29/09/2001 - 17h29

Ponte estréia técnico, e Vasco busca a 300ª vitória

da Folha Ribeirão
e da Sucursal do Rio

A estréia do técnico Oswaldo Alvarez na Ponte Preta, amanhã, às 16h, contra o Vasco, expõe duas facetas do treinador na sua primeira semana no comando da equipe _ansiedade e confiança.

Pressionado pela torcida nas passagens pelo São Paulo e pelo Corinthians, Vadão vê na Ponte Preta o caminho para retornar ao topo do cenário futebolístico nacional, já que estava sem trabalhar havia quatro meses.

No entanto a obrigação de dar continuidade às últimas boas campanhas do time ponte-pretano e a tentativa de desvincular sua imagem do arqui-rival Guarani mexem com o treinador e o deixam ansioso.

Vadão comandou por mais de um ano o Guarani na gestão do então presidente Luiz Roberto Zini, conhecido em todo o país como o dirigente que mais demitia técnicos de futebol.

Um bom trabalho na Ponte pode levar Vadão a ter o mesmo destino de seus antecessores no clube de Campinas.

Nelsinho Baptista e Marco Aurélio Moreira deixaram a Ponte após aceitarem propostas financeiras irrecusáveis de São Paulo e Cruzeiro-MG, respectivamente.

"Para mim, é uma estréia, e uma estréia é sempre diferente. Mas não posso me importar com isso. A Ponte tem de somar pontos para manter seu retrospecto positivo", afirmou Vadão.

Independentemente do sentimento que Vadão expressará quando entrar no gramado do Moisés Lucarelli pela primeira vez em uma partida como técnico ponte-pretano, a forma analítica de trabalho do treinador já pode ser considerada um diferencial favorável a Vadão.

O treinador deixou claro durante toda a semana que não pretende alterar radicalmente a forma de jogar de um time que mantém sua base há dois anos.

No entanto o estilo de futebol de resultados e o perfil defensivo do ex-técnico Marco Aurélio perderão espaço para a aplicação tática e versatilidade técnica dos jogadores exigidos por Vadão.

O técnico quer uma Ponte Preta alternando jogadas pelos dois lados do campo, com tabelas rápidas e aplicando forte marcação na saída de bola do adversário.

"A Ponte, hoje, tem um diferencial da maioria dos times do país. Temos dois volantes leves [Mineiro e Fabinho], que sabem e podem sair jogando. Os laterais e os meias têm de aproveitar essa virtude para fazer as tabelas e chegar mais fácil ao gol adversário."

Até a estatura dos jogadores e o desempenho em bolas cruzadas são anotadas na prancheta do treinador. "Já que não temos um time tão alto, a bola tem de ser cruzada rasteira. Eu analiso o aproveitamento e, se for positivo, a forma de cobrança é implantada na equipe", afirma.

Vasco
O Vasco tem amanhã contra a Ponte Preta a primeira chance de alcançar a sua 300ª vitória na história do Campeonato Brasileiro.

Da primeira edição do torneio, realizada em 1971, até hoje, apenas cinco equipes atingiram o feito: Palmeiras, Atlético-MG, Internacional, Flamengo e São Paulo.

Ao final da Copa João Havelange, o time de São Januário já acumulava 296 triunfos. A péssima campanha de 2001, no entanto, atrasou a possibilidade de obter a marca. Nas 13 primeiras rodadas, o time venceu apenas três vezes, todas em casa.

Como visitante, o Vasco ainda não triunfou neste Brasileiro. Foram seis partidas, com três empates e três derrotas.

O técnico Hélio dos Anjos deverá adotar uma formação cautelosa em Campinas, com três volantes no meio-campo.

PONTE PRETA
Alexandre Negri; Carlos Alexandre, André Santos, Rodrigo e Elivélton; Mineiro, Fabinho, Marquinhos e Piá; Marco Aurélio e Macedo
Técnico: Oswaldo Alvarez

VASCO
Hélton; Patrício (Giuliano), Géder, Odvan e Gilberto; Fabiano Eller, Jamir, Bóvio e Juninho (Léo Lima); Euller e Paulo César (Bebeto)
Técnico: Hélio dos Anjos

Local: estádio Moisés Lucarelli, em Campinas
Horário: 16h
Juiz: Luciano Augusto Almeida

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