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09/03/2003
-
05h50
da Folha de S.Paulo, no Rio
Para tentar minimizar os prejuízos que os clubes dão aos juízes, a Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) está negociando com quatro empresas para estampar uma marca na camisa dos árbitros a partir do Campeonato Brasileiro, em troca de uma cota mensal para a entidade.
''Estamos apenas esperando o período do Carnaval passar para entrarmos na reta final das negociações e fecharmos com um dos interessados'', disse o presidente da Anaf, Márcio Rezende Freitas.
Apesar de não querer divulgar os nomes das empresas com as quais está negociando, Freitas adiantou que o valor pago pela cota será de R$ 100 mil mensais.
A cota dará direito à patrocinadora de veicular a sua imagem na camisa dos juízes que atuarem nas três divisões do Brasileiro-03.
''Como a Fifa liberou o patrocínio na camisa dos árbitros, decidimos abrir mais essa frente financeira para amenizar os prejuízos amargados pela categoria nos últimos tempos'', afirmou Freitas.
Segundo o presidente da Anaf, a dívida dos clubes com os árbitros é de cerca de R$ 150 mil, só na disputa do Brasileiro-02. De acordo com Freitas, os juízes não receberam por cerca dos 30 jogos em que atuaram na primeira divisão.
''A nossa situação é inacreditável. Um árbitro não pode sair de sua casa, ir para outro Estado e ler, depois do jogo, um aviso no vestiário de que não vai receber o seu dinheiro. Isso é um absurdo'', disse Freitas, que também não recebeu um das cotas de arbitragem a que teria direito no Brasileiro.
O Flamengo, por exemplo, não pagou pela atuação dos juízes na partida contra o Corinthians, em novembro, no Maracanã.
''As desculpas são variadas, mas os punidos são sempre os árbitros. Os dirigentes alegam que a renda não foi suficiente. Outros ficam chateados porque perderam. Tem desculpa para todos os gostos'', acrescentou Freitas.
Neste ano, a inadimplência dos clubes permanece.
O presidente da Anaf afirmou que os árbitros não receberam seus pagamentos em três jogos disputados na primeira rodada da Copa do Brasil.
Na tentativa de conseguir obter o dinheiro referente aos jogos realizados no ano passado, Freitas participou, na semana passada, de uma reunião com o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da confederação brasileira, Armando Marques.
''O Armando [Marques] nos garantiu que até o dia 15 de março vamos receber o dinheiro do ano passado. Ele disse que a CBF vai nos pagar do próprio bolso'', afirmou Freitas após o encontro.
Apesar da palavra dada por Marques, a CBF está se omitindo sobre o assunto.
De acordo com o regulamento das competições, os clubes inadimplentes deveriam ser proibidos de jogarem a partida seguinte depois de não pagarem a multa, o que nunca ocorreu.
As equipes que têm o mando de campo são as responsáveis pelo pagamento dos árbitros que atuarem em suas partidas.
Sem receber dos clubes, árbitros procuram patrocínio no Brasileiro
SÉRGIO RANGELda Folha de S.Paulo, no Rio
Para tentar minimizar os prejuízos que os clubes dão aos juízes, a Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) está negociando com quatro empresas para estampar uma marca na camisa dos árbitros a partir do Campeonato Brasileiro, em troca de uma cota mensal para a entidade.
''Estamos apenas esperando o período do Carnaval passar para entrarmos na reta final das negociações e fecharmos com um dos interessados'', disse o presidente da Anaf, Márcio Rezende Freitas.
Apesar de não querer divulgar os nomes das empresas com as quais está negociando, Freitas adiantou que o valor pago pela cota será de R$ 100 mil mensais.
A cota dará direito à patrocinadora de veicular a sua imagem na camisa dos juízes que atuarem nas três divisões do Brasileiro-03.
''Como a Fifa liberou o patrocínio na camisa dos árbitros, decidimos abrir mais essa frente financeira para amenizar os prejuízos amargados pela categoria nos últimos tempos'', afirmou Freitas.
Segundo o presidente da Anaf, a dívida dos clubes com os árbitros é de cerca de R$ 150 mil, só na disputa do Brasileiro-02. De acordo com Freitas, os juízes não receberam por cerca dos 30 jogos em que atuaram na primeira divisão.
''A nossa situação é inacreditável. Um árbitro não pode sair de sua casa, ir para outro Estado e ler, depois do jogo, um aviso no vestiário de que não vai receber o seu dinheiro. Isso é um absurdo'', disse Freitas, que também não recebeu um das cotas de arbitragem a que teria direito no Brasileiro.
O Flamengo, por exemplo, não pagou pela atuação dos juízes na partida contra o Corinthians, em novembro, no Maracanã.
''As desculpas são variadas, mas os punidos são sempre os árbitros. Os dirigentes alegam que a renda não foi suficiente. Outros ficam chateados porque perderam. Tem desculpa para todos os gostos'', acrescentou Freitas.
Neste ano, a inadimplência dos clubes permanece.
O presidente da Anaf afirmou que os árbitros não receberam seus pagamentos em três jogos disputados na primeira rodada da Copa do Brasil.
Na tentativa de conseguir obter o dinheiro referente aos jogos realizados no ano passado, Freitas participou, na semana passada, de uma reunião com o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da confederação brasileira, Armando Marques.
''O Armando [Marques] nos garantiu que até o dia 15 de março vamos receber o dinheiro do ano passado. Ele disse que a CBF vai nos pagar do próprio bolso'', afirmou Freitas após o encontro.
Apesar da palavra dada por Marques, a CBF está se omitindo sobre o assunto.
De acordo com o regulamento das competições, os clubes inadimplentes deveriam ser proibidos de jogarem a partida seguinte depois de não pagarem a multa, o que nunca ocorreu.
As equipes que têm o mando de campo são as responsáveis pelo pagamento dos árbitros que atuarem em suas partidas.
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