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27/10/2006

Vale a pena? Tudo à mostra

Custos, vantagens e desvantagens de adotar a tubulação exposta na ambientação

ROSANA FARIA DE FREITAS

Beatriz Toledo/Folha Imagem
Desde que os burgueses boêmios --ou "bubos", outro termo do baú de siglas que os americanos estão sempre inventando para descrever novos comportamentos urbanos-- invadiram galpões industriais abandonados e transformaram a palavra loft em sinônimo de residência, tubulações viraram, literalmente, peças de exposição.

Naquele contexto fazia todo sentido. Com pouco dinheiro no bolso, a moçada restaurava apenas o básico e complementava as instalações hidráulicas com conduítes e canos expostos, não raro pintados com cores chamativas e agregados à decoração. A sede por novidades fez a gambiarra descolar do contexto original, virar moda mundial e ser adotada por gregos e baianos. Mas vale a pena?

Pergunta simples, resposta polêmica. Claro que, na falta de galpões, um sobrado de vila com paredes em tijolo aparente ou em concreto, por exemplo, acolhe bem o ar mais despojado que esse recurso arquitetônico confere. Mas não só, dizem alguns. "De repente, uns conduítes à mostra entram em cena para quebrar a sobriedade de uma decoração suntuosa-- e dá certo!", afirma a decoradora Vânia Garcia.

O arquiteto João Armentano faz coro, afimando que dutos expostos casam perfeitamente com imóveis modernos, pé-direito duplo, grandes áreas de vidro e mistura de materiais; aço inox com tijolos aparentes ou pintados, para citar um exemplo.

Toninho Noronha, carioca radicado em São Paulo, vai na contramão e só recomenda a adoção para instalações industriais. "Em residências e qualquer construção nova, não se justifica, pois o desenho dos canos tem que seguir uma linha perfeita e, em termos práticos, não facilita a vida. Na hora de fazer o projeto de iluminação, por exemplo, há várias soluções que precisam ser embutidas em gesso e parede e não se adaptam a uma caixa aparente. Claro que o tempo de obra diminui, mas o resultado final deixa muito a desejar", acha.

Vânia Garcia discorda: "Não acredito que limita, há inúmeras possibilidades, inclusive de desenhar casas e apartamentos com iluminação sobreposta. O arquiteto pode esconder na alvenaria os pontos e circuitos que, por algum detalhe do projeto, não seria conveniente que fossem exibidos", diz Vânia.

O arquiteto Julio Franco da Costa chama a atenção para outro ponto. Ao contrário do que se pensa, não é um procedimento barato. "Pode até custar mais caro, já que, para ficar exposto, o material precisa ser melhor acabado. Sem falar na necessidade de mão-de-obra especializada, nem todo mundo sabe mexer com esse modelo de instalação."

Vânia concorda, lembrando que, quando se pretende dar um ar menos rústico e bem-acabado, é necessário usar materiais nobres e conexões mais elaboradas, como uma braçadeira bonita em vez de um acabamento de solda, para segurar os canos. Mas faz uma ressalva: "Embora o material seja mais caro, a manutenção é mais barata, porque não exige mão-de-obra direta, não há necessidade de contratar pedreiro e pintor para fazer acabamentos. Mesmo no caso de vazamentos, não ocorre infiltração da água, ela pinga para fora e o prejuízo é sempre menor", diz, ressalvando que canos visíveis exigem manutenção como qualquer outra estrutura.

Uma medida é fundamental, dizem todos: antes de mais nada, é preciso contar com um bom projeto e contratar um profissional habilitado para definir onde, como e de que forma deixar os canos aparentes. Em alguns casos, a exposição só funciona em termos estéticos se primar pela moderação --poucos e preciosos dutos externos distribuídos estrategicamente para conferir um ar incomum, audacioso.

Em termos de valorização, não dá para dizer se a exposição da tubulação influenciará positiva ou negativamente no preço do imóvel, acha Vânia.

"Tudo depende do conceito que será aplicado no espaço, da qualidade da execução do projeto e da harmonização dos itens envolvidos. Há o risco de desvalorizar, se houver uma abordagem estética mal estruturada e finalizada. Se, ao contrário, tudo for feito de acordo, a tendência é que beneficie, não necessariamente alterando o preço para cima, mas conferindo um ar de atualidade, de modernidade."

Não erre

- Peça a um arquiteto de confiança um projeto minucioso, que detalhe todo o caminho por onde passará a tubulação elétrica e hidráulica. É ele que garante a harmonia no desenho dos canos

- A marcação dos pontos onde serão distribuídos pontos de luz, tomadas e torneiras é imprescindível para definir o layout dos móveis e evitar desvios que comprometem o resultado. Defina tudo com antecedência

- Verifique a qualidade da tubulação. O ideal é ferro fundido para água e esgoto e aço galvanizado para elétrica, materiais mais bonitos

- Contrate mão-de-obra experiente

- Assegure-se de que canos e conduítes fiquem bem alinhados e presos, conferindo um aspecto de obra bem feita e sem causar poluição visual nos ambientes

     

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