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31/07/2006

Artigo: Os dilemas globais e o Brasil

por JORGE SIMINO

A economia mundial vive já há algum tempo com três dilemas nos seus principais centros dinâmicos de crescimento. No caso da economia americana, existe um debate antigo sobre a capacidade de sustentação de déficits de transações correntes e fiscais, sendo o primeiro crescente e o segundo estabilizado em patamar considerado preocupante.

O segundo dilema é a questão da produtividade na zona do euro. A taxa de crescimento na Comunidade Européia tem sido significativamente menor que a americana nos últimos 15 anos.

O terceiro dilema é a capacidade de a economia chinesa continuar crescendo à taxas superiores a 10% ao ano, como vem fazendo nos últimos 10 a 12 anos.

A magnitude e a extensão desses problemas fica agravada pela falta de coordenação política. Nesse contexto, resta observar a condução da política monetária e suas conseqüências.

Em relação à economia americana poderíamos eleger quatro indicadores como elementos chave de controle: 1) o comportamento do núcleo da inflação deveria se manter abaixo de 2,5%, em termos anualizados; 2) a taxa básica de juros deveria permanecer abaixo de 6% ao ano; 3) o crescimento não deveria ficar menor que 2%; e 4) a produtividade não deveria cair abaixo de 1%. Na hipótese desse conjunto de indicadores mostrar uma evolução pior haveria uma retração maior da economia global com efeitos sobre a economia brasileira.

Um crescimento da economia mundial abaixo de 2%, em 2007, juros crescentes no mundo desenvolvido (EUA, Europa e Japão) e uma expansão do PIB da China abaixo de 7%, provocariam uma redução nos preços das commodities agrícolas e, principalmente, das industriais.

Os mecanismos de transmissão para a economia doméstica começariam pelo comportamento menos favorável da balança comercial -o saldo poderia recuar para um patamar abaixo de U$ 30 bilhões. Em seguida, a movimentação líquida de capital ficaria prejudicada: o investimento direto e o investimento em portfólio apresentariam volumes menores que os observados nos últimos anos.

Nesse contexto, ocorreria alguma desvalorização do real, em termos reais, e o Banco Central teria que avaliar o seu impacto sobre os preços em geral. A probabilidade de uma elevação da taxa de juros cresceria muito, dado que a inflação, em 2006, contou com a ajuda da apreciação da taxa de câmbio real e da forte deflação dos preços agrícolas. Nas circunstâncias delineadas para 2007, isso dificilmente se repetiria. Tal elevação não seria de proporção muito significativa, talvez dois pontos percentuais, mantendo a expectativa de inflação próxima ao centro de meta. Mas seria o suficiente para reduzir o crescimento do PIB para um patamar abaixo de 2,5%, com efeitos negativos sobre o emprego e a renda.

Jorge Simino é economista e diretor de investimentos e patrimônio da Fundação Cesp

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