Marion Jones


Alexander Karelin


Maria Olaru


Lance Armstrong


Hamish Carter


Maurice Greene


Steve Redgrave


Ronaldinho


Patrick Rafter


Javier Sotomayor


Ian Thorpe


O Pacífico vai à guerra das medalhas

 


HAMISH CARTER
Triatlo-Nova Zelândia

O homem de ferro
atrás do ouro n°1


Vizinho australiano é destaque no esporte estreante, "menos monótono que a maratona"

Divulgação
Hamish Carter, que vai nadar, pedalar e correr rumo ao primeiro ouro olímpico


JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC


‘‘Ganhando medalha ou não, vamos estar fazendo história.’’

A afirmação de Hamish Carter, 29, um dos principais triatletas do mundo, é compreensível. Pela primeira vez na história, o triatlo será disputado na Olimpíada e não como esporte de exibição.

Modalidade nova surgiu no final dos anos 70 e chegou ao Brasil apenas no começo dos 80, o triatlo exige do competidor três tarefas: nadar, pedalar e correr.

Terá, em Sydney, seu grande teste de popularidade. ‘‘Acho que será um sucesso. Na Nova Zelândia e na Austrália, o triatlo é tão visto como as provas de maratona, com a vantagem de, englobando três esportes em um, não ter nada de monotonia’’, comentou Carter em e-mail à Folha.

Segundo o triatleta, que é neozelandês e um dos favoritos para levar o ouro entre os homens, ele começou a competir depois de ver, pela TV, o Ironman. A prova, realizada anualmente no Havaí, dá ao ganhador o título de ‘‘Homem de Ferro’’.

Apesar de o percurso na água ser mais curto 1,5 km no mar, 40 km pedalando e 10 km de corrida, Hamish diz que o competidor tem de manter a regularidade nas três etapas.

‘‘Se for só razoável em uma delas, pode desistir dos primeiros lugares’’, explicou o triatleta, que foi considerado o melhor do mundo na modalidade em 1998.

No ano passado, admite ter caído de rendimento, mas agora se considera de volta ao nível anterior. “Meu técnico (Jack Ralston) é muito bom e estou me saindo nos treinamentos exatamente como queríamos.’’

Ele diz que a prova exige muita concentração, velocidade e resistência. Mas também cuidados ao passar de uma etapa para outra. ‘‘Até a saída da água tem que ser bem planejada. A troca de roupa (traje de banho substituído pelas vestimentas de ciclista) é feita em segundos.’’

Apesar de ter elogiado o brasileiro Leandro Macedo e o argentino Oscar Galindez, que mora em Santos, Carter acha que seus maiores adversários serão os australianos. Cita Christopher McCormack e Chris Hill, ambos do país-sede dos Jogos Olímpicos, como ‘‘atletas fenomenais’’.

Após a competição, prevê um boom no esporte não só na Oceania, onde já o considera uma realidade, mas também em outros continentes. ‘‘Um dos primeiros a ganhar medalha serão as triatletas (triatlo feminino), logo depois da cerimônia de abertura. Isso é sinal de audiência no mundo todo’’, afirmou.

Sobre acusações de doping que assolam o esporte, diz que a preocupação é legítima e lembra o comentário de um ex-integrante do Comitê Olímpico dos EUA, para quem metade dos atletas do país em Atlanta teria competido sob efeito de substâncias proibidas.

‘‘É ruim, pois tira a credibilidade. Mesmo se não for verdade, a suspeita fica lançada. Na Olimpíada é ainda pior, porque a pressão pelo resultado pode levar um atleta a fazer besteira’’, concluiu Carter, que também se destaca no remo e na prática do golfe.


OS HERÓIS OLÍMPICOS
Popperfoto

Londres-1948

A dona-de-casa holandesa Fanny Blankers-Koen, atleta demolidora de recordes nas horas vagas, é o grande nome dos Jogos. Treinada pelo marido e com os filhos na arquibancada, levou quatro ouros para seu lar.

Berlim-1936

Na Olimpíada nazista de Hitler, o mair personagem dos Jogos foi um negro chamado Jesse Owens. Owens liderou a equipe americana de "inferiores e não-arianos" que ganharam as principais provas de atletis


Leia mais: O romântico do atletismo