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04/07/2003 - 08h18

Santos aposta na crise para reter vice-campeões

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

Apesar da derrota por 3 a 1 para o Boca Juniors na final da Taça Libertadores, na noite de anteontem, o presidente do Santos, Marcelo Teixeira afirmou ontem que "não há nenhum risco" de o clube perder o técnico Emerson Leão e seus principais jogadores.

De acordo com o dirigente, Leão deu a palavra de que só sai do Santos com o próprio Teixeira, cujo segundo mandato se encerra em 31 de dezembro.

Quanto aos jogadores, ele afirmou que ofertas tentadoras dificilmente acontecerão, devido à crise financeira do futebol mundial e aos elevados valores das multas contratuais por rescisão.

Agência Folha - O que provocou a derrota na final da Libertadores?
Marcelo Teixeira - O Santos vem numa maratona. O Boca praticamente abandonou o Campeonato Argentino e só queria a Libertadores. O Santos não poderia fazer isso porque o Brasileiro deste ano é por pontos corridos. Isso acarretou, naturalmente, um certo desgaste. A equipe não chegou com seus atletas principais em perfeitas condições. São os casos do Elano e do Ricardo Oliveira.

Agência Folha - Foi essa a principal razão?
Teixeira - Não, é uma delas. A principal foi aquele segundo gol na Argentina. Quando o time estava psicologicamente melhor e iria empatar, houve uma sequência de erros. Até disse para os jogadores no vestiário em Buenos Aires que até preferia um resultado adverso, mas de 1 a 0. Pior seria um resultado enganoso como o do Paysandu, que venceu por 1 a 0 em La Bombonera e perdeu de quatro aqui.

Agência Folha - Quando o Brasileiro-02 terminou, o que mais se perguntava era sobre o possível êxodo dos Meninos da Vila. Saíram Maurinho, Robert e Alberto, mas os novatos ficaram. Que resposta o sr. daria hoje a essa mesma pergunta?
Teixeira - A mesma. A perda mais sentida foi a do Maurinho. As demais, conseguimos repor dentro da política do clube. Não fugiremos a isso. No caso do Renato, por exemplo, cujo contrato está vencendo, a prioridade é a permanência, adequada à política salarial do clube.

Agência Folha - Há margem para dar a ele um aumento sem ultrapassar o teto salarial?
Teixeira - Há. Os demais têm contrato, todos com cláusulas rescisórias já fixadas. Não há risco de perdermos jogadores. Para o mercado internacional, pelas condições financeiras dos clubes e da economia em geral, não há nenhuma perspectiva de propostas.

Agência Folha - O Santos não vai mais contratar veteranos?
Teixeira - Volte no tempo, três anos atrás. Por mais que eu quisesse promover atletas das equipes de baixo, dificilmente conseguiria porque não tinha um título nem jogadores que conseguissem suportar um possível insucesso. Então, o que fazer? Investir em jogadores experientes e, em paralelo, contratar atletas como Elano e Renato, que tivessem um bom potencial.

Agência Folha - O sr. quer dizer que hoje é possível o Santos renovar lançando uma nova safra porque o grau de tolerância da torcida é bem maior?
Teixeira - Sim. Se você não tem título e perde uma Libertadores, não sai do estádio. Então, que jogador de 19 anos vai suportar isso?

Agência Folha - Sua missão no Santos está encerrada?
Teixeira - Graças a Deus, o que tínhamos como meta foi cumprido. Quando comecei [em janeiro de 2000], o Santos buscava participar da Copa Mercosul, porque tinha de voltar às competições internacionais. Hoje, não só voltou ao cenário nacional, como ganhou repercussão internacional e nem teria necessidade de participar de uma competição como a Mercosul.

Agência Folha - Se agora o técnico Leão receber alguma oferta, o Santos o libera?
Teixeira - Sinto no Leão uma identidade muito grande com a presidência e com o clube. Ao mesmo tempo, o Santos está calçado porque há uma multa muito alta em caso de rescisão. Foi uma colocação até do próprio Leão. Além de tudo, confio muito na palavra das pessoas, e o Leão tem uma palavra muito forte. Já disse várias vezes para mim que vai sair junto comigo, em dezembro. Então, não me preocupo.

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