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16/08/2006
-
10h52
MÁRVIO DOS ANJOS
TONI ASSIS
da Folha de S.Paulo
Conseguir na casa do adversário o que deveria ter sido feito no jogo do Morumbi: vencer. Para um time como o São Paulo, que manteve a base da equipe tricampeã da Libertadores, seria uma tarefa normal, não fosse por um "detalhe": o efeito Beira-Rio em 2006.
Até aqui, neste ano, foram disputadas 23 partidas no estádio, e a aura de casa imaculada, ostentada pelo Morumbi até as derrotas para o Chivas e para o próprio Internacional, parece ter se transferido para o palco da finalíssima desta quarta.
Com um aproveitamento de 81,2%, o Internacional não deu chance para os adversários. Foram 17 vitórias, cinco empates e apenas uma derrota --4 a 2 para o Figueirense, no Brasileiro.
Contabilizado o desempenho somente na Libertadores, a preocupação aumenta. Em seis jogos do Inter no Beira-Rio, cinco vitórias e um empate.
"A verdade é que o torcedor não está acostumado a perder no Beira-Rio neste ano", resume o goleiro Clemer.
No caso do São Paulo, que precisa de gols para vencer o jogo e voltar com o tetra na bagagem, há outra má notícia. O gol defendido por Clemer se tornou um paredão. A última vez que o Internacional teve a sua meta vazada em casa na Libertadores foi no dia 22 de março, na vitória por 3 a 2 sobre o Pumas, do México, de virada, em jogo válido pela primeira fase do torneio sul-americano.
"Todo mundo tenta levar em conta o retrospecto, mas a gente sabe que o São Paulo é uma equipe que pode ganhar em qualquer lugar", diz Tinga.
Único treinador a conseguir a proeza de bater o Inter dentro de sua casa neste ano, o ex-gremista Adílson Batista, hoje técnico no Japão, falou com a Folha de S. Paulo e deu a dimensão do que o São Paulo vai encontrar hoje.
"O Inter vai querer ganhar esse título de qualquer jeito", afirma o ex-zagueiro, que defendeu o Grêmio nos anos 90. "São jogos de muita falta, e muita marcação. Acredito que não vá ser um jogo bonito. Vai ser uma guerra", disse Adílson.
O atacante Schwenk, que marcou dois nos 4 a 2 sobre os gaúchos, falou que o problema vai começar é bem antes da partida. "A pressão da torcida é muito forte. Ficam xingando, e fazem muita pressão perto do vestiário", afirmou o atacante.
Mas, apesar da vantagem do empate dos gaúchos para ficar com o título, Schwenk deu algumas dicas para surpreender o sistema de defesa inimigo.
"Acho que o segredo é atacar pelos lados, pois a defesa deles é meio lenta. Se jogar centralizado pelo meio vai facilitar a marcação do Internacional."
Outra dica de Schwenk, que tem sete gols no Brasileiro, é o fator surpresa. "Naqueles 4 a 2, eles não conseguiam sair jogando porque não esperavam a nossa marcação forte. Aí o Clemer tinha que dar chutão e quebrava a saída de bola deles [Inter] que é muito boa."
Ingressos
De acordo com o diretor do Departamento de Investigações Criminais da Polícia Civil, Ranolfo Vieira Júnior, "o cambista que for pego no Beira-Rio vendendo o ingresso com preço superior a 20% do valor que ele foi vendido na bilheteria será trazido à delegacia do consumidor".
Ontem, já houve prisões. João Gomes Pinto Sobrinho, 37, que tinha cinco ingressos com falsidade definida pelo delegado como "grosseira". Outro caso foi o de um cambista detido pela manhã, por fiscais da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, vendendo ingressos de cadeira (valor de R$ 100) a R$ 800.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Internacional
Leia o que já foi publicado sobre o São Paulo
Leia cobertura completa da Libertadores-2006
São Paulo terá pela frente a força do Inter no Beira-Rio
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TONI ASSIS
da Folha de S.Paulo
Conseguir na casa do adversário o que deveria ter sido feito no jogo do Morumbi: vencer. Para um time como o São Paulo, que manteve a base da equipe tricampeã da Libertadores, seria uma tarefa normal, não fosse por um "detalhe": o efeito Beira-Rio em 2006.
Até aqui, neste ano, foram disputadas 23 partidas no estádio, e a aura de casa imaculada, ostentada pelo Morumbi até as derrotas para o Chivas e para o próprio Internacional, parece ter se transferido para o palco da finalíssima desta quarta.
Com um aproveitamento de 81,2%, o Internacional não deu chance para os adversários. Foram 17 vitórias, cinco empates e apenas uma derrota --4 a 2 para o Figueirense, no Brasileiro.
Contabilizado o desempenho somente na Libertadores, a preocupação aumenta. Em seis jogos do Inter no Beira-Rio, cinco vitórias e um empate.
"A verdade é que o torcedor não está acostumado a perder no Beira-Rio neste ano", resume o goleiro Clemer.
No caso do São Paulo, que precisa de gols para vencer o jogo e voltar com o tetra na bagagem, há outra má notícia. O gol defendido por Clemer se tornou um paredão. A última vez que o Internacional teve a sua meta vazada em casa na Libertadores foi no dia 22 de março, na vitória por 3 a 2 sobre o Pumas, do México, de virada, em jogo válido pela primeira fase do torneio sul-americano.
"Todo mundo tenta levar em conta o retrospecto, mas a gente sabe que o São Paulo é uma equipe que pode ganhar em qualquer lugar", diz Tinga.
Único treinador a conseguir a proeza de bater o Inter dentro de sua casa neste ano, o ex-gremista Adílson Batista, hoje técnico no Japão, falou com a Folha de S. Paulo e deu a dimensão do que o São Paulo vai encontrar hoje.
"O Inter vai querer ganhar esse título de qualquer jeito", afirma o ex-zagueiro, que defendeu o Grêmio nos anos 90. "São jogos de muita falta, e muita marcação. Acredito que não vá ser um jogo bonito. Vai ser uma guerra", disse Adílson.
O atacante Schwenk, que marcou dois nos 4 a 2 sobre os gaúchos, falou que o problema vai começar é bem antes da partida. "A pressão da torcida é muito forte. Ficam xingando, e fazem muita pressão perto do vestiário", afirmou o atacante.
Mas, apesar da vantagem do empate dos gaúchos para ficar com o título, Schwenk deu algumas dicas para surpreender o sistema de defesa inimigo.
"Acho que o segredo é atacar pelos lados, pois a defesa deles é meio lenta. Se jogar centralizado pelo meio vai facilitar a marcação do Internacional."
Outra dica de Schwenk, que tem sete gols no Brasileiro, é o fator surpresa. "Naqueles 4 a 2, eles não conseguiam sair jogando porque não esperavam a nossa marcação forte. Aí o Clemer tinha que dar chutão e quebrava a saída de bola deles [Inter] que é muito boa."
Ingressos
De acordo com o diretor do Departamento de Investigações Criminais da Polícia Civil, Ranolfo Vieira Júnior, "o cambista que for pego no Beira-Rio vendendo o ingresso com preço superior a 20% do valor que ele foi vendido na bilheteria será trazido à delegacia do consumidor".
Ontem, já houve prisões. João Gomes Pinto Sobrinho, 37, que tinha cinco ingressos com falsidade definida pelo delegado como "grosseira". Outro caso foi o de um cambista detido pela manhã, por fiscais da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, vendendo ingressos de cadeira (valor de R$ 100) a R$ 800.
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