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15/02/2006

Onde investir: Juro em queda exige ousadia para ter ganhos

Economia melhorou e o risco país está recuando; ambiente atual favorece aplicações em renda variável

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

FRASES

O juro em dólar recuou muito e a taxa interna ainda não caiu proporcionalmente. Há espaço para uma queda violenta
PAULO TENANI
estrategista-chefe do UBS Welth Management


As pessoas terão de ir para fundos de renda fixa de prazo mais longo, aplicar em Bolsa e vigiar a alocação dos seus recursos
WALTER MUNDEL
consultor de "family office"
Juros em queda, câmbio valorizado, Bolsa em alta: saia das aplicações indexadas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), o referencial da renda fixa, fuja do dólar e vá para ativos de maior risco. Você já ouviu isso antes - e mais de uma vez.

Mas aí veio uma crise externa, um solavanco cambial, uma eleição turbulenta e tudo voltou a ser como antes: juro na estratosfera e gordos rendimentos na sombra do CDI. Será que desta vez vai?

Duas questões fundamentais -que não existiam nas tentativas anteriores de redução da Selic neste governo e no anterior- farão a diferença, segundo Paulo Tenani, estrategista-chefe do UBS Welth Management.

A primeira: os juros globais permanecerão baixos em 2006 e 2007, devido à desaceleração da economia mundial. "A taxa de juro internacional é a variável à qual o Brasil sempre foi mais sensível", observa Tenani.

Segundo ele, com a taxa de dez anos dos títulos americanos inferiores a 5% ao ano, o chamado Risco Brasil pode cair abaixo dos 250 pontos. Risco Brasil é o diferencial de juro que o país paga, acima da taxa americana, para captar recursos no mercado internacional. "É esse movimento que permitirá derrubar a taxa de juro real interna", acrescenta.

É aí que entra a segunda diferença entre o momento atual e as tentativas anteriores de redução dos juros internos. Nos últimos anos, o Brasil pagava 13,5% de juros ao ano, em dólar, nos títulos da dívida externa soberana, enquanto a Selic girava em torno de 18,25% ao ano (média histórica desde 1999).

Hoje, o país paga 6,7% ao ano de juros em dólar e o juro doméstico está em 17,25% ao ano. "O juro em dólar recuou muito e a taxa interna ainda não caiu proporcionalmente. Há espaço para uma queda violenta", afirma Tenani.

A projeção do UBS é que neste ano a Selic caia para 14%, até dezembro, recuando para 10% no final de 2007. Isso equivaleria a um juro real de 6% ao ano (descontada a inflação) daqui a dois anos. "Os fundamentos da economia melhoraram e o risco-país recuou muito. A taxa Selic só não cairá mais em 2006 porque é um ano eleitoral, com alguma volatilidade política", diz o analista.

O que pode turvar o cenário positivo traçado pela maioria dos analistas é setor externo. "A economia mundial vive um grande risco: o petróleo", observa o consultor de "family office (gestão de fortunas), Walter Mundel.

Ele lembra que a dependência mundial do óleo diminuiu desde os anos 70, "mas se o preço bater em US$ 70 vai drenar a economia americana e pode levar a economia mundial a crescer muito menos, ou mesmo estagnar". O petróleo fechou na sexta-feira cotado a US$ 62, na Bolsa de Nova York.

Teste o risco

Para quem não está acostumado com aplicações mais voláteis (que oscilam para cima e para baixo) André Oda, supervisor do Laboratório de Finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração, da USP), recomenda alocar uma parcela pequena dos recursos nos fundos livres (que inclui os renda fixa alavancados e os multimercados) e observar o comportamento que eles tiveram em momentos de crise.

Hugo Penteado, economista-chefe do ABN Amro Asset Management, recomenda ao investidor apostar na queda dos juros. "Aplique parte dos recursos em fundos de renda fixa prefixados e escolha um gestor bom em operar curva de juros, ou seja, aquele que tem um bom histórico de rentabilidade nesse tipo de fundo", diz.

A maioria dos gestores, entretanto, recomenda não ir com muita sede ao pote. "O investidor deve ir recompondo seu portfólio aos poucos. Quem está 100% aplicado em fundo DI, pode sacar 30% e aplicar um pouco em fundo de renda fixa prefixado, outro tanto em um fundo indexado ao IPCA e em fundo de ações", diz Charles Ferraz, sócio-gerente do BankBoston Asset Management.

Para ele, aplicar em fundos de investimento que têm títulos indexados à inflação na carteira é uma "ótima opção". "Eles cobrem a inflação e pagam uma taxa de juro real. Já o consultor Mundel recomenda ao investidor ir para fundos de renda fixa de prazo mais longo e aplicar mais em Bolsa. "As pessoas terão de exercer uma vigilância maior sobre a alocação dos seus recursos", diz.


     

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