Morar
30/03/2007
por BENEDITO ABBUD
Você pode se munir de luvas, diferentes tipos de ferramentas, vasos, adubos, mudas, sementes e toda a parafernália necessária para começar a semeadura, mas tudo isso não vai adiantar nada se não houver um planejamento do jardim. Anos depois, quando a sua árvore estiver robusta e maravilhosa, você corre o risco de sofrer com folhas nas calhas, ter sua vista mais bonita escondida pelo excesso de vegetação ou sombrear áreas da casa que clamam por luz.
No paisagismo, a beleza é apreendida por todos os sentidos: visão (formas, flores e cores), paladar (frutas, chás e temperos), audição (canto dos pássaros atraídos pelas frutíferas, murmúrio das águas), olfato (aroma das flores e folhas) e tato (texturas).
Não é preciso formação em botânica para construir um jardim que desperte todos os sentidos, mas é importante gostar da proximidade com a natureza e ter muita força de vontade. Sim, porque não se faz jardim sem dedicação e entrega. Como todo ser vivo, ele necessita de cuidados constantes. Você vai plantar, regar, podar, nutrir e acompanhar todas as fases do processo. É trabalho, mas é também uma troca que traz imenso prazer.
O passo seguinte é definir o uso do jardim conforme os gostos e costumes dos moradores. Tomar sol, ler, refrescar-se e receber amigos ao ar livre, por exemplo, são atividades que requerem equipamentos como espreguiçadeiras, ducha, cadeiras confortáveis, iluminação adequada _quem sabe churrasqueira e forno de pizza.
A dica é usar papel e lápis para distribuir esses elementos no ambiente e contorná-los com vegetação. Nesse exercício, você vai perceber, por exemplo, que o lugar para tomar sol pede uma palmeira, que não fornece tanta sombra, ao contrário do cantinho da leitura, que fica perfeito sob uma árvore frondosa.
Também é o momento de pensar na vegetação ideal para esconder muros e contruções ao redor da casa. As cercas vivas ampliam a sensação de verde e geram um aconchego natural. Camélias (rosa ou branca), murtas e ligustros; trepadeiras como a unha-de-gato e treliças como suporte para espécies que têm flores como tumbérgias, ipoméias e jasmins são as mais usadas.
As frutíferas (pitangas, jabuticabas e romãs) e as floríferas aromáticas (magnólia e jasmim-manga) são ideais para vasos ao redor de ambientes de estar, porque atraem vários tipos pássaros e perfumam.
Caso o lugar dedicado ao jardim seja amplo, é possível planejar um percurso com caminhos agradáveis. Como um túnel de bambu que leve à descoberta de um gramado amplo e arejado, ideal para jogos.
Vale despertar as sensações, jogando com espaços fechados e sombreados intercalados por outros amplos e ensolarados. Isso provoca surpresa e bem-estar.
Nessa etapa, o importante é definir o jardim dos seus sonhos. Ele é cheio de árvores floridas? Ou é pequeno e aromático? Hoje, é comum colocar vasos rodeados por seixos ou árvores como jabuticabeiras e pitangueiras em varandas. Ervas e temperos são também práticos.
Se espaço não for problema, é possível pensar em mais (e maiores) elementos. A partir daí, busca-se a solução viável com viveiristas, vendedores de mudas do Ceagesp ou técnicos da área. Com o seu desejo e a experiência desses profissionais, um novo jardim está para nascer: o seu.
Terra: Segredos de um jardim
O que é preciso fazer para criar um refúgio verdejante e colorido no quintalpor BENEDITO ABBUD
Rogério Canella/Folha Imagem |
Jardim com projeto de Klára Anna Kaiser Mori no bairro do Pacaembu |
No paisagismo, a beleza é apreendida por todos os sentidos: visão (formas, flores e cores), paladar (frutas, chás e temperos), audição (canto dos pássaros atraídos pelas frutíferas, murmúrio das águas), olfato (aroma das flores e folhas) e tato (texturas).
Não é preciso formação em botânica para construir um jardim que desperte todos os sentidos, mas é importante gostar da proximidade com a natureza e ter muita força de vontade. Sim, porque não se faz jardim sem dedicação e entrega. Como todo ser vivo, ele necessita de cuidados constantes. Você vai plantar, regar, podar, nutrir e acompanhar todas as fases do processo. É trabalho, mas é também uma troca que traz imenso prazer.
O passo seguinte é definir o uso do jardim conforme os gostos e costumes dos moradores. Tomar sol, ler, refrescar-se e receber amigos ao ar livre, por exemplo, são atividades que requerem equipamentos como espreguiçadeiras, ducha, cadeiras confortáveis, iluminação adequada _quem sabe churrasqueira e forno de pizza.
A dica é usar papel e lápis para distribuir esses elementos no ambiente e contorná-los com vegetação. Nesse exercício, você vai perceber, por exemplo, que o lugar para tomar sol pede uma palmeira, que não fornece tanta sombra, ao contrário do cantinho da leitura, que fica perfeito sob uma árvore frondosa.
Também é o momento de pensar na vegetação ideal para esconder muros e contruções ao redor da casa. As cercas vivas ampliam a sensação de verde e geram um aconchego natural. Camélias (rosa ou branca), murtas e ligustros; trepadeiras como a unha-de-gato e treliças como suporte para espécies que têm flores como tumbérgias, ipoméias e jasmins são as mais usadas.
As frutíferas (pitangas, jabuticabas e romãs) e as floríferas aromáticas (magnólia e jasmim-manga) são ideais para vasos ao redor de ambientes de estar, porque atraem vários tipos pássaros e perfumam.
Renato Stockler/Folha Imagem |
Projeto de jardim de inverno da arquiteta Glaucya Taraskevicius |
Vale despertar as sensações, jogando com espaços fechados e sombreados intercalados por outros amplos e ensolarados. Isso provoca surpresa e bem-estar.
Nessa etapa, o importante é definir o jardim dos seus sonhos. Ele é cheio de árvores floridas? Ou é pequeno e aromático? Hoje, é comum colocar vasos rodeados por seixos ou árvores como jabuticabeiras e pitangueiras em varandas. Ervas e temperos são também práticos.
Se espaço não for problema, é possível pensar em mais (e maiores) elementos. A partir daí, busca-se a solução viável com viveiristas, vendedores de mudas do Ceagesp ou técnicos da área. Com o seu desejo e a experiência desses profissionais, um novo jardim está para nascer: o seu.
Equilíbrio
Para aproveitar todo o potencial do verde na escolha da vegetação, seguir uma ordem ajuda no processo de desenvolvimento do jardim. Volume e forma vêm primeiro, porque dizem respeito ao espaço; depois é a vez de pensar nas cores e nas texturas e, finalmente, no mesmo patamar, estão aromas e sabores.
1 Volumes e formas: árvores, palmeiras, arbustos, cercas vivas, herbáceas e forrações
2 Cores e texturas: flores, diferentes verdes das folhas, caules, raízes aéreas (que brotam do caule da planta)
3 Aromas: flores e folhas
4 Sabores: frutas, chás e temperos
BENEDITO ABBUD é arquiteto e paisagista
Para aproveitar todo o potencial do verde na escolha da vegetação, seguir uma ordem ajuda no processo de desenvolvimento do jardim. Volume e forma vêm primeiro, porque dizem respeito ao espaço; depois é a vez de pensar nas cores e nas texturas e, finalmente, no mesmo patamar, estão aromas e sabores.
1 Volumes e formas: árvores, palmeiras, arbustos, cercas vivas, herbáceas e forrações
2 Cores e texturas: flores, diferentes verdes das folhas, caules, raízes aéreas (que brotam do caule da planta)
3 Aromas: flores e folhas
4 Sabores: frutas, chás e temperos