24/10/2006
Compras: Vendas a crédito sofrem queda
por DENISE BRITO
A maior rede de móveis e eletrodomésticos do país descarta expandir suas atividades à região Nordeste. "Não nos interessa no momento", diz o diretor-executivo, Michael Klein. Segundo ele, o foco das vendas está nos 75% da população economicamente ativa que, segundo o IBGE, estão concentrados no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Além disso, a estrutura logística da rede hoje permite que o centro de distribuição de produtos fique a uma distância de 1.100 km da loja mais distante de toda a rede. "Para ter uma operação logística com raio semelhante no Nordeste seria preciso montar uma outra Casas Bahia para atingir somente 25% da população", observa.
Sobre uma possível chegada da Insinuante sobre seu território, o empresário diz que acompanha os movimentos da empresa baiana. "Temos lojas coincidentes apenas no Rio, e percebemos que eles não estão dando ênfase ali, pararam de investir mais ao Sul e estão indo para o Norte."
Após uma aceleração nas vendas em 2005, que elevou o faturamento do patamar de R$ 9 bilhões em 2004 para R$ 11,5 bilhões, a cadeia varejista sentiu o ritmo de compras do brasileiro frear e adiou para 2007 sua meta de chegar a 600 lojas. O motivo seria, assim como têm percebido os demais segmentos de consumo popular, a saturação do formato de incentivo de vendas pela concessão de crédito facilitado. "O brasileiro está no limite do endividamento, e não há como crescer antes de ele saldar os compromissos assumidos." Trata-se de uma situação diferente de outras já vividas pelo varejo: o crédito pessoal consignado, oferecido pelas instituições financeiras, tanto a trabalhadores quanto aposentados, e que desconta na fonte as mensalidades do seu pagamento.
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