31/07/2006

Prazeres & lucros: Baixa velocidade e alto retorno

por FERNANDO HORMAIN

Rodrigo Paiva/Folha Imagem

Cada vez que me pego negociando a compra de mais um carro antigo, a primeira preocupação que me vem à cabeça é como explicar mais essa para a minha mulher. Já fiz algumas loucuras, é verdade, como gastar uma fortuna em três SP2, tentando montar um modelo “original”. Mas hoje que já conheço as artimanhas desse mercado e a forma como funciona, posso afirmar, sem hesitar, que minha mulher não pode reclamar desse hobby. É um excelente investimento.

Nos últimos seis anos, a Bovespa subiu 100% e o dólar parcos 23%, enquanto aqueles carros velhinhos que, com a capota abaixada, nos levam para a praia nos finais de semana ensolarados valorizaram muito mais. Vejamos o meu caso. Há cerca de seis anos, tive o prazer de adquirir uma Mercedes 280 SL 1982, por pouco menos de R$ 20 mil. Caso resolvesse vendê-la hoje, conseguiria facilmente R$ 60 mil, ou seja, uma valorização de 200%, isso sem contar toda a satisfação que me proporcionou.

O mercado de carros antigos já é uma opção de diversificação para europeus e americanos. No Brasil, apesar de esse processo ter começado há algum tempo, ainda está se desenvolvendo, mas já é uma prazerosa opção para suas economias. Existe até um consórcio especializado nesse mercado, além de leilões, lojas exclusivas e, melhor, compradores cada vez mais ávidos a investir em ativos únicos, exclusivos e muito especiais. Será que minha mulher vai entender?


Fernando Hormain (na foto, com coleção de carros antigos), economista, é diretor comercial do banco de investimentos TrendBank Ltd.

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