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15/02/2006

Fundos: Real deve manter alta, dizem os analistas

A queda continuada do dólar nos últimos três anos trouxe perdas para quem manteve dinheiro nessa aplicação

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Fundos cambiais voltaram a perder em 2005, completando três anos no negativo. E se eleições presidenciais já foram associadas a uma grande valorização do dólar, como ocorreu em 2002, desta vez, essa não é a aposta predominante entre especialistas.

A perspectiva é de continuidade da alta do real, para boa parte de gestores e economistas. Para alguns, no curto prazo, para outros, a moeda doméstica deve chegar ao final do ano ainda mais valorizada do que estava na sexta-feira passada, ao fechar cotada a R$ 2,165.

"É muito caro apostar contra o real", diz Paulo Tenani, estrategista do UBS. "É muito grande o diferencial de juros pago aqui dentro e lá fora."

Gestores ressaltam a dificuldade de projetar o preço do dólar, ainda mais em ano eleitoral. Mas, para a maioria, embora se espere volatilidade (oscilação) por razões políticas, há dúvidas quanto ao efeito sobre os preços dos ativos.

"No passado, a especulação nesse período seria líquida e certa, mas, hoje, há dúvidas pela situação das contas externas e pela disputa centrada entre PT e PSDB, que já demonstraram responsabilidade fiscal, o que não justificaria pressão sobre o dólar, diz Eduardo Castro, superintendente de renda fixa do ABN Amro Asset Management.

Mudança estrutural

Para Castro, houve uma mudança estrutural no comportamento do câmbio. O dólar já refletiu muito a percepção de risco, o que continua ocorrendo, com a diferença que, recentemente, dada a demanda por commodities brasileiras, a balança comercial tem atingido valores recordes.

"É a balança comercial que está determinando o câmbio. Houve uma resposta dos agentes às mudanças nas contas externas e, por isso, é razoável imaginar a continuidade da valorização do real no curto prazo", afirma Castro.

Há também um forte volume de apostas a favor do real e contra o dólar na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) a segurar a cotação do câmbio.

Para Tenani, é indiferente a origem do fluxo. Um estaria vindo por causa do outro. E ainda haveria espaço para valorização do real. Tenani projeta o dólar a R$ 2 no final deste ano. "Antes disso, poderá ter oscilação de cotações."

Ao longo dos três anos do governo Lula não houve ganho com aplicações em dólar. De dezembro de 2002 para cá, a moeda norte-americana caiu 39%. O CDI (Certificado de Depósito Interbancário), a média dos juro praticado entre os bancos, pagou 59%.

O estrangeiro ganhou nas duas pontas. Quem aplicou de fora US$ 10 mil dólares, ganhou com juros e com o câmbio praticamente 100% em dólar, pelos cálculos de Tenani.

Para o investidor doméstico, o ganho de mais de 60% com juros nestes três anos teve o desconto de cerca de 22% de inflação, se medida pelo IGP (Índice Geral de Preços), e de 25%, se considerado o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Aberto).

Fundo cambial

Os fundos cambiais são referenciados em dólar e alguns em euro. Em geral, tentam acompanhar o comportamento do câmbio. Muitos dos fundos da tabela ao lado não têm intenção de ganhar da moeda americana, apenas de seguir suas cotações.

Esses fundos despertam o interesse de investidores que querem ter ao menos parte de sua poupança em dólar, esteja valorizado ou não. São também procurados por quem tem algum pagamento futuro em dólar, como um curso no exterior, uma dívida ou uma viagem, e quer se proteger.

Os fundos cambiais, que já investiram em títulos da dívida interna que foram resgatados pelo Tesouro ou venceram, aplicam atualmente em derivativos na BM&F, em geral, em contratos futuros de dólar, que podem converter em reais. Também compõem as carteiras desses fundos, títulos públicos federais como as LFTs e as LTNs.

A conversão desses valores em reais para dólares é feita com derivativos, segundo Castro, que não recomenda ao investidor leigo especular com dólar. "Para diversificar investimentos, o melhor é aplicar num fundo multimercado, em que especialistas fazem esse trabalho."

Remando contra a maré, há quem veja instabilidade no "equilíbrio do dólar". Para Paulo Possas, sócio da Eagle Capital, o dólar tem caído, não mais por causa do fluxo comercial, e, sim, pela grande aposta a favor do real em derivativos, na BM&F.

Possas afirma não trabalhar com a "continuidade desse equilíbrio instável. Mas ninguém sabe para onde vai o dólar. É uma tremenda especulação".




     

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