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10/04/2006 - 10h30

Campeões do Santos de 1984 e 2006 apresentam semelhanças

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TALES TORRAGA
da Folha de S.Paulo

O forte era a defesa, não o ataque. O esquema de jogo mudava de acordo com o adversário, e o time fugia de declarações polêmicas. Não havia pratas da casa entre os titulares. O Santos de 2006? Não. O de 1984, o último Santos a ganhar um Paulista, com vitória de 1 a 0 sobre o Corinthians em 2 de dezembro daquele ano.

Assim como a atual equipe, a que conquistou o Estadual de 21 anos e 4 meses atrás tinha um pilar estrangeiro na defesa. Em 84, vivendo uma de suas melhores fases, o goleiro uruguaio Rodolfo Rodríguez fechou o Paulista como o menos vazado: 18 gols.

Rodríguez, então com 28 anos --a mesma idade hoje de Fábio Costa--, era considerado um dos melhores goleiros do mundo.

Comandado pelo técnico Castilho, goleiro da seleção brasileira que foi às Copas de 1950, 1954, 1958 e 1962, o Santos-84 "flutuava" sua tática de jogo entre o 4-4-2 e o 4-5-1. Na formação menos ofensiva, o meia Mário Sérgio (não o ponta que defendeu São Paulo e Palmeiras) substituía o ponta-esquerda Zé Sérgio, então se reabilitando de seguidas lesões.

A defesa em 84 terminou o Paulista sofrendo 19 gols em 38 jogos, média de 0,50 por partida. Era formada pelo lateral-direito Chiquinho, os zagueiros Márcio Rossini e Toninho Carlos e o lateral-esquerdo Toninho Oliveira. Gilberto Sorriso era o reserva.

Márcio era quem mais dava sustos nos atacantes rivais. De estilo violento, passou a semana anterior ao jogo contra o Corinthians dizendo que "arrepiaria" quem encontrasse pela frente. Deu certo. Lima, centroavante corintiano, teve atuação apagada no clássico que selou a conquista santista.

O meio de campo do Santos em 1984 não primava pela técnica, mas compensava com raça. O volante Dema alternava rompantes de criatividade com momentos dignos do mais violento dos volantes. Humberto, implacável marcador e bom passador, foi o melhor do Santos na decisão. O experiente Paulo Isidoro muitas vezes dividia a responsabilidade com Serginho e era o "motor" do time. Outro meia era Lino, discreto, emprestado pelo Flamengo.

Em seu último título estadual, o Santos viu o Corinthians ficar com a melhor ofensiva da competição: 58 gols em 38 jogos. O time de Castilho fez 54. Até Serginho, autor do gol do título de 84, era questionado.

Vivendo fase apagada, ele quase não jogou a partida decisiva contra o Corinthians porque sentia dores musculares na coxa. Entrou, fez e o gol e se livrou de um incômodo rótulo: o de falhar nas horas importantes.

Evitando declarações polêmicas antes do jogo do Corinthians, o Santos viu o rival esbanjar otimismo em busca de seu tricampeonato --fora campeão contra o São Paulo em 1982 e 1983.

Assim que José de Assis Aragão terminou o jogo, Serginho foi cercado pelos repórteres. E disparou: "Está provado! Está provado! Quem fala muito morre pela boca". E ironizou: "Não ficaria fora da final de jeito nenhum. O Corinthians é uma pedra no meu sapato. Estou aqui para tirá-la e andar tranqüilo".

Especial
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