GUIA DA PÓS-GRADUAÇÃO
28/01/2007
INGRID TAVARES
Colaboração para a Folha
Engana-se quem pensa que o fim da graduação traz alívio para os formandos. Encerrado o ciclo, dúvidas e incertezas povoam a mente dos que acabaram de entrar no mercado.
Para turbinar as habilidades e o conhecimento que foram adquiridos na graduação, muitos dos que acabaram de ingressar no mercado de trabalho já começam a ficar de olho em uma especialização.
Isso porque os cursos são moldados com foco nas necessidades do mercado, não são tão sisudos quanto as pós "stricto sensu" e têm curta duração.
Mas nem tudo é tão simples. Escolher uma especialização de qualidade não é fácil, já que, ao contrário do que acontece com as pós "stricto sensu", elas não são avaliadas pela Capes.
Elas são analisadas somente para saber se todas as normas e regras do Ministério da Educação estão sendo cumpridas.
Algumas delas: se a instituição é credenciada, se um terço do corpo docente tem titulação de mestre ou doutor, se tem pelo menos 360 horas/aula e se há defesa de trabalho de conclusão de curso.
"Pode-se dizer que houve até uma precipitação, por não se entender o significado e a dinâmica dos cursos de especialização, ao imaginar que era possível fazer uma avaliação como se faz com os cursos de graduação e 'stricto sensu'", afirma Orlando Pilate, assessor do departamento de supervisão de ensino superior da Sesu (Secretaria de Educação Superior).
"Os cursos devem ser ágeis e rápidos para atender melhor a interesses específicos, reformulando objetivos e renovando seu conteúdo", completa.
Essa suscetibilidade ao vaivém do mercado, porém, tem dificultado a busca do arquiteto Arthur Enrico Tavola, 25, pela especialização ideal.
Já durante a faculdade, ele quis conhecer melhor a área de acessibilidade urbana para deficientes físicos. Mesmo com objetivo claro, Tavola ainda não achou o curso certo.
"Por uma necessidade de mercado, os cursos têm ficado tão específicos que não conseguem mais fechar turmas", reclama Tavola.
Sem cadastro
Como é a demanda que dita as regras do jogo, resta ao Ministério da Educação cadastrar e disponibilizar aos alunos um banco de dados sobre as especializações disponíveis. Segundo um levantamento do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), são mais de 16 mil em todo o país.
O site com esses dados deveria ter entrado no ar em abril do ano passado, mas isso não aconteceu. "O atraso provavelmente ocorreu por problemas técnicos da reformulação do sistema de cadastro do Inep", explica Pilate, completando que a efemeridade de alguns cursos também contribuiu.
Curso com foco no mercado, para aprimorar conhecimentos adquiridos na graduação. Tem curta duração
HORAS/AULA
Na especialização, a carga horária mínima é de 360 horas/aula, e a máxima, de 550 horas/aula. Não são contabilizadas aulas de orientação para o trabalho de conclusão
PARA QUE SERVE
O objetivo é intensificar o domínio científico e técnico do profissional e especializá-lo em uma área do saber
PERFIL DO ALUNO
Recomendado para quem procura se capacitar para o mercado de trabalho, fazer contatos, profissionais ou acadêmicos, e incrementar o currículo. Mas também pode ter um caráter de educação continuada, reciclando conhecimentos de quem trabalha
QUANDO FAZER
Em geral, logo após o término da graduação, para aprimorar os conhecimentos. Mas nada impede que os profissionais que já atuem no mercado procurem o curso para se atualizar com tendências
ADMISSÃO
Os processos seletivos variam, mas geralmente são analisados o histórico escolar e o currículo do candidato, que ainda pode passar por uma entrevista pessoal com o coordenador do departamento da instituição de ensino
CONCLUSÃO
Para ganhar o certificado, o aluno deve elaborar e entregar um trabalho de conclusão de curso, utilizando-se dos conhecimentos científicos e técnicos adquiridos durante todo o programa. É bom dar preferência a algum tema que combine com o objetivo profissional e seja útil ao mercado. O aluno deve usar a monografia para demonstrar quais foram as qualidades e as habilidades específicas adquiridas e desenvolvidas durante o curso de especialização
Especialização: Modalidade é ideal para entrar em clima de pós
Com variado cardápio de cursos, maior desafio é atestar qualidadeINGRID TAVARES
Colaboração para a Folha
Engana-se quem pensa que o fim da graduação traz alívio para os formandos. Encerrado o ciclo, dúvidas e incertezas povoam a mente dos que acabaram de entrar no mercado.
Para turbinar as habilidades e o conhecimento que foram adquiridos na graduação, muitos dos que acabaram de ingressar no mercado de trabalho já começam a ficar de olho em uma especialização.
Isso porque os cursos são moldados com foco nas necessidades do mercado, não são tão sisudos quanto as pós "stricto sensu" e têm curta duração.
Mas nem tudo é tão simples. Escolher uma especialização de qualidade não é fácil, já que, ao contrário do que acontece com as pós "stricto sensu", elas não são avaliadas pela Capes.
Elas são analisadas somente para saber se todas as normas e regras do Ministério da Educação estão sendo cumpridas.
Algumas delas: se a instituição é credenciada, se um terço do corpo docente tem titulação de mestre ou doutor, se tem pelo menos 360 horas/aula e se há defesa de trabalho de conclusão de curso.
"Pode-se dizer que houve até uma precipitação, por não se entender o significado e a dinâmica dos cursos de especialização, ao imaginar que era possível fazer uma avaliação como se faz com os cursos de graduação e 'stricto sensu'", afirma Orlando Pilate, assessor do departamento de supervisão de ensino superior da Sesu (Secretaria de Educação Superior).
"Os cursos devem ser ágeis e rápidos para atender melhor a interesses específicos, reformulando objetivos e renovando seu conteúdo", completa.
Essa suscetibilidade ao vaivém do mercado, porém, tem dificultado a busca do arquiteto Arthur Enrico Tavola, 25, pela especialização ideal.
Já durante a faculdade, ele quis conhecer melhor a área de acessibilidade urbana para deficientes físicos. Mesmo com objetivo claro, Tavola ainda não achou o curso certo.
"Por uma necessidade de mercado, os cursos têm ficado tão específicos que não conseguem mais fechar turmas", reclama Tavola.
Sem cadastro
Como é a demanda que dita as regras do jogo, resta ao Ministério da Educação cadastrar e disponibilizar aos alunos um banco de dados sobre as especializações disponíveis. Segundo um levantamento do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), são mais de 16 mil em todo o país.
O site com esses dados deveria ter entrado no ar em abril do ano passado, mas isso não aconteceu. "O atraso provavelmente ocorreu por problemas técnicos da reformulação do sistema de cadastro do Inep", explica Pilate, completando que a efemeridade de alguns cursos também contribuiu.
O PERFIL DA PÓS
O QUE ÉCurso com foco no mercado, para aprimorar conhecimentos adquiridos na graduação. Tem curta duração
HORAS/AULA
Na especialização, a carga horária mínima é de 360 horas/aula, e a máxima, de 550 horas/aula. Não são contabilizadas aulas de orientação para o trabalho de conclusão
PARA QUE SERVE
O objetivo é intensificar o domínio científico e técnico do profissional e especializá-lo em uma área do saber
PERFIL DO ALUNO
Recomendado para quem procura se capacitar para o mercado de trabalho, fazer contatos, profissionais ou acadêmicos, e incrementar o currículo. Mas também pode ter um caráter de educação continuada, reciclando conhecimentos de quem trabalha
QUANDO FAZER
Em geral, logo após o término da graduação, para aprimorar os conhecimentos. Mas nada impede que os profissionais que já atuem no mercado procurem o curso para se atualizar com tendências
ADMISSÃO
Os processos seletivos variam, mas geralmente são analisados o histórico escolar e o currículo do candidato, que ainda pode passar por uma entrevista pessoal com o coordenador do departamento da instituição de ensino
CONCLUSÃO
Para ganhar o certificado, o aluno deve elaborar e entregar um trabalho de conclusão de curso, utilizando-se dos conhecimentos científicos e técnicos adquiridos durante todo o programa. É bom dar preferência a algum tema que combine com o objetivo profissional e seja útil ao mercado. O aluno deve usar a monografia para demonstrar quais foram as qualidades e as habilidades específicas adquiridas e desenvolvidas durante o curso de especialização