São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2001


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HISTÓRIA
Surgida na península Arábica, a religião ultrapassou as fronteiras da região e hoje os países de maior população muçulmana estão na Ásia

Islamismo viveu 800 anos de expansão

DA REDAÇÃO Surgido no século 7º, como a última das religiões monoteístas, o islamismo viveu um período de expansão que durou 800 anos, ultrapassando as fronteiras da península Arábica. Atualmente, os maiores países muçulmanos não são árabes: Indonésia, Paquistão e Bangladesh, todos na Ásia.
Vários fatores contribuíram para essa propagação rápida, entre eles as disputas que levaram o fundador da religião, o profeta Muhammad, a ser expulso de Meca, na época o principal entreposto comercial da Arábia Saudita e centro de peregrinação devido a seu santuário, a Caaba -hoje o local mais sagrado do islamismo.
Refugiado na cidade de Medina, Muhammad organizou seus seguidores num exército que, no ano de sua morte, 632, já dominava a maior parte da península Arábica. Os califas que o sucederam continuaram a conquista, aproveitando-se do enfraquecimento, a oeste, do Império Romano, e, a leste, do Império Persa.
No ano 711, os chefes muçulmanos atravessaram o estreito de Gibraltar e dominaram boa parte da Espanha. No Oriente, ao lado da atuação de guerreiros e missionários, a atividade de comerciantes muçulmanos ajudou a propagar o islã na Índia e até as regiões das atuais Indonésia e Malásia.
Depois dos embates das Cruzadas, o segundo choque dos muçulmanos com a Europa veio com a expansão colonial sobre a África, a Ásia e o Oriente Médio. A força militar, econômica e cultural das potências européias lançou os países de maioria islâmica numa onda de choque.
Hoje, é em relação ao Ocidente que se definem muitos governos e movimentos islâmicos. Recentemente, o ensaísta de origem palestina Edward Said, professor da Universidade de Columbia (EUA), fez uma crítica dura das nações árabes, berço do islamismo: "Há uma ausência de democracia. A cultura está regredindo para uma espécie de nacionalismo passadista ou fundamentalismo religioso. Diria que somos o único grupo importante que não passamos nos últimos anos por uma renovação."


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