via CDB é vantajoso. Além do custo da operação ser relativamente baixo, os recursos que entram pelos CDBs podem ser empregados nas operações de crédito mais rentáveis, pois não são vinculados em sua destinação como a poupança, em que 65% do que é captado vai para o crédito imobiliário.

Antonio Carlos Ferreira Teixeira, superintendente-geral da Cetip acredita que a mudança da regra do CPMF que entra em vigor este ano, permitindo a migração de recursos entre aplicações sem cobrança da taxa, vai fazer com que a emissão de CDBs continue crescendo. "Com a queda dos juros e as altas taxas de administração dos fundos, os investidores institucionais devem aumentar a demanda pelo ativo", diz.


     

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