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04/07/2006 - 18h32

Itália supera "freguesa" Alemanha e vai à sua sexta final de Copa

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THIAGO BARROS RIBEIRO
da Folha Online

Freguês é freguês. Mesmo em campo inimigo, a Itália venceu a Alemanha por 2 a 0, na prorrogação, manteve o tabu de nunca ter perdido para o adversário em competições oficiais e se classificou para sua sexta final de Copa do Mundo.

Os gols de Grosso e Del Piero ampliaram para sete o número de jogos entre as equipes em competições oficiais sem triunfos alemães, com três vitórias italianas e quatro empates. E teve um gosto especial, já que, nas últimas duas Copas, a Itália havia sido eliminada pelos anfitriões --em 1998, contra a França e, em 2002, diante da Coréia do Sul.

Agora, a "Azzurra" espera o resultado do jogo de amanhã, entre Portugal e França, em Munique, para conhecer o seu oponente na final do próximo domingo, às 15h de Brasília, em Berlim. Nas outras cinco vezes em que chegou a essa fase, a Itália perdeu apenas as duas que jogou contra o Brasil, em 1970 e 1994.

O duelo de hoje teve um primeiro tempo equilibrado. Embora os italianos tenham sido um pouco melhores, mantendo a posse de bola e tentando se aproveitar do posicionamento em linha da defesa alemã, o lance de maior perigo foi da Alemanha, com Schneider, aos 34min.

Na etapa final, o cenário mudou. O ritmo do jogo diminuiu bastante e a Alemanha passou a ficar a maior parte do tempo com a bola. Assim como a Itália, porém, não foi capaz de criar qualquer jogada mais perigosa e veio o tempo extra.

Na prorrogação, a Itália mandou duas bolas na trave da Alemanha com menos de três minutos, enquanto a Alemanha teve uma ótima chance ao final do primeiro tempo extra. Quando tudo parecia levar aos pênaltis, a Itália conseguiu dois gols relâmpagos, aos 14min e aos 16min do segundo tempo da prorrogação, com Grosso e Del Piero, e definiu sua classificação.

Com o triunfo, a Itália manteve uma invencibilidade de 32 anos em jogos de Copa na Europa, acumulando 18 vitórias e sete empates. Além disso, o técnico Marcello Lippi está invicto há 24 jogos no comando dos italianos, com 15 vitórias e 9 empates.

Pelo lado alemão, além da frustração por não ter conseguido alcançar a final do torneio que sedia, fica ainda o gosto amargo da 14ª partida sem vitórias sobre outros campeões mundiais de futebol, com nove derrotas e cinco empates, incluído aquele contra a Argentina, pelas quartas-de-final da Copa-06.

Além disso, o técnico Jürgen Klinsmann, atacante da Alemanha campeã em 1990, viu desfeito, pelo menos por enquanto, o sonho de repetir o feito do brasileiro Zagallo e do compatriota Franz Beckenbauer, campeões do mundo como jogador e treinador.

O jogo

Klinsmann confirmou a Alemanha com Kehl em substituição a Frings, suspenso, mas surpreendeu ao iniciar com Borowski no lugar de Schweinsteiger. Já Marcello Lippi manteve o time titular do jogo contra a Ucrânia, com Camoranesi no meio e Luca Toni isolado no ataque.

Aos 4min, a Itália arriscou pela primeira vez, com Totti batendo uma falta da intermediária, para defesa de Lehmann, mas a partida, como era de se esperar, foi bastante truncada nos primeiros minutos.

Aos 15min, Cannavaro mostrou porque é considerado por muitos o melhor zagueiro do Mundial, cortando uma bola perigosa na área italiana. Em seguida, Totti fez um belo lançamento para Perrotta, mas Lehmann fechou bem o ângulo e ficou com a bola.

Embora não criasse real perigo, a Itália assustava, tentando sempre se aproveitar do posicionamento em linha da defesa alemã para fazer lançamentos em profundidade. Melhor em campo, chegou de novo aos 31min, em jogada de Grosso pela esquerda, que Metzelder mandou para a linha de fundo.

Mas a melhor chance veio num contra-ataque alemão, aos 34min. Klose recebeu pelo meio e tocou para Schneider, livre na direita. Já dentro da área, o meia chutou forte, um pouco acima do travessão de Buffon. Sem mais oportunidades, o primeiro tempo terminou em branco.

Aos 5min do segundo tempo, Klose recebeu, invadiu a área, mas adiantou um pouco demais a bola, permitindo que Buffon abafasse o lance. Embora o ritmo da partida tivesse caído, os donos da casa chegaram outra vez aos 17min, quando Podolski recebeu pela direita da área, girou e bateu. Buffon espalmou e, no rebote, Friedrich isolou.

Ao contrário do primeiro tempo, a Alemanha passou a ser superior em campo, ficando mais com a bola, mas pecando ao se aproximar da área italiana. Com isso, o jogo prosseguiu sem lances de perigo para qualquer das equipes.

Aos 36min, o árbitro mexicano Benito Archundia viu falta de Cannavaro em Podolski. Entretanto, o lance, polêmico, aconteceu dentro e não fora da área. Na cobrança, Ballack mandou por sobre a meta italiana.

Apenas aos 40min, a Itália ameaçou. Totti fez bom passe para Perrotta, que entrou sozinho na área mas levou a pior na dividida com Lehmann. A decisão foi para a prorrogação.

O jogo melhorou muito e a Itália foi para cima. Com menos de um minuto, Gilardino fez uma bela jogada pela direita, entrou na área e tocou no contrapé de Lehmann. A bola tocou na trave direita e correu pela área. Em seguida, Zambrotta pegou um belo chute da entrada da área e o tiro explodiu no travessão da Alemanha. A chance alemã veio no final dos primeiros 15 minutos, quando Podolski completou de cabeça, para fora, um cruzamento de Odonkor.

Aos 6min do segundo tempo, Del Piero apareceu sozinho na pequena área, mas não conseguiu concluir. Na continuação, Podolski teve a chance de marcar o primeiro da Alemanha, mas Buffon mandou para escanteio o chute da esquerda da área.

Quando tudo indicava a decisão por pênaltis, a Itália conseguiu um escanteio. Na seqüência, Pirlo, da entrada da área, passou para o lateral-esquerdo Grosso, que mandou de primeira, com o pé esquerdo, no canto direito. Um belo chute contra o qual Lehmann nada pôde fazer para evitar o gol, aos 14min.

Ainda houve tempo para, aos 16min, Del Piero se aproveitar de um contra-ataque e, após passe de Gilardino, mandar no canto alto esquerdo do gol alemão, sacramentando de vez a classificação da "Azzurra" à sexta final de sua história.

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