Educação

GUIA DA PÓS-GRADUAÇÃO

28/01/2007

Ciências sociais aplicadas: Preocupação com ambiente finca raiz em diversas áreas

Sustentabilidade permeia campos como turismo, arquitetura e direito

MARIANA IWAKURA
Colaboração para a Folha


PESQUISA EM ARQUITETURA UNE ACADEMIA E INDÚSTRIA

A investigação científica das universidades pode se aproximar da aplicação industrial com pesquisa em industrialização da construção, que desenvolve meios alternativos de processos construtivos, como a pré-fabricação.

Antes restritos às áreas biológicas e exatas, temas de pesquisa ligados ao ambiente passam a ser desenvolvidos também por quem tem ciências sociais aplicadas como formação.

Campos como turismo, arquitetura e direito já se preocupam com as questões que envolvem a preservação da natureza e o planejamento para atuações sustentáveis.

Um exemplo é o mercado de turismo, que pede profissionais voltados a explorar potenciais, mas com preservação. "Há uma nova demanda por [formação em] turismo sustentável, ferramenta para o desenvolvimento local", analisa Ana Beatriz Gehma, assessora da gerência de turismo e hotelaria do Senac-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).

A demanda vem na esteira do crescimento do segmento de ecoturismo, que é "fortíssimo", de acordo com Núbia Macedo, diretora do Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília. "É importante trabalhar com unidades de conservação. O turista deve visitar, mas de forma cuidadosa."

Segundo Gehma, outras áreas do turismo que pedem especialistas são gestão de serviços de alimentação e enologia (especialização em vinhos). A economia do turismo também atrai. "É importante mostrar a contribuição do turismo para a economia do país", diz Macedo.

A sustentabilidade também chega aos ambientes urbanos, onde atua grande parte dos arquitetos. "É, há algum tempo, uma questão muito sensível em conferências como a Rio +10", diz Marcelo Tramontano, coordenador do Nomads (Núcleo de Estudos de Habitares Interativos), da USP de São Carlos.

A questão é como habitar as megalópoles e planejar a manutenção das áreas centrais e a ocupação das periféricas. "É preciso interlocução com as ciências ambientais e até com o marketing", avalia. "É uma área quente", opina Gilberto Belleza, presidente do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil).

Verde no tribunal

O tema chega até aos tribunais. Leandro Silveira Pereira, coordenador do GVlaw (programa de pós-graduação em direito da Fundação Getulio Vargas de São Paulo), lembra que, até 2000, os advogados não tinham de lidar com conceitos como "protocolo de Kyoto" ou "seqüestro de carbono", ligados à poluição atmosférica.

Agora, diz, é papel do advogado, com informações e profissionais de outras áreas, lidar com avaliações, cálculos e permissões para realizar negócios.

Disciplinas tradicionais, como direito tributário e contratual, "continuam demandando profissionais especializados", diz Pereira, que acrescenta que a área de propriedade intelectual também está em alta, principalmente no que diz respeito a marcas e a patentes.

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