História
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Foto mostra seqüência de movimentos da ginasta Nadia Comaneci |
Os Jogos Olímpicos de 1976, realizados em Montréal, no Canadá, ficaram marcados por dois aspectos. No quadro político, destaque para o primeiro grande boicote do evento. Na competição em si, a delegação norte-americana teve o pior desempenhos de sua história.
Pouco antes do evento, a seleção neozelandesa de rúgbi havia realizado uma excursão à África do Sul, que na época estava suspensa de todas as competições internacionais, em razão de sua legislação racista, o Apartheid. O Congo, através de seu dirigente Jean-Claude Ganga, pediu ao COI que excluísse os neozelandeses do evento, mas a entidade não deu a menor atenção, dando início ao boicote do país.
O boicote do Congo ganhou volume semanas antes da Olimpíada, quando a polícia sul-africana promoveu um massacre em Soweto, região habitada por negros, revoltando os demais países da África. Então, 16 nações africanas, mais a Guiana sul-americana e o Iraque resolveram se retirar.
Antes disso, apenas a Tanzânia havia apoiado o boicote. Após o incidente em Soweto, Camarões, Egito, Marrocos e Tunísia também aderiram, mas alguns atletas já tinham participado de algumas provas antes de deixarem o certame.
Os Estados Unidos, que também chegaram a ameaçar um boicote devido à exclusão de Taiwan -por questão diplomática-- ficaram em terceiro lugar nos Jogos --colocação que só seria repetida em Seul-1988. A campeã foi a União Soviética, seguida da Alemanha Oriental.
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Destaque
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Brasil
Repetindo o desempenho de Roma-1960 e Munique-1972, o Brasil obteve duas medalhas de bronze em Montréal-1976. Uma delas veio do salto triplo, com João do Pulo (foto), e a outra na classe flying dutchman, com Reinaldo Conrad e Peter Ficker |
Curiosidades
- O nadador soviético Sergei Nemanstov deixou a vila olímpica num dia de folga e nunca mais voltou. Dirigentes soviéticos acusaram o canadense George Magiljanski, funcionário do comitê organizador, de liderar uma quadrilha que facilitava fugas. Magiljanski acabou demitido.
- Três atletas deixaram os Jogos com quatro ouros: o ginasta soviético Nikolai Andrianov (ganhou ainda duas pratas e um bronze), o nadador norte-americano John Naber (conquistou ainda uma prata) e a nadadora alemã-oriental Kornelia Ender (ganhou também uma prata).
- Nos 800 m rasos feminino, as quatro primeiras colocadas completaram a prova em menos de 1min56s e bateram o recorde mundial. A primeira colocada, a soviética Tatyana Kazankina venceu também os 1.500 m --a única a conseguir dois ouros no atletismo de Montréal.
- Os irmãos Michael e Leon Spinks foram campeões no médio e meio-pesado, respectivamente. Posteriormente, os dois seriam campeões mundiais dos pesados como profissionais. Outro destaque foi o norte-americano "Sugar" Ray Leonard, ouro no meio-médio-ligeiro.
- As alemãs-orientais dominaram totalmente as provas de natação em 1976, com 11 ouros em 13 contendas. O país comunista só não colocou uma atleta no alto do pódio no revezamento 4 x 100 m livre, vencido pelos EUA, e nos 200 m peito, ganho pela soviética Marina Kosheveya.
- Na cerimônia de encerramento da Olimpíada de Montréal, o estudante Michel LeDuc invadiu o gramado do estádio completamente nu e dançou diante da platéia por cerca de dois minutos, antes de ser detido pelos policiais canadenses.