Brasil

Fóruns Globais

22/01/2007

Fórum de Davos discute papel da China no cenário global

VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

Com o tema "Shaping the global agenda: the shifting power equation" ("Moldando a agenda global: a equação de poder em mudança"), o Fórum Econômico Mundial deste ano deverá se concentrar sobre o novo equilíbrio de poder que já se evidencia, segundo as lideranças políticas e econômicas mundiais: o surgimento da China e da Índia como grandes personagens no cenário geopolítico atual --e o conseqüente abalo no poder dos EUA enquanto única superpotência.

Serão 228 mesas de debates, que serão realizados de quarta-feira (24) a domingo (28). Três terão como tema específico a Índia e quatro, a China.

A China e os modos como o mundo terá de se adaptar para acomodar o novo participante do cenário já haviam sido o destaque na edição de 2006 do Fórum. Neste ano, o foco continua sobre a China, desta vez de modo um pouco mais direto --como fica claro no tema de uma das mesas da quinta-feira (25): "What Kind of World Does China Want?" ("Que Tipo de Mundo a China Quer?").

"O modo como se lidará com o crescimento das forças política e econômica da China, e o papel que este país escolherá desempenhar nos assuntos mundiais, definirá em grande parte o próximo século", diz o texto de apresentação da mesa.

Que mundo a China quer, que responsabilidades irá assumir e que assuntos externos serão mais importantes para o governo e a sociedade chinesa são o alvo da discussão.

Índia

A Índia merecerá três mesas de discussão, para tratar de assuntos como o quadro demográfico do país --metade da população indiana, que passa de um bilhão de habitantes, tem menos de 25 anos--, a expansão de seu setor de serviços e reformas no setor público, para eliminar ineficiências.

América Latina

Apenas três das mesas deste ano discutirão a situação da América Latina, e o tema da mesa do dia 26 será "Time for Tough Choices in Latin America" ("Hora de Escolhas Difíceis para a América Latina").

O crescimento baixo em relação aos demais países emergentes é o que se destaca na região, superando o cenário geral positivo, segundo o Fórum. As questões que terão de ser discutidas no evento deixam isso claro:

1) Quais são as principais vantagens competitivas e como podem ser exploradas para alcançar taxas de crescimento maiores?

2) Como o crescimento do populismo e o risco de nacionalizações de recursos em certos países afetaram as intenções de investimento na região?

Sinal de que as ações de Evo Morales (presidente da Bolívia, que nacionalizou as reservas de petróleo e gás do país por decreto em maio passado), Hugo Chávez (presidente da Venezuela, que pretende nacionalizar os setores de telecomunicações e de energia no país) não passaram despercebidas pelos líderes mundiais.

Mas não fizeram tanto barulho a ponto de merecerem discussões particulares --a situação da América Latina será discutida em bloco, com exceção de duas mesas dedicadas ao México e duas ao Brasil --uma delas com o nome "Making Brazil Grow Better" ("Fazendo o Brasil Crescer Mais", em uma tradução livre).

Ortodoxia

Segundo o Fórum, a ortodoxia da política econômica brasileira começa a gerar resultados positivos, como crescimento moderado e inflação baixa, mas o desempenho do país é "muito fraco se comparado a outras economias emergentes".

O quanto se tem a ganhar reduzindo o setor informal da economia e como reduzi-lo, como diversificar a economia brasileira e que setores têm mais a ganhar são as perguntas a serem respondidas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará presente ao evento --além dos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Luís Fernando Furlan (Desenvolvimento) e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles-- e será o convidado de uma conversa na sexta-feira (26).

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