Educação

GUIA DA PÓS-GRADUAÇÃO

28/01/2007

Mestrado acadêmico: Curso forma pesquisador e qualifica para o mercado

Etapa é início da carreira acadêmica e dá diferencial a quem já trabalha

MARIANA IWAKURA
Colaboração para a Folha


O aluno de mestrado geralmente tem em mente seguir carreira acadêmica. Depois de se tornar mestre, emenda o doutorado e pode dar aulas no ensino superior. "É um indivíduo que quer continuar as atividades de pesquisa", diz Marilza Cunha Rudge, pró-reitora de pós-graduação da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho).

Essencialmente, o mestrado acadêmico aperfeiçoa o profissional em alguma área. Por isso prepara para a academia, mas também é útil para quem quer complementar a formação e atuar fora da universidade.

A pró-reitora de pós-graduação da Unicamp, Teresa Atvars, dá exemplo de como o mestrado pode virar aperfeiçoamento profissional: um engenheiro que queira se aprofundar em cálculos estruturais pode fazer o mestrado e sair qualificado para atuar nesse campo.

A atividade de pesquisa trará outras vantagens. "Ele saberá enfrentar problemas novos, para os quais ainda não há uma solução estabelecida", avalia.

Ela lembra que o termo "acadêmico" não significa, como muitos pensam, que é um curso em que os temas não têm aplicação ou estão distantes dos problemas do dia-a-dia. "O tema da dissertação pode ser diretamente relacionado à área de atuação", sugere.

Mas essa etapa da pós-graduação não pode ser vista como "salvadora" de carreiras. "Não deve fazer mestrado a pessoa que acha que essa é a única saída", opina Márcio Pimentel, decano de pesquisa e pós-graduação da UnB (Universidade de Brasília). "Enquanto o aluno está desempregado, 'agarra'-se em uma bolsa. Quando arranja emprego, larga a pós."

Formando o mestre

Enquanto estiver no mestrado, o aluno deverá ter em mente que grande parte do sucesso do projeto está na mão dele. "Ao contrário da graduação, que é informativa, a pós é formativa: o aluno terá de fazer muita coisa sozinho", avisa José Fernandes de Lima, ex-diretor de programas da Capes e atual secretário de educação do Estado de Sergipe.

Os candidatos não podem esquecer a preparação para o processo seletivo. Isso inclui passar por provas, análise de currículo e de histórico escolar e, em alguns casos, apresentação de um pré-projeto de pesquisa.

Para Rudge, as maiores deficiências dos candidatos aparecem na prova de idioma estrangeiro, que pode ser eliminatória, e na hora de provar os conhecimentos na área.

De acordo com Pimentel, outro momento complicado é a prova oral. Exigida em algumas seleções, revela quanto o candidato consegue defender um argumento. "Alguns têm dificuldade para encadear idéias. Um bom professor precisa ter facilidade para se expressar."

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