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23/08/2006 - 11h48

Jogos reúnem 600 índios de 16 etnias no sul do Pará

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CAIO VILELA
Colaboração para a Folha Online, em Conceição do Araguaia

Após cinco dias de competição, cerca de 600 índios, de 16 etnias, participam nesta quarta-feira da festa de encerramento da terceira edição dos Jogos Indígenas do Pará, evento organizado pelo líder indígena Marcos Terena em Conceição do Araguaia (1.100 km de Belém). Em uma arena montada à margem do rio Araguaia, os atletas indígenas disputaram provas de natação, arco e flecha, arremesso de lanças, canoagem, cabo de guerra, corrida e futebol.

Clique aqui para ver galeria de fotos do evento.

Caio Vilela
Menina caiapó espera para realizar dança
Menina caiapó espera para realizar dança
Uma das atrações deste ano, os índios Matis, que participaram pela primeira vez da competição, demonstraram suas habilidades com a zarabatana e suas técnicas de caça. Os Matis são famosos por suas lendas e tradições ligados à figura mítica da onça pintada. Habitantes de uma porção pouco visitada da floresta amazônica no Estado do Amazonas, ao norte do rio Solimões e próximo à divisa com o Peru, os representantes desta tribo (que mal falam o português) viajaram sete dias de avião, barco e ônibus para participar da festa.

Outro destaque ficou por conta das etnias convidadas: Terena, habitantes de reservas no MT e MS; Xerente, que vivem à margem do rio Tocantins no Estado de mesmo nome; e de cinco representantes dos índios Navajo, norte-americanos que habitam reservas nos Estados do Arizona e Novo México.

No futebol, o esporte favorito da maioria dos índios, a grande final do masculino foi disputada por duas etnias irmãs: Cayapo e Xikrin. O confronto no estádio de Conceição do Araguaia, conhecido como Carecão, foi vencido pelos Xikrin por um placar de 3 a 0. Ao final, aproveitaram a atenção da platéia e dos jornalistas para realizar uma dança comemorativa da vitória em pleno gramado.

Caio Vilela
Índios Terena fazem dança nos Jogos
Índios Terena fazem dança nos Jogos
No arco-e-flecha, o título ficou para o índio Karit, de apenas 20 anos, representante da tribo Gavião. Após acertar com precisão a pintura de um olho do peixe que representava 40 pontos no alvo desenhado sobre uma chapa de madeira, o jovem atleta foi ovacionado pela torcida presente nas arquibancadas e intimado a posar com seu arco para as lentes de dezenas de fotógrafos.

Na prova de natação, disputada no terceiro dia de competições, em um trecho de 50 metros marcado por bóias no rio Araguaia, o título feminino ficou com a atleta Kumore, da etnia Caiapó, e o masculino, com o atleta Ragre, representante dos índios Gavião. Logo após as provas, cinco largadas de canoagem definiram a vitória dos índios Wai-Wai na modalidade.

Além das competições esportivas , demonstrações de destreza e danças tradicionais, o evento promoveu o encontro de lideranças, workshops e um fórum de discussão sobre os direitos dos índios brasileiros, conduzido pela advogada Tatiana Ujacow, especializada em direito indígena.

Caio Vilela
Cacique da etnia Assurini bebe refresco
Cacique da etnia Assurini bebe refresco
Venda de artesanato, pinturas corporais, exposições fotográficas e palestras ajudaram a completar a festa. "Mais que competir, os índios vieram de suas aldeias para confraternizar e fortalecer seus núcleos através dos encontros entre lideranças promovidos pela organização', afirmou Marcos Terena.

Com aproximadamente 100 mil habitantes, a cidade de Conceição do Araguaia, cuja economia já viveu melhores dias na época da exploração do látex e, posteriormente, da mineração, aposta hoje em seu potencial turístico pouco explorado pelos agentes de viagem. Suas incontáveis cachoeiras, praias e aldeias indígenas às margens do rio que atravessa o Estado esperam passivas pelo movimento de ecoturistas interessados em suas belezas naturais.

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