Heróis

Primeiro de uma série de grande triplistas do Brasil -Nelson Prudêncio, João do Pulo e Jadel Gregório vieram na sua cola--, Adhemar Ferreira da Silva é um dos seis atletas brasileiros a conquistar duas medalhas de ouro em Jogos Olímpicos.

Até Atenas-2004, ele era o único detentor dessa marca, obtida com as vitórias no salto triplo em Helnsique-1952 e Melbourne-1956. Na Grécia, no entanto, os iatistas Robert Scheidt, Torben Grael e Marcelo Ferreira e os jogadores de vôlei Giovanne e Maurício conseguiram se igualar ao triplista.

Após uma primeira experiência olímpica em Londres-1948, quando ficou longe do pódio, Adhemar saltou 16,22 m em Helsinque-1952 e quebrou o recorde mundial da prova. Quatro anos depois, na Austrália, precisou superar uma dor de dente e o islandês Vilhajálmur Einarsson para chegar ao seu segundo ouro, com a marca de 16,35 m.

A marca mais expressiva da carreira do brasileiro --16,56 m-- foi obtida nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México-1955, quando ele conquistou o segundo dos seus três ouros na história da competição, já que venceu também Buenos Aires-1951 e Chicago-1959.

Após encerrar a carreira na Olimpíada de Roma, Adhemar Ferreira da Silva abandonou a imagem de atleta e assumiu o posto de intelectual. Ele se formou em direito, jornalismo, educação física e relações públicas, foi Adido Cultural na embaixada brasileira em Lagos, na Nigéria, e participou como ator do filme Orfeu Negro, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes e do Oscar de melhor filme estrangeiro.