ESPECIAL PARA A FOLHA

O espírito pop está de volta ou nunca saiu de cena, desde os anos 60? É a discussão do momento, pano de fundo da exposição "Les Années Pop", patrocinada pela Gucci no Centro Georges Pompidou de Paris.
Estratégias de marketing à parte (ligação definitiva entre os mercados da arte e da moda, revalorização de um período que interessa diretamente ao Grupo Gucci, desde a aquisição da Yves Saint Laurent), parece cada vez mais claro que jovens criadores e artistas das mais diversas áreas continuam atualizando boa parte da "atitude pop" diante da criação: apropriação de objetos-ícones da sociedade de consumo, utilização de técnicas de reprodução, duplicatas de documentos e imagens difundidos pela mídia, uso de cores violentas e de temas populares...
Se pensarmos em alguns expoentes da arte e da moda dos anos 90 (Jeff Koons, Damien Hirst e seu restaurante-farmácia, John Galliano, Viktor & Rolf), o paralelo é inevitável, embora, para os críticos, falte aos modernos de hoje um ingrediente definitivo do pop em si: o olhar crítico sobre o mundo.
Para reatualizar as suas referências, passeie pelas gôndolas de latarias do seu supermercado preferido, ouça Velvet Underground, grupo-síntese da música pop de vanguarda formado no final de 1965, mais uma das invenções do multimídia Warhol e de sua fábrica de criatividade, a Factory.
Dê preferência ao disco "The Velvet Underground and Nico", o da banana na capa, de 1967, com a participação da deliciosa atriz e cantora alemã Nico e sua voz intimista mas intensa.
E lembre-se: o pop é fun, é performance, happening. É uma relação de amor e ódio com os EUA e sua bandeira, é a Swinging London e são os psicodélicos Beatles de "Sgt. Pepper's", tudo isso numa grande assemblage que hoje chamamos de mix -o pop já era pós-moderno (ou o pós-moderno não passa de pop remasterizado?). (DARIO CALDAS)


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