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RIO PEQUENO
Segundo
o Datafolha, 9% dos moradores da região consideram a falta de asfaltamento
e manutenção das ruas o maior problema da área
Aposentada espera asfalto há 35 anos
Dado
Galdieri/Folha Imagem
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Menina anda na av. Abílio Pereira de Almeida, que fica em Rio Pequeno
e não tem pavimentação
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DA
REPORTAGEM LOCAL
A aposentada Maria Querubina do Nascimento, 66, mudou há 35 anos
para a casa em que mora na avenida Abílio Pereira de Almeida, na
Vila São Domingos, na região do Rio Pequeno (zona sudoeste
de São Paulo).
Ela passou a ter imóvel próprio, mas, depois desses anos
todos, ainda não conseguiu realizar o sonho de chegar em casa por
uma via pavimentada.
O pesadelo de morar em uma rua sem asfalto começou quando o marido
comprou a casa sem ela saber. Quando a aposentada foi conhecer o imóvel,
ficou surpresa com o bairro, na época praticamente deserto.
As ruas não eram asfaltadas e, para piorar, havia um córrego
passando em frente ao imóvel em que moraria. Hoje, a região
está completamente habitada e a maioria das ruas, asfaltada.
A maioria, no caso, não inclui a avenida em que ela mora. A via
fica a cinco minutos da avenida Rio Pequeno, uma das principais da região
em que mora.
Nesse tempo em que moro aqui já fizemos tudo o que podíamos
para tentar conseguir o asfalto, diz a aposentada.
Fizemos abaixo-assinado, procuramos a sociedade amigos do bairro
e reunimos moradores da rua. Até o Maluf (o ex-prefeito Paulo Maluf)
e o Pitta (Celso Pitta, prefeito de São Paulo) já passaram
por aqui. Mas nada adiantou, afirma ela.
Maria Querubina mora na região agregada do Rio Pequeno, onde 9%
dos moradores apontam o calçamento, o asfaltamento e os buracos
nas vias como o segundo maior problema da área, de acordo com a
pesquisa Datafolha.
Para esses moradores, o problema é pior na região do Rio
Pequeno, comparado ao restante da cidade.
Em São Paulo, na opinião dos moradores da região
do Rio Pequeno, calçamento, asfaltamento e buracos em vias é
um problema só para 3% dos moradores _o oitavo citado pelos entrevistados.
Na região de Rio Pequeno e na cidade, o principal problema é
segurança, segundo os moradores. Nos dois casos, a resposta foi
dada por 34% dos entrevistados.
Moradores
A avenida Abílio Pereira de Almeida é dividida por um córrego
que não é canalizado e tem 300 metros de extensão.
Em resposta às reclamações dos moradores, a Administração
Regional do Butantã fez melhorias há três
anos na via, mas elas não agradaram.
Eles passaram aqui com uma máquina. Depois, jogaram uma coisa
que parecia um resto de asfalto. Agora, está do jeito que está.
Não sobrou nada daquele material que eles usaram, disse o
músico Antônio Carlos Marques Vieira, 27.
Depois do serviço, a avenida, segundo os moradores, passou a constar
como asfaltada na Administração Regional do
Butantã.
Sei de moradores que já foram reclamar da nossa situação
na regional. Eles disseram que a rua não era asfaltada ainda, mas
lá apareceu que tínhamos asfalto. A confusão nunca
foi desfeita e estamos nessa situação, diz o vigilante
Waldir José Batista, 35.
Buracos
Já fomos a diversas reuniões na regional para reclamar,
mas eles sempre prometem uma porção de coisas. Em certas
ruas da região, o asfalto está derretendo, mas nada é
feito, disse o presidente da Associação dos Comerciantes
do Rio Pequeno, José Andrade da Cruz, 61.
O comerciante também reclama de remendos feitos nas
vias após serviços feitos pela Sabesp.
Não há controle da qualidade do serviço de
recuperação, depois que eles abrem aqueles buracos. Eles
arrumam como querem e, nos lugares, os buracos reaparecem, disse
Cruz.
A opinião desses moradores diverge da de outro grupo. Segundo a
pesquisa Datafolha, 9% dos moradores (o mesmo índice dos que reclamam
de asfaltamento) dizem não haver problemas na área em que
moram (a região que agrega as vilas Jaguara e Leopoldina, Jaguaré,
Rio Pequeno e Raposo Tavares).
De acordo com o administrador da Regional do Butantã, Ronald Chalders
Pereira Mendes, há na área sob responsabilidade do órgão
66 quilômetros de ruas sem pavimentação.
A extensão de ruas sem asfalto corresponde a cerca de 10% do total
de vias que ficam no perímetro da regional (676 quilômetros
de ruas e avenidas).
Segundo o administrador, a pavimentação das ruas depende
de um cronograma definido pela Secretaria das Administrações
Regionais e não há previsão para o serviço
ser realizado. (JOÃO CARLOS SILVA)
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