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28/12/2000 - 08h48

Maratonista, Tergat jura fidelidade à São Silvestre

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EDUARDO OHATA
da Folha de S.Paulo

Apesar de substituir no próximo ano as provas de fundo pela maratona, o queniano Paul Tergat, 31, que desembarca hoje no Brasil para correr a tradicional corrida paulistana de São Silvestre, jura "fidelidade" à prova brasileira e, tetracampeão, já pensa no hexacampeonato, em 2001.

Nesta entrevista à Folha, concedida na última semana, o bicampeão mundial da meia-maratona discute os problemas que teve com sua federação nacional, que podem ter comprometido sua atuação olímpica, suas chances na São Silvestre, que acontece domingo, e seu futuro no atletismo.

Folha - Por que você trocou as provas de fundo pela maratona? Em Sydney, você foi prata nos 10.000 m pela segunda vez. Você está trocando uma prova que exige velocidade por outra que privilegia a resistência, como muitos atletas fazem conforme vão ganhando mais idade?
Paul Tergat - Não concordo. Perdi a final dos Jogos deste ano para (o etíope) Haile Gebreselassie por nove centésimos. A diferença entre nós foi menor do que aquela verificada entre Marion Jones e a segunda colocada na prova feminina dos 100 m. Com exceção de Gebreselassie, com minha velocidade, bato todos os outros fundistas do mundo. Minha mudança seria mais por uma questão de motivação. Quero provar que posso ser um dos melhores do mundo também nessa prova.

Folha - Se você vai se dedicar a essa nova especialidade na próxima temporada, então essa é sua última de chance de alcançar o pentacampeonato na São Silvestre?
Tergat - Não, essa não será minha última chance de vencer a São Silvestre, pois, seguramente, durante minha preparação para as maratonas de 2002, será possível vir a São Paulo para participar da edição do próximo ano. Espero ser pentacampeão este ano para, no próximo, ser o primeiro a tentar o hexacampeonato.

Folha - Como está sua preparação para a São Silvestre? Já decidiu a tática a ser adotada?
Tergat - Estive treinando em um ambiente similar àquele que encontrarei no Brasil, com uma temperatura entre 25C e 30C, mas, diferentemente do que ocorre no Brasil, quase sem umidade. Mas somente poderei decidir a tática que adotarei durante a própria corrida, pois essa é uma prova que envolve muitos detalhes.

Folha - No ano passado, você forçou o ritmo já a partir dos primeiros 5,5 km, mas em anos anteriores você esperou até os últimos estágios da corrida para fazê-lo.
Tergat - Geralmente enfrento dificuldades nos últimos dois quilômetros da São Silvestre, que é quando todos forçam bastante o ritmo para vencer a corrida.

Folha - Como foi ter de se conformar com a prata nos Jogos Olímpicos pela segunda vez?
Tergat - Ganhar uma medalha olímpica é algo com o que você sonha durante toda a vida, e quando acontece é maravilhoso. Claro, há uma grande diferença entre o ouro e a prata, mas estou feliz com meu desempenho, especialmente quando você considera que os 10.000 m, ao lado dos 400 m feminino (vencida pela australiana Kathy Freeman), foi uma das mais emocionantes. É bom que você saiba que houve também problemas com minha federação nacional, que inicialmente havia decidido que eu competiria nos 5.000 m. Só semanas antes dos Jogos, em setembro mesmo, fui transferido para os 10.000 m.

Folha - Este ano você havia experimentado outro problema relacionado à sua federação, que teria prejudicado sua participação no Mundial de cross country.
Tergat - Sim, houve problemas com a federação, o que atrapalhou não só a minha, mas a concentração de toda a equipe. Mas lembre-se que fui batido por dois atletas muito fortes.

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