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PENHA

Preocupação com transporte caiu pela metade em quatro anos, chegando a 4%; para usuários, lotação aliviou demanda

Região que quer próximo
prefeito priorize saúde

Antonio Augusto/Folha Imagem
Leitos vazios em hospital desativado na Vila Matilde

DA REPORTAGEM LOCAL

Madrugada de 31 de dezembro, réveillon do ano 2000. O irmão do professor de administração de empresas Carlos Augusto dos Santos, 41, passa mal.

Alcoólatra, bastante debilitado, ele omeça a ter uma hemorragia. Carlos Augusto o leva para o Hospital Planalto, em Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo.

Chegando ao hospital, Carlos Augusto não consegue nem uma maca. O irmão fica esperando atendimento em uma cadeira de rodas. Morre. Naquele dia, faltavam médicos.

“Meu irmão estava em estado terminal, mas, quando o vi morrer no hospital, não me senti um cidadão”, diz o professor. “Não tenho raiva, os médicos não têm culpa. Eles se esforçaram muito, mas o hospital é caótico, não tem recursos nem mão-de-obra.”

Para que casos como esse não se repitam, 44% da população da região da Penha, que engloba o bairro de Ermelino Matarazzo, afirmaram que a saúde deve ser a prioridade da próxima administração municipal, de acordo com a pesquisa do Datafolha.

No plano municipal, a região da Penha possui três hospitais, um hospital para tratamento de Aids, outro para o tratamento de doentes mentais e dez UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

Para Alcides Oliveira, 37, que trabalha na Sociedade Amigos de Ermelino Matarazzo, a raiz do atendimento precário está “nos problemas administrativos do PAS”. Mais de uma vez ele ou seus familiares não tiveram um atendimento condigno nos hospitais que ficam na região.

“Da última vez, minha irmã levou a filha dela com 40C de febre e demorou três horas para ser atendida. A maior parte dos médicos ficou assistindo televisão”, diz. Para ele, isso só confirma o fato de que “a população carente é a que sofre mais”.

Transporte

Um dado interessante levantado pela pesquisa do Datafolha diz respeito ao transporte público. Se comparada com pesquisa semelhante realizada em 1996, a preocupação dos moradores da região da Penha caiu pela metade.

Apenas 4% dos entrevistados vêem hoje o transporte como principal problema do bairro. Esse número era de 8% em 1996.
Alcides Oliveira atribui esse fato ao aumento das lotações. “O transporte melhorou. Com a vinda dos perueiros, nós passamos a ter uma opção a mais”, diz.

Mesmo com a melhora, ele ainda tem algumas críticas. “Devido à grande demanda aqui do bairro, o que tem mais é perueiro clandestino. Isso porque a prefeitura não abre espaço para regulamentar o serviço. Além disso, precisaria de um pouco de reciclagem para os perueiros. Alguns deles são bem ruins”, diz.

A secretária Andréa Soares Cardoso, 28, diz que as peruas aliviaram a falta de transporte, mas que o problema ainda está longe de ser resolvido. Todos os dias, para ir ao trabalho, ela pega uma perua até a estação Artur Alvim e de lá pega o metrô.

“Não dá para escolher. Como os ônibus passam lotados, pego até perua clandestina”, afirma. “No entanto, o que não está nada melhor é o metrô. É muito lotado e demorado.”
A advogada Cristiane Calderon, 28, que pega o metrô na estação da Penha, concorda com ela. “O serviço está cada vez pior”, diz. (GUILHERME WERNECK)



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