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27/10/2006

Teste morar: Acerte no preto

O que considerar na hora de escolher uma cafeteira expresso para casa

MAYRA STACHUK

Fotos Karime Xavier/Folha Imagem
Pingado é vocábulo de amador, palavra que um bom apreciador de café só pronuncia em tom de insulto. Os fanáticos pelo pretinho sabem que o seu melhor desempenho é quando ele está sob pressão --no caso, a medida em bars, unidade de pressão atmosférica usada nas máquinas de café expresso, também conhecida, na física, como ATM.

Há cinco anos, ninguém sabia o que era um barista no Brasil --na verdade, contava-se nos dedos de uma mão os que existiam. O termo foi importado da Itália, mas chegou aqui com sinal trocado. Em italiano, designa a pessoa que trabalha no bar. Aqui, virou sinônimo de especialista em café.

Hoje, praticamente todas as boas cafeterias têm um barista no comando das xícaras. O mercado também se estendeu: a oferta de expressos domésticos pulou de seis modelos há cinco anos para 22 só na marca italiana Saeco, uma das líderes no setor. É engenhoca para todos os gostos, dos que querem trabalho nenhum aos que namoram o ritual detalhado de preparar um café cremoso. Os preços variam de R$ 400 a mais de R$ 4.000, e os produtos já são vendidos até em redes de supermercados.

Variedade é bom, mas Isabela Raposeiras, a mais premiada barista brasileira e sócia-diretora do Centro Brasileiro de Barismo, primeiro local de estudos de café no país, joga um pouco de pó na xícara, ressalvando que dificilmente um expresso tirado em máquina caseira pode atingir a excelência de um extraído em equipamento profissional.

"Costumo dizer que o expresso de uma cafeteria pode ganhar notas entre zero e dez, mas um 'caseiro' atinge a nota máxima sete. Claro que existe a vantagem de não haver a variação que a gente encontra no mercado, em que num dia você pode tomar um café nota dez e, no outro, dar o azar de a máquina não estar em perfeitas condições e tomar um nota zero", afirma.

O que acontece é que a máquina de expresso ideal opera com pressão de 9 bars (ou 9 ATM) e temperatura de 90ºC e, segundo ela, nenhum modelo caseiro atinge essas condições, embora alguns fabricantes anunciem equipamentos de até 15 bars. Segundo esses especialistas, uma máquina profissional pode ser regulada para atingir até 15 bars, e as caseiras podem até ter capacidade para atingir essa potência. A realidade, porém, é que a pressão nunca ultrapassa os 9 bars na profissional e menos ainda nas domésticas (as semiprofissionais chegam mais perto, a cerca de 8 bars).

Para tirar as dúvidas e orientar o consumidor, MORAR convidou, além de Isabela Raposeiras, outros dois especialistas, Marco Suplicy e o alemão Paul Germscheid, para testar cinco máquinas caseiras com diferentes funções.

O bom creme

- É denso, com pouca ou nenhuma bolha

- É cor de caramelo (quanto mais uniforme, melhor)

- Deve ter, no mínimo, 3 mm ou 4 mm de espessura

- Mantém a temperatura e preserva o aroma; conforme se bebe o café, o bom creme fica "grudado" nas bordas da xícara

- É capaz de reter o açúcar na superfície por alguns segundos e permanece na xícara por mais tempo, ao contrário da espuma, que se desfaz rapidamente

Na hora de tomar café

- A xícara de porcelana é a ideal, pois destaca o sabor e mantém mais o calor

- Escalde a xícara para o café não perder temperatura ao entrar em contato com a porcelana

- Use sempre água mineral (ou filtrada), pois o cloro destrói os óleos essenciais responsáveis pelo creme

- Escolha um café de boa qualidade (grão, pó ou sachê), de preferência especial ou gourmet com grãos 100% arábica. Quanto melhor o produto, melhores a extração e o sabor

- Teste diversas marcas, café é como vinho, o sabor varia de acordo com o paladar de cada um

- Leia o manual com atenção, pois a regulagem da máquina é essencial

- Depois de aberto, o pó mantém suas características originais por, no máximo, três dias, mesmo guardado na geladeira ou em recipiente bem vedado. Não há como evitar a oxidação, já que o pó entra em contato com o oxigênio tão logo o pacote é aberto

Profissionais, mas com porte caseiro

Atenção: é preciso fazer um curso para operar essas máquinas

- Vivaldi S1, da La Spaziale (cerca de R$ 9.000)
- Silvia, da Rancilio (cerca de R$ 2.500)
- GS3, da Lamarzocco (cerca de R$ 20 mil)
- A melhor opção para quem não consome pouco é o sachê individual, que é prensado com nitrogênio, o que evita a oxidação. Mas é mais caro: uma caixa com 20 (150 g no total) custa em média R$ 15, contra R$ 6 ou R$ 8 do pacote de 250 g do tipo gourmet

- Nas máquinas manuais, o pó deve ser bem compactado no porta-filtro (também chamado de cachimbo ou manopla). E aqui pode surgir um problema: nas máquinas sem pressão suficiente, a água tem dificuldade para ultrapassar a compactação, o vapor não se espalha igualmente por todo o cachimbo e o café não fica bom. Nas profissionais, quanto mais compactado, melhor

- Para um bom cappuccino, a dica é preparar o leite em uma cremeira, utensílio que deve ser comprado à parte por preços que vão de R$ 80 a R$ 900. Segundos os baristas, nenhuma máquina caseira atinge a mesma cremosidade

CAFETEIRAS

Fotos Karime Xavier/Folha Imagem
Magnífica Single Touch, da Delonghi
R$ 3.790,
na Spicy Superautomática, faz dois cafés por vez, tem compartimento para armazenar leite (para cappuccino), opção para café em grão e solúvel, programação de tamanhos (curto, médio e longo) e de sabor (normal, suave, forte e extraforte), saídas de vapor e água quente, visor digital com instruções em quatro línguas e sistema de autolimpeza

Avaliação Excelente creme, sem bolhas e na cor certa. Dá para escolher a temperatura da água e fazer a programação antecipada.

Fotos Karime Xavier/Folha Imagem
Via Veneto Combi, da Saeco
R$ 1.500
(preço sugerido)
Manual, com cânula puxadora de leite (para cappuccino), faz dois cafés por vez; a quantidade é controlada manualmente e funciona apenas com café em grão

Avaliação Na opinião dos especialistas, rendeu o melhor creme entre as testadas, mas faz um pouco de sujeira e, por ser manual, requer alguma habilidade para manejar --principalmente por não ter dosador de pó para o porta-filtro (nada que não seja possível aprender com a prática). Mói o grão na hora e atinge boa temperatura. Uma boa opção para quem aprecia o ritual de preparação do expresso

Fotos Karime Xavier/Folha Imagem
Incanto, da Saeco
R$ 3.000
(preço médio)
Superautomática, faz dois cafés por vez, programa dois tamanhos (curto e longo), tem opção para café em grão e solúvel e saídas de vapor e água quente

Avaliação Uma das vantagens é a opção para café em pó, mas também mói o grão na hora; outra é a programação da dosagem. A desvantagem é o preço

Fotos Karime Xavier/Folha Imagem
Illy Joy, da Euromatik
R$ 1.290
(em média, kit com cafeteira, cinco latinhas de sachê com 18 unidades, jogo de seis xícaras e uma sacola térmica)
Funciona só com sachês, tem saída de vapor e água quente, faz até dois cafés por vez, tem aquecedor de xícaras na parte superior e 9 bars (segundo a fabricante)

Avaliação A principal vantagem é o fato de funcionar com sachês, na opinião dos especialistas, o melhor custo/benefício para uso doméstico. Não faz sujeira, já que o sachê não permite o acúmulo de pó em orifícios nem sobre a máquina, pequena e prática

Fotos Karime Xavier/Folha Imagem
Cafeteira Expresso e Cappuccino, da Oster
R$ 830
(preço médio)
Em aço inox, tem saída de vapor, indicador de volume de água e faz até dois cafés. Um botão com luz indica quando está pronta para uso

Avaliação É prática e bem básica, até quem não entende consegue usar. O fabricante informa que ela tem 15 bars, mas, no teste, a pressão da água não foi tão forte, resultando em um creme não tão bom. A principal vantagem é o preço

     

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