Esporte
Topo

História

AP
Panteras negras protestam contra desigualdade racial em pódio dos Jogos
Panteras negras protestam contra desigualdade racial em pódio dos Jogos

Revolução cultural na China, protestos estudantis na França, assassinato de Robert Kennedy e Martin Luther King nos Estados Unidos, "Primavera de Praga" na Tchecoslováquia. O movimento olímpico não poderia ficar de fora da série de eventos que "aceleraram a história" em 1968.

A representação olímpica do intenso momento sócio-cultural vivido naquele ano foram os "panteras negras", grupo de atletas que utilizaram o pódio dos Jogos da Cidade do México para lutar contra a desigualdade racial.

Na final dos 200 m rasos, Tommie Smith e John Carlos, respectivamente campeão e vice da prova, subiram ao pódio de pés descalços usando luvas negras em uma das mãos e, quando a bandeira da pátria foi içada e o hino dos EUA tocado, levantaram os punhos com as luvas, enquanto abaixavam a cabeça para não ouvir o símbolo nacional.

Os primeiros Jogos no Terceiro Mundo também causaram a revolta da população local, que promoveu várias passeatas contra o gasto excessivo no evento, enquanto milhares de pessoas passavam fome e a desigualdade social assolava o país. O movimento foi fortemente reprimido, com cerca de cem pessoas mortas nos confrontos com a polícia.

A Olimpíada mexicana foi marcada ainda pelas quebras de recordes. O ar rarefeito da cidade (2.400 m acima do mar) foi o maior responsável pela superação de 68 marcas mundiais e 301 olímpicas. Exemplo do alto desempenho foi o atletismo --com exceção das provas de fundo, prejudicadas pelo ar rarefeito.

Medalhas Ouro Prata BronzeTotal
1. EUA452834107
2. União Soviética29323091
3. Japão117725
4. Hungria10101232
35. Brasil0123
Confira o quadro de medalhas completo

Destaque

Destaque VERA CASLAVSKA
A ginasta tcheca conquistou 4 ouros (individual geral, barras assimétricas, exercícios de solo e salto sobre o cavalo).

Brasil

Destaque O Brasil ganhou três medalhas: uma prata no salto triplo com Nelson Prudêncio (foto) e mais dois bronzes, na classe flying dutchman do iatismo, com a dupla Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes, e no peso mosca do boxe, com Servílio de Oliveira.

Curiosidades

  • Os Jogos da Cidade do México-68 foram os primeiros a ter controle de dopagem e de feminilidade na história. Somente um atleta foi eliminado por testar positivo a substâncias proibidas --o sueco Hans-Gunnar Liljenvall, do pentatlo moderno, por excesso de álcool.
  • O norte-americano George Foreman conquistou os ouro dos peso-pesados. Depois, seria campeão mundial profissional sobre Joe Frazier, ouro entre os pesados na Olimpíada de Tóquio-1964. Foreman teve uma das mais longas e vitoriosas carreiras como profissional.
  • Apesar do ouro no salto em altura, mas sem recorde mundial, Dick Fosbury entrou para a história por ter inventado o "fosbury flop", técnica então revolucionária em que o atleta salta de costas, passando primeiro a cabeça e as pernas por último sobre a barra.
  • O norte-americano Al Oerter conseguiu uma inédita quarta medalha de ouro consecutiva em uma mesma prova do atletismo --no arremesso de disco. Seu feito só seria igualado por seu compatriota Carl Lewis, em Atlanta-96, quando ele ganhou o tetra no salto em distância.
  • O japonês Akinori Nakayama foi o principal destaque da ginástica artística no México, com seis pódios (quatro de ouro, uma de prata e uma de bronze). Pela União Soviética, brilhou Mikhail Voronin, que somou dois ouros, quatro pratas e um bronze.

FolhaShop

Digite produto
ou marca

 
[an error occurred while processing this directive]