Revista da Folha

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27/11/2006

Previdência: Entre o certo e o duvidoso

por EDSON PINTO DE ALMEIDA

Os participantes dos antigos planos de previdência, aqueles em que se garantia um rendimento mínimo de IGP-M mais 6% na fase de acumulação, devem olhar com cautela propostas feitas pelas seguradoras e bancos sugerindo que migrem para os planos atuais, VGBL e PGBL. Os planos antigos deixaram de ser comercializados nos anos 90 porque as seguradoras tiveram prejuízos na época, ao ter que pagar uma rentabilidade mínima, além de parte dos ganhos excedentes na aplicação dos recursos. Os novos planos não garantem uma rentabilidade mínima e acompanham o desempenho do mercado financeiro.

Antes de trocar de plano é preciso fazer as contas. Se o participante estiver perto de se aposentar, vale mais a pena ficar onde está. A princípio, parece vantajoso migrar porque os planos antigos no período de acumulação têm como indexador o IGP-M, que nos últimos 36 meses variou 18%. Nesse mesmo período, o CDI, que remunera o VGBL e o PGBL, subiu 61,12%.

Essa diferença de rentabilidade, contudo, será compensada lá na frente, no cálculo da renda vitalícia. Como os planos antigos trabalham com uma expectativa de vida oito anos menor do que a dos planos atuais, o benefício terá um valor mais alto porque o banco esperava pagá-lo por um período mais curto de tempo. “Uma renda de R$ 2.500 no plano antigo cairia para cerca de R$ 2.000 na troca por um VGBL”, diz Éder Carvalhaes, da consultoria Watson Wyatt Brasil (veja quadro na página anterior). Para quem está mais longe da aposentadoria, a troca pode valer a pena porque o período de acumulação, com rentabilidade maior, será mais longo. Uma opção intermediária é ficar com os dois: abrir um plano novo e interromper as contribuições do plano antigo – e no final receber de ambos.

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