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07/02/2002
-
08h42
FÁBIO SEIXAS
da Folha de S.Paulo
Dois anos após a reforma mais desastrada já feita no asfalto do autódromo de Interlagos, e que custou R$ 5 milhões ao município, a Prefeitura de São Paulo está pagando R$ 1,255 milhão para a mesma empresa executar um serviço, no mínimo, controverso.
Desde janeiro, a S.A. Paulista de Construção e Comércio está trabalhando no circuito na "adequação do autódromo", como diz o extrato do contrato com a prefeitura, publicado no "Diário Oficial do Município" no último dia 17.
Trata-se, na prática, do asfaltamento de 28 mil m2 de área de escape, atendendo a uma nova determinação da FIA. A entidade máxima do automobilismo pretende substituir, em alguns circuitos, a caixa de brita por asfalto.
Para seus técnicos, a medida vai dar mais competitividade à F-1, já que os carros poderão retornar à pista depois de uma rodada, por exemplo. Essa tese, porém, encontra resistências.
Na última vez em que esteve em Interlagos, em 2000, a S.A. Paulista acabou sendo uma das vedetes do GP Brasil. Nunca os pilotos e times reclamaram tanto do asfalto como naquela edição da prova.
Uma das equipes, a Sauber, chegou a desistir do GP depois de perder dois aerofólios em consequência da trepidação. "O asfalto ficou com muito mais ondulações na reta principal do que antes da reforma... As ondulações provocaram problemas no carro e comprometeram a sua segurança", divulgou a equipe, em uma nota.
Além do asfaltamento das áreas de escape de Interlagos, o valor pago à S.A. Paulista neste ano inclui também a limpeza do sistema de águas pluviais, segundo o diretor de desenvolvimento da empresa, Ubirajara Amorim Filho.
Ele reconheceu que a reforma de 2000 foi problemática. "Ficaram algumas ondulações no asfalto, principalmente na frente dos boxes", afirmou Amorim Filho.
Tamas Rohonyi, promotor do GP Brasil, não vê problemas no fato de a prefeitura ter contratado uma empresa com um histórico de problemas em Interlagos.
"Pelo menos eles já sabem que o autódromo está num terreno muito complicado. Quem sabe eles não aprenderam agora?"
Como já virou tradição no autódromo, existe a possibilidade de as obras atrasarem. Pelo cronograma original, o circuito precisa estar pronto até o dia 28, quando passa para o controle da FIA _a prova acontece em 31 de março.
"Estamos dependendo do clima. Se chover, pode ser que atrase um pouco", disse o engenheiro Júlio César Portela Lima, administrador do autódromo.
Hoje, o inspetor de segurança da FIA, Charles Whitting, estará em Interlagos. O principal objetivo da vistoria será exatamente o trabalho nas áreas de escape.
Os R$ 1,255 gastos nessa obra seriam suficientes para construir cerca de 40 casas populares.
Interlagos reabilita empresa que falhou em reforma do autódromo
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da Folha de S.Paulo
Dois anos após a reforma mais desastrada já feita no asfalto do autódromo de Interlagos, e que custou R$ 5 milhões ao município, a Prefeitura de São Paulo está pagando R$ 1,255 milhão para a mesma empresa executar um serviço, no mínimo, controverso.
Desde janeiro, a S.A. Paulista de Construção e Comércio está trabalhando no circuito na "adequação do autódromo", como diz o extrato do contrato com a prefeitura, publicado no "Diário Oficial do Município" no último dia 17.
Trata-se, na prática, do asfaltamento de 28 mil m2 de área de escape, atendendo a uma nova determinação da FIA. A entidade máxima do automobilismo pretende substituir, em alguns circuitos, a caixa de brita por asfalto.
Para seus técnicos, a medida vai dar mais competitividade à F-1, já que os carros poderão retornar à pista depois de uma rodada, por exemplo. Essa tese, porém, encontra resistências.
Na última vez em que esteve em Interlagos, em 2000, a S.A. Paulista acabou sendo uma das vedetes do GP Brasil. Nunca os pilotos e times reclamaram tanto do asfalto como naquela edição da prova.
Uma das equipes, a Sauber, chegou a desistir do GP depois de perder dois aerofólios em consequência da trepidação. "O asfalto ficou com muito mais ondulações na reta principal do que antes da reforma... As ondulações provocaram problemas no carro e comprometeram a sua segurança", divulgou a equipe, em uma nota.
Além do asfaltamento das áreas de escape de Interlagos, o valor pago à S.A. Paulista neste ano inclui também a limpeza do sistema de águas pluviais, segundo o diretor de desenvolvimento da empresa, Ubirajara Amorim Filho.
Ele reconheceu que a reforma de 2000 foi problemática. "Ficaram algumas ondulações no asfalto, principalmente na frente dos boxes", afirmou Amorim Filho.
Tamas Rohonyi, promotor do GP Brasil, não vê problemas no fato de a prefeitura ter contratado uma empresa com um histórico de problemas em Interlagos.
"Pelo menos eles já sabem que o autódromo está num terreno muito complicado. Quem sabe eles não aprenderam agora?"
Como já virou tradição no autódromo, existe a possibilidade de as obras atrasarem. Pelo cronograma original, o circuito precisa estar pronto até o dia 28, quando passa para o controle da FIA _a prova acontece em 31 de março.
"Estamos dependendo do clima. Se chover, pode ser que atrase um pouco", disse o engenheiro Júlio César Portela Lima, administrador do autódromo.
Hoje, o inspetor de segurança da FIA, Charles Whitting, estará em Interlagos. O principal objetivo da vistoria será exatamente o trabalho nas áreas de escape.
Os R$ 1,255 gastos nessa obra seriam suficientes para construir cerca de 40 casas populares.
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