15/02/2006
Papéis populares: Fundos Petrobras, Vale e PIBB são os mais procurados
Novas cotas ainda podem ser compradas no mercado; cresce a rentabilidade e o volume de aplicação
EDUARDO CAMARGOS
COLABORAÇÃO PARA A
FOLHA
Os fundos da Petrobras, da Vale do Rio Doce (CVRD) e os fundos PIBB (Papéis Índice Brasil Bovespa), que contaram com uma ampla campanha de popularização nos últimos anos, estão entre as principais aplicações em renda variável em termos de volume e rentabilidade. Juntos eles são responsáveis hoje por mais de 20% dos recursos aplicados em fundos de renda variável.
Ainda é possível aplicar nesses produtos. Há 17 fundos Petrobras e CVRD abertos à captação. E quem perdeu a oportunidade de aplicar em fundos PIBB, na emissão feita no ano passado, pode comprar cotas desses fundos no mercado, embora sem a vantagem do "seguro" contra oscilações da Bolsa oferecido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), na época do lançamento.
Aqueles que já aplicaram em fundos PIBB não se arrependeram. No ano passado a rentabilidade média dessa aplicação foi de 38% - acima dos 25% alcançados pelos fundos referenciados no Ibovespa. Essa diferença se deve ao bom desempenho do índice IBrX 50 em 2005, que é o referencial da carteira dos fundos PIBB. O índice IbrX 50 reúne as 50 ações mais negociadas na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
Quem entrou na primeira oferta do PIBB, em julho de 2004, já acumula um rendimento superior a 100%. Para aqueles que aderiram somente na segunda oportunidade, em outubro do ano passado, o rendimento acumulado é de cerca de 30%.
Compra direta
Para quem perdeu a chance, já que não há previsão de uma nova oferta, a opção agora é comprar cotas de PIBB diretamente de uma corretora ou entrar em um dos poucos fundos abertos. Nesse caso, o investidor perderá a vantagem dada a quem participou da oferta inicial: o direito de receber o valor aplicado de volta depois de um ano, sem correção (chamado de opção de venda), caso haja desvalorização da Bolsa nesse período. No entanto, esse cenário de desvalorização é praticamente descartado pelos gestores -somente em janeiro deste ano, a alta chegou a 19%.
"O PIBB foi e continua sendo um grande sucesso. Ele passou a ser uma opção interessante para a pessoa física que quer colocar dinheiro em Bolsa, mas não sabe exatamente o que comprar", diz Alan Gandelman, sócio-diretor da corretora Ágora Senior. "Foi um bom produto em um momento bom da Bolsa. As pessoas que entraram nesse fundo preocuparam-se com o longo prazo, esperando também a opção de venda", diz o superintendente-executivo de produtos de investimentos e seguros do Bank Boston, Ednardo Figueiredo.
Entre as aplicações mais populares, outra boa opção de investimento são os fundos Petrobras e Vale do Rio Doce, que tiveram em 2005 uma valorização de 55% e 29%, respectivamente. Lançados em agosto de 2000 e fevereiro de 2002, eles contaram com uma grande injeção de recursos devido à possibilidade de se utilizar o dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Mas foi possível também aplicar com recursos próprios. - e ainda há 17 desses fundos abertos para captação.
Petrobras e CVRD
No caso da BB DTVM, a gestora de recursos de terceiros do Banco do Brasil, a maior parte do patrimônio em renda variável para pessoa física está concentrada nos fundos Petrobras e Vale, seguidos pelos fundos de ações e dividendos. "Reabrimos esses fundos Vale e Petrobras em março do ano passado e tivemos uma captação bastante expressiva", diz o presidente da BB DTVM, Nelson Rocha Augusto.
Segundo dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimentos), o patrimônio dos fundos Petrobras com recursos próprios cresceu 130% no ano passado. No caso da Vale, o crescimento foi de 55%. O Safra também reabriu esses dois fundos no ano passado e já possui R$ 100 milhões nas duas carteiras após seis meses. Neste ano, até o início de fevereiro, elas já acumulavam ganho de 21% (Petrobras) e 11,64% (Vale) no ano.
"São fundos mais fáceis de vender, porque todo mundo conhece -até quem não está tão habituado a esse tipo de aplicação. E são empresas muito bem conceituadas", diz o superintendente de Renda Variável do Safra, Valmir Celestino. "A captação surpreendeu e continua sendo destaque esse ano. Até porque a performance têm sido muito boa", diz.