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23/12/2006 - 10h01

União estoura o custo de sua principal obra no Pan-2007

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SÉRGIO RANGEL
da Folha de S.Paulo, no Rio

Onze dias antes de deixar o Ministério do Esporte, Agnelo Queiroz exibiu em março o projeto de construção do Complexo Esportivo de Deodoro. No lançamento da pedra fundamental do centro, prometeu gastar R$ 45 milhões e entregar um ano depois as arenas de cinco esportes na Vila Militar (zona oeste do Rio). Detalhe: a obra não havia sido licitada.

Quase noves meses depois, o cenário desanima. Só nos últimos dias a obra ganhou visibilidade, com as primeiras colunas dos prédios aparecendo.

Mesmo assim, o orçamento e o prazo de entrega do complexo estouraram. Principal executivo do governo federal no Pan, Ricardo Leyser informou que o complexo custará, no mínimo, R$ 94 milhões à União, o dobro do valor anunciado por Agnelo.

Na abertura dos envelopes da licitação, a previsão de gastos era de R$ 76 milhões, segundo placas das construtoras estampadas pelo bairro. Além do aumento, o governo não cumpre os prazos prometidos. Inicialmente, o Comitê Organizador do Pan exigia que as obras estivessem prontas neste mês.

Segundo Leyser, as arenas só estarão prontas em abril, um mês após a data prevista no lançamento da pedra fundamental. O prazo atual é considerado apertado pelos operários. Já nas placas assinadas pelas construtoras e pelo governo fixadas no bairro, a obra será entregue em 28 de maio --a menos de dois meses da abertura do Pan. O Complexo Esportivo de Deodoro é a principal obra do governo federal para o Pan.

O centro abrigará provas de hipismo, hóquei sobre grama, tiro, pentatlo moderno e tiro com arco, que não têm apelo de público. O centro de hipismo é o que terá capacidade para receber o maior público --3.000. A arquibancada fixa abrigará mil pessoas. O restante ficará em estruturas desmontáveis.

A obra começou tarde por lentidão dos órgãos governamentais. Apenas no dia 23 de junho o Ministério da Defesa apresentou as plantas dos projetos para a análise da Secretaria Municipal de Urbanismo do Rio. Criadas por uma empresa de arquitetura de Belo Horizonte, as plantas foram entregues fora do padrão exigido pela legislação urbanística do Rio.

Em julho, a lista de exigências que impedia a emissão das licenças da obra ocupou quase uma página do "Diário Oficial" do município. No projeto inicial, não foram previstos sanitários para os torcedores, a capacidade das arquibancadas e locais para deficientes físicos.

Mas atraso e estouro de orçamento não são exclusividades do Complexo de Deodoro.

Bancada pelo Estado, a reforma do Maracanã já consome quase o triplo do anunciado em 2005, quando a governadora Rosinha Matheus disse que gastaria R$ 71 milhões. Hoje, já está orçada em R$ 92 milhões. E mais: atrasou e será entregue em junho --era para este mês.

Já a construção do estádio João Havelange perdeu vários prazos e subiu de R$ 60 milhões para R$ 350 milhões.

Especial
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