História
Kurt Strumpf/AP |
Terrorista palestino aparece em terraço da Vila Olímpica de Munique |
A segunda edição de Jogos Olímpicos sediada na Alemanha teve, assim como a primeira, acabou ofuscada por ações que nada têm a ver com o esporte. Se a Olimpíada de Berlim-1936 ficou conhecida por Hitler e pelo nazismo, Munique-1972 entrou para a história graças a um atentado terrorista que matou 11 membros da delegação israelense.
No dia 5 de setembro, oito terroristas palestinos conseguiram penetrar na Vila Olímpica e mataram dois atletas israelenses e transformaram outros nove em reféns. Depois de negociações, ficou decidido que os terroristas teriam um avião a sua disposição e o direito de viajarem para o Egito, que os receberia sem punições.
A polícia de Munique, contudo, montou uma emboscada no aeroporto a fim de frustar a fuga. Os palestinos, no entanto, perceberam a armadilha e um deles arremessou uma granada no aparelho em que estavam os israelenses.
Os Jogos, que já haviam sido suspensos por 34 horas devido ao atentado, por pouco não acabaram cancelados. O presidente do Comitê Organizador dos Jogos, Willi Daume, chegou a pedir o fim da competição, mas o COI preferiu manter a disputa.
O crescimento da participação feminina em Olimpíadas alcançou um marca histórica em Munique-1972, quando pela primeira vez mais de 1.000 mulheres competiram por medalha.
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Destaque
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Brasil
O Brasil voltou de Munique-1972 com duas medalhas de bronze. Vice-campeão na Cidade do México-1968, Nélson Prudêncio ficou em terceiro no salto triplo. O judô conquistou a primeira medalha entre os meio-pesados, com Chiaki Ishii (foto). |
Curiosidades
- No futebol, mais uma vez o Brasil foi eliminado logo na primeira fase, com uma derrota para o Irã por 1 a 0. Jogavam no time Falcão e Dirceu. Todos os semifinalistas eram do Leste Europeu: Polônia (ouro), Hungria (prata), URSS e Alemanha Oriental (dividiram o bronze).
- A sequência de 16 vitórias norte-americana no salto com vara foi interrompida pelo alemão Wolfgang Nordwig. O maior motivo foi a proibição, sem explicação, da utilização das varas de fibra de carbono pela Iaaf. Exceção, Nordwig não era adepto a esse material.
- Considerado o melhor pugilista amador da história, o cubano Teófilo Stevenson receberia depois da vitória entre os pesados --e recusaria-- uma oferta de US$ 2 milhões para se profissionalizar. Ele ainda seria ouro nos Jogos de Montréal-1976 e de Moscou-1980.
- Um estudante alemão entrou no trajeto da maratona a poucos metros do estádio. Com o uniforme do país, foi recebido com aplausos delirantes, mas os oficiais perceberam a farsa e o retiraram. Sem entender, o público vaiou a entrada de Frank Shorter (EUA), vencedor.
- A alemã Ulrike Meyfarth, 16, tornou-se a mais jovem vencedora do atletismo, no salto em altura. Ela, no entanto, fracassaria na disputa em Montréal-76 e ficaria de fora de Moscou-80 devido ao boicote. Meyfarth voltaria a ganhar a prova em Los Angeles-84.