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24/03/2001 - 16h18

Circuito feminino de tênis atrai mais investimentos que o masculino

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do enviado especial da Folha de S.Paulo a Miami

Fuga de patrocinadores, prêmios estagnados e desinteresse da nova economia. O que é um pesadelo para o tênis masculino é motivo de celebração na modalidade entre as mulheres.

Administrado por organizações distintas, o esporte vive hoje realidades diferentes nos dois sexos.

Enquanto no feminino novas fontes de renda são uma constante, no masculino os recursos, se ainda não são ralos, são cada vez mais restritos.

A face mais proeminente das diferentes realidades vividas hoje por homens e mulheres está no dinheiro disponível para premiações em torneios.

Em 1997, a WTA, que organiza o tênis feminino, distribuiu US$ 38 milhões nas competições que realizou. Agora, em 2001, vai gastar US$ 50 milhões em prêmios, o que significa um expressivo crescimento de 32%, que diminuiu drasticamente o abismo que separava os dois sexos no tênis.

No mesmo período, a ATP, que cuida dos interesses do tênis masculino, conseguiu aumentar o valor da sua premiação anual em 6% - a temporada 2001 vai distribuir US$ 65,5 milhões.

Recentemente, o interesse de patrocinadores pelo tênis teve cores bem diferentes entre homens e mulheres.

Em janeiro, a ISL, que no Brasil enfrenta problemas com Flamengo e Grêmio, clubes de futebol que são seus parceiros, anunciou que estava renegociando seu contrato com a ATP, que seria de cerca de US$ 1,2 bilhão.

Hoje, a associação já é moribunda - no Masters Series de Miami, a empresa de marketing suíça já não tem nenhuma participação na organização.

Já entre as mulheres, as últimas semanas foram ricas em anúncios de novos patrocínios. Até as famosas empresas "pontocom", que vivem uma grave crise nos EUA, resolveram investir na parte feminina da modalidade.

Primeiro, foi a Nasdaq, a bolsa de valores que reúne as empresas de alta tecnologia norte-americana, anunciar que vai patrocinar todos os torneios feitos pela WTA na América do Norte.

O valor do negócio não foi revelado, mas especula-se que pode superar, com folga, os US$ 10 milhões por temporada.

Se coletivamente o tênis feminino parece mais atrativo, as suas principais estrelas são ainda mais atraentes financeiramente.

Por apenas uma série de anúncios, a russa Anna Kournikova, cada vez mais bela e sem bons resultados, vai receber US$ 1 milhão do site Lycos.

"A imagem da Kournikova é perfeita para a Lycos", diz Steve Fundi, diretor de marketing da empresa, que aponta uma razão concreta pela aposta na russa.

Segundo a empresa, Kournikova foi mais procurada no site de busca da Lycos do que outros grandes astros do esporte mundial, como Michael Jordan e o golfista Tiger Woods.

No Torneio de Miami, foi a vez de as irmãs Venus e Serena Williams mostrarem a força do dinheiro no tênis feminino.

Em uma propaganda conjunta, as duas vão receber mais de US$ 3 milhões de uma empresa norte-americana de chicletes.

Com estrelas mais carismáticas e empresas interessadas em gastar milhões de dólares em seus torneios, o tênis feminino hoje é também mais globalizado do que o masculino.

Em 2001, a WTA vai organizar competições em 33 países, incluindo o Brasil, que irá receber um torneio que vai distribuir US$ 625 mil em prêmios.

Já o circuito masculino, apesar de uma combatividade muito maior, terá campeonatos em 31 nações - o Brasil, apesar de Gustavo Kuerten, que estréia hoje em Miami contra Hicham Arazi, não terá nenhum torneio da ATP.

 

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