Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/02/2002 - 16h45

Dívidas fazem gigante do marketing esportivo querer se desfazer da F-1

Publicidade

da Folha Online

O maior grupo de mídia esportiva do mundo, o alemão Kirch, que detém, entre outros eventos, os direitos de transmissão da Copa do Mundo deste ano, declarou hoje que pretende vender sua parte na companhia que negocia os direitos de TV da F-1 para evitar um pedido de falência.

O grupo que veio em socorro à Fifa para negociar os direitos de transmissão da Copa da Coréia e do Japão, após a falência da ISL-ISMM, ex-parceira de marketing da entidade, precisa anular cerca de US$ 4,3 bilhões em dívidas.

E para isso, o gigante de mídia pretende se desfazer do controle acionário da Slec, a companhia criada pelo todo-poderoso da categoria, Bernie Ecclestone, para negociar as vendas de direitos de TV no mundo inteiro, e do qual a Kirch possúi 58% das ações.

O porta-voz da Kirch, Hartmut Schulz, disse hoje que o grupo está "aberto a qualquer investidor e que já fez várias propostas de negociação destas cotas para as marcas automobilísticas envolvidas na F-1". E que todas estas foram rejeitadas.

As companhias automotoras, como a Fiat (proprietária da Ferrari), a Daimler-Chrysler (dona da Mercedes-Benz), a Ford (da Jaguar), a BMW e a Renault, aumentaram suas participações nos investimentos da F-1 nos últimos anos e têm reclamado insistentemente por maior participação nas negociações de direitos de TV.

No ano passado, cresceu a idéia de que as marcas cindissem com a FIA e organizassem sua própria liga de F-1. As negociações empacaram e não progrediram desde então.

Além da Slec, integram ainda o conglomerado alemão a maior distribuidora de filmes e livros fora dos EUA, vários canais de TV da Alemanha (atingindo um quarto da audiência no país) e uma parte do grupo de TV BSkyB, do multimilionário australiano Rupert Murdoch.

Ecclestone e Mercedes negam negociação
Bernie Ecclestone negou hoje ter feito uma oferta para recomprar o controle acionário da Slec. Horas depois, a Mercedes-Benz também negou negociações com a Kirch.

"Não me ofereceram as ações na Slec e portanto eu não fiz nenhuma oferta", disse, laconicamente, Ecclestone, que vendeu parte da Slec para o grupo alemão no ano passado.

A Kirch também veio a público para negar que Ecclestone tivesse lhe feito uma oferta para recomprar a Slec pelo mesmo preço que o grupo alemão lhe havia pago em 2001, ou seja, US$ 1,4 bilhões.

Em Frankfurt, o diretor da Mercedes, Juergen Hubbert, porém, admitiu que pode até negociar. "Eu não excluo a possibilidade que isso venha a ocorrer, mas no momento não há nada."

Contra-mão do mercado
O crescimento da Kirch, nos últimos anos, veio na contra-mão do mercado de marketing esportivo, que agoniza no mundo inteiro.

Antes das dívidas da Kirch atingirem a casa dos bilhões, a suíça ISL-ISMM, que era até então o segundo maior grupo de mídia esportiva do mundo _atrás somente do norte-americano IMG_, faliu, trazendo prejuízos à Fifa, ATP, Cart (Indy) e Iaaf (atletismo), dentre outras entidades e clubes, como os brasileiros Grêmio e Flamengo.

Na América do Sul, a Traffic, investigada pelas CPIs do Senado e da Câmara dos Deputados, e a argentina Torneos y Competencias também sofreram, principalmente após a eclosão da crise da Argentina.

Donas da empresa TyT, que negocia a venda de direitos de TV da Libertadores, as empresas tiveram sérios problemas para fechar a edição deste ano, que quase não aconteceu, e acabaram reduzindo todas as premiações.

com agências internacionais
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página