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16/12/2001 - 07h36

Dirigente do Atlético-PR faz restrições à política

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PAULO COBOS
JOSÉ ALBERTO BOMBIG

da Folha de S.Paulo

Nos círculos do poder e da política, há nomes tão fortes que se transformam em siglas.

Foi assim com o ex-senador e ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães, o ACM. No Paraná e no futebol, é assim com Mário Celso Petraglia, o MCP.

Petraglia, atual responsável pela área de marketing do Atlético-PR, assumiu o comando em 1995. Seu primeiro ato foi convidar um grupo de empresários para ajudá-lo. Queria uma mentalidade executiva. No mesmo ano, o clube foi campeão da segunda divisão do Nacional. Em 1999, tomou parte no Clube dos 13.

"Ele [Petraglia] assumiu o clube em circunstâncias excepcionais e teve o mérito de ser o comandante desse pensamento estratégico, de modernizar radicalmente o clube", diz Marcus Coelho, atual presidente do Atlético.

Coelho define Petraglia como "obstinado" e "competente". Petraglia afirma que seus amigos "são bondosos demais".

Nem tão gentis assim são os adversários políticos de Petraglia. Para eles, o dirigente e o clube foram beneficiados pelo governo do Paraná em uma desapropriação ocorrida em 1995.

O Atlético recebeu R$ 6,7 milhões pela desapropriação de uma área, de 350 mil metros quadrados, que era de seu antigo CT.

Segundo o PT paranaense, o governo pagou oito vezes mais para o Atlético do que para os outros vizinhos da área.

À época, o governador do Paraná já era Jaime Lerner (PFL), então no PDT, amigo de Petraglia.

"Eu fui no casamento dele [Lerner]. E olha que a filha mais velha dele já tem 35 anos", diz o dirigente, que chegou a ser convidado para assumir a pasta da Fazenda na gestão de Lerner. Petraglia recusou. "Não sou político."
As restrições à política, segundo ele, ligado empresarialmente a um grupo de comunicação, dizem respeito à exposição que os cargos requerem.
Em 1997, Petraglia esteve envolvido no escândalo da arbitragem que derrubou Ivens Mendes da CBF. Chegou a ser banido do futebol. "Nada ficou provado contra mim", afirma o dirigente.

Por conta desse episódio, diz que só tomará partido sobre a situação delicada de Ricardo Teixeira na presidência da CBF após uma decisão da Justiça.

Para ele, o relatório final da CPI do Futebol, que funcionou no Senado e sugeriu o indiciamento de Teixeira ao Ministério Público, não é suficiente para derrubar o presidente da CBF, seu amigo.

Na mesma CPI que devassou Teixeira, Petraglia não foi atacado no relatório final, após investigação da Câmara dos Deputados ter apontado ligações suspeitas do Atlético com o empresário uruguaio Juan Figer.

Adversários do senador Álvaro Dias (PDT-PR), que presidiu a CPI, como o senador Roberto Requião (PMDB-PR), estranharam.

"O Atlético-PR foi tão investigado quanto os outros clubes ou mais", afirma Dias.

O senador, que amanhã promete estar na Arena da Baixada, diz que o Atlético, assim como o São Caetano, é um modelo a ser seguido. "Esta é uma final emblemática. É a fotografia dos novos tempos do futebol."
 

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