Educação

GUIA DA PÓS-GRADUAÇÃO

28/01/2007

Ciências da saúde: Paciente idoso pede especialistas versáteis

Em centros saturados, médico vira gestor e tem mais opções de curso

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
Colaboração para a Folha


SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE TEM 8.500 MÉDICOS

Órgão de SP deve contratar mais geriatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos e reumatologistas nos próximos anos.

As carreiras da área de ciências da saúde estão entre as que mais se fundem entre si e com as de outros campos, já que adoecer é uma questão de muitos fatores, que envolvem biologia, psicologia e sociologia.

Uma das searas que mais têm demandado especialistas é a dos cuidados na terceira idade. "Um idoso tem problemas multifacetados. Uma doença específica traz várias repercussões", diz Luiz Roberto Ramos, diretor do Centro de Estudos do Envelhecimento da Unifesp (Universidade Federal de SP).

Os ambulatórios do centro possuem várias especialidades, e a equipe tem desde médicos e fisioterapeutas até biólogos e profissionais de educação física e informática médica.

O campo, diz Ramos, é promissor. "Só não é melhor porque os cursos de pós-graduação na área ainda são raridade."

"Há poucos cursos específicos no Brasil", admite Marcia Rozenthal, coordenadora da Comissão para Educação Superior e Envelhecimento Populacional no Brasil, criada há um ano e meio em uma parceria da Secretaria de Educação Superior com a Capes.

"Há unanimidade na solicitação de políticas nessa área. A Capes deverá abrir editais específicos", completa.

Enquanto isso, a população de idosos não pára de crescer. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2005, o número de pessoas com mais de 60 anos no país era superior a 18 milhões (10% do total). De 1991 a 2000, a população aumentou 15,7%, enquanto o segmento com 65 anos ou mais cresceu 41%.

Médico gestor

O mercado de trabalho do profissional da saúde está saturado nos grandes centros urbanos.

Uma saída para ampliar o leque de chances de trabalho ainda é trilhar o caminho da administração. "Quem se forma na área não precisa atuar só como clínico. A saúde privada tem grande demanda por profissionais", diz Roberto Picino, gerente de "insurance" (seguros) da consultoria Michael Page.

Segundo ele, a maioria das vagas está em gestão de negócios e de qualidade do atendimento ao cliente. "Esse mercado vive um processo de profissionalização. Por isso há uma abertura muito grande."

Os principais empregadores, lista o consultor, são as operadoras de saúde (redes de grupo) e toda a cadeia produtiva (hospitais, clínicas, laboratórios, prestadoras de serviço e fornecedoras de insumos).

Acompanhando a demanda, as escolas já criaram cursos de pós-graduação na área. A PUC desenvolveu até um MBA, o de Economia e Gestão das Organizações de Saúde.

"A expansão da atividade e a profissionalização das instituições são os dois fenômenos que estão impulsionando o setor privado", afirma a coordenadora acadêmica do MBA, Maria Cristina Sanches Amorim.

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