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16/06/2001 - 17h58

Corinthians e Grêmio decidem a Copa do Brasil em clima de tensão

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da Folha de S.Paulo

Depois de conquistar o Paulista com um chocho 0 a 0 diante do Botafogo, o Corinthians decide neste domingo a Copa do Brasil contra o Grêmio, campeão gaúcho de 2001, numa final apimentada. O título leva o Corinthians à Libertadores, garantindo a volta do time ao cenário internacional.

O jogo, às 15h, no Morumbi, acontece num clima de tensão, graças aos acontecimentos envolvendo os clubes nos últimos dias. As TVs Globo, Rede TV!, ESPN Brasil e Sportv transmitem o jogo ao vivo.

No começo da semana, o meia-atacante Marcelinho, do Grêmio, deixou os corintianos irritados com declarações de que o clube paulista é seu "freguês".

No treino tático de ontem do Corinthians, Wanderley Luxemburgo parou o treinamento para que um espião do Grêmio fosse banido do Parque São Jorge.

Além da rivalidade entre os dois clubes, que decidiram a Copa do Brasil de 95, com triunfo corintiano, o empate em Porto Alegre transformou o jogo deste domingo numa disputa bem mais acirrada do que a decisão do Paulista-2001.

O Corinthians tem a vantagem de poder empatar em até um gol. Um empate a partir de 3 a 3 dá o título para os gaúchos. Outro 2 a 2 leva a decisão para os pênaltis.

No Estadual, os corintianos venceram o primeiro jogo por 3 a 0 e asseguraram a vantagem de poder perder por três gols. ´É o jogo mais importante do semestre", disse Luxemburgo, que nunca venceu a Copa do Brasil.

Time modesto
O Corinthians tenta seu segundo título neste semestre com o time mais modesto da gestão do fundo de investimentos norte-americano HMTF, parceiro do clube do Parque São Jorge.

A equipe que entrará em campo à tarde, no Morumbi, para encarar o Grêmio na final da Copa do Brasil, tem uma folha de pagamento 33% inferior em relação ao times que conquistaram o Brasileiro e o Paulista, em 1999, e o Mundial de Clubes da Fifa, no início do ano passado.

Desde que a parceria começou, em abril de 99, o investimento feito na equipe neste ano foi o menor. Até o final da Taça Libertadores do ano passado, os salários somavam R$ 1,5 milhão. De lá para cá, a folha de pagamento corintiana foi reduzida para R$ 1 milhão.

"Com o fim do passe, tivemos de reduzir os investimentos e apostar nos jogadores das categorias de base", disse o vice-presidente de futebol corintiano, Antonio Roque Citadini.

Apesar de o time deste ano ser mais barato, pode ser o primeiro desde a chegada do HMTF ao clube a conquistar dois títulos no primeiro semestre do ano.

Além disso, se vencerem a Copa do Brasil, os corintianos voltarão a disputar a Taça Libertadores. Retornar ao mais importante torneio do continente é a principal meta da equipe neste ano.

Depois de vencer o Mundial de Clubes e ser eliminado nas semifinais da Libertadores pelo Palmeiras, no ano passado, o Corinthians e seu parceiro iniciaram uma redução de despesas.

As saídas de medalhões como Vampeta, para a Inter de Milão, e Edílson, que brigou com a organizada Gaviões da Fiel e foi para o Flamengo, significaram o corte mais contundente nos gastos.

Ao mesmo tempo, os jogadores que chegaram representaram contratações mais modestas, como os volantes Rogério e Pereira.

Justamente nesse período o clube iniciou uma das piores fases de sua história. A campanha na Copa JH, que substituiu o Brasileiro, foi a pior do time em Nacionais.

Apesar do vexame, os reforços também foram modestos neste ano. Com o goleiro Gleguer e o volante Otacílio, os dirigentes gastaram cerca de US$ 2 milhões, uma ninharia perto das verbas empregadas na montagem de outras equipes pela parceria.

Só no primeiro ano da gestão do HMTF, o fundo norte-americano investiu US$ 25 milhões na contratação de dez jogadores.

Em 2001, o time do Parque São Jorge começou mal o Estadual, sob o comando do técnico Dario Pereyra, e iniciou a sua reação rumo ao título paulista após a chegada de Wanderley Luxemburgo.

A volta do treinador, campeão brasileiro em 98 pelo clube, não contrariou a política de redução de gastos implantada pelos dirigentes corintianos.

Demitido da seleção brasileira, após fracassar na Olimpíada de Sydney, ele aceitou retornar ao clube para ganhar bem menos do que em sua passagem anterior _seu salário passou de R$ 210 mil, em 98, para R$ 70 mil.

O treinador, entretanto, conseguiu um reajuste após a conquista do Paulista. A Folha de S.Paulo revelou que Luxemburgo passou a receber R$ 120 mil por mês, o teto salarial estipulado pelo clube.

Para o meia Ricardinho, uma das estrelas que continuam no clube, a transformação sofrida pela equipe desde a metade do ano passado foi a principal responsável pela decadência da equipe.

"O início de um trabalho, após algumas mudanças, é sempre difícil. Até os jogadores se adaptarem e se entrosarem leva tempo."

Por causa da má fase atravessada pela equipe, os atletas afirmaram que o retorno à Libertadores serviria para consagrar a volta por cima dada pelo clube.

O sucesso do time nesta temporada, porém, deve fazer com que o Corinthians eleve o teto salarial do elenco no segundo semestre.

"Sem dúvida, teremos de rever o teto salarial do grupo depois da Copa do Brasil", revelou Citadini.

Além de abrir mão de alguns medalhões, o Corinthians resolveu apostar em jogadores revelados nas categorias de base para formar a equipe deste ano.

As maiores revelações do clube foram os atacantes Gil e Ewerthon _este último acabou integrando a seleção brasileira dirigida por Emerson Leão.

Mesmo com a troca de comando no time nacional, Ewerthon foi o único jogador do Corinthians convocado pelo novo treinador da seleção, Luiz Felipe Scolari, para o jogo contra o Uruguai pelas eliminatórias da Copa de 2002.

Pelo lado do Grêmio, a situação financeira é precária. O clube gaúcho chegou a ter até seus telefones cortados por falta de pagamento.

Em meio à falta de dinheiro, o time assegurou como principal reforço o meia-atacante Marcelinho, que retornou ao país após uma passagem apagada pelo Olympique, da França.

O meia-atacante faz hoje sua última partida pelo Grêmio, já que está negociado com o Hertha Berlim, da Alemanha.

CORINTHIANS
Maurício; Rogério, João Carlos, Scheidt e Kléber; Otacílio, Marcos Senna, Marcelinho e Ricardinho; Muller e Ewerthon.
Técnico: Wanderley Luxemburgo

GRÊMIO
Danrlei; Marinho, Mauro Galvão e Roger; Anderson Lima, Anderson Polga, Tinga, Zinho e Rubens Cardoso; Luiz Mário e Marcelinho Paraíba.
Técnico: Tite

Local: estádio do Morumbi, em São Paulo
Horário: 15h
Juiz: Antônio Pereira da Silva (GO)

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