02/05/2006
Entenda o caso
da Folha Online
Em 20 agosto de 2000, a jornalista Sandra Gomide, ex-namorada do também jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, foi encontrada morta em um haras na cidade de Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo), com dois tiros.
Pimenta Neves estava no local desde cedo. Segundo testemunhas, os dois se encontraram e houve uma discussão.
Uma das pessoas que estavam no haras afirmou ter ouvido a jornalista gritar "Não Pimenta, não". Depois, ouviu os disparos. A testemunha chegou ao local, encontrou o corpo de Sandra no chão. Pimenta Neves estava dentro de seu carro. Manobrou e deixou o local.
O laudo do IML revelou que Sandra recebeu dois tiros. Um nas costas e outro na cabeça. Ela teve morte instantânea.
Pimenta Neves teve a prisão decretada no dia seguinte e acabou confessando o crime. O motivo do assassinato teria sido o fim do relacionamento entre os dois.
Ele disse em seu depoimento que, depois de ter dado os disparos, dirigiu por algumas horas e depois ligou para um amigo, que o pegou na estrada. O carro do jornalista foi encontrado abandonado a cerca de 3 km do local do crime.
No dia 22 de agosto do mesmo ano, Pimenta Neves foi internado na UTI do hospital Albert Einstein, depois de tomar uma dose excessiva de sedativos. A principal suspeita é de que ele havia tentado suicídio.
O jornalista ficou sete meses preso. No dia 23 de março de 2001, o STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu uma liminar permitindo a Pimenta Neves aguardar o julgamento em liberdade. Para o STF, ele não representa risco à sociedade. Em 26 de junho de 2001, a Segunda Turma do STF confirmou o habeas corpus que revogou a prisão preventiva do jornalista decretada na época do crime.
Ameaça
Duas semanas antes de ser assassinada, Sandra Gomide procurou a polícia para dar queixa do ex-namorado, alegando que havia sido agredida e ameaçada por ele em seu apartamento. No boletim de ocorrência, Sandra afirmou que Pimenta Neves havia invadido seu apartamento, se escondido no armário e a ameaçado com uma arma quando ela chegou em casa.
Segundo a família da jornalista, depois disso, ela resolveu trocar as fechaduras do apartamento e também passou a dormir na casa de familiares.
Ainda segundo os familiares, as ameaças e agressões começaram após o rompimento dos dois, que mantiveram um relacionamento por cerca de 3 anos.
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