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29/07/2003 - 04h14

Antidoping flagra Maurren, a estrela do atletismo brasileiro

ADALBERTO LEISTER FILHO
FÁBIO SEIXAS

da Folha de S.Paulo

Principal nome do atletismo nacional, Maurren Higa Maggi, 27, foi pega no exame antidoping durante o Troféu Brasil, realizado em São Paulo, no mês passado.

A Folha apurou que a saltadora teve controle positivo para um esteróide anabólico. Os exames foram feitos no Ladetec, no Rio de Janeiro, único laboratório na América Latina habilitado pelo Comitê Olímpico Internacional.

Na ocasião, a brasileira conquistou a medalha de ouro no salto em distância, com a marca de 6,75 m. Maurren chegou ao país após uma temporada vitoriosa na Europa. Cansada, desistiu de competir no salto triplo e se concentrou apenas no salto em distância, sua maior especialidade.

A defesa da atleta, que foi feita pelo médico Eduardo de Rose, da Comissão Médica da Wada, a Agência Mundial Antidoping, alegou que não houve intenção de uso de substância proibida para melhora de performance.

Maurren teria se contaminado após uma sessão de depilação, realizada na véspera da coleta de sua urina. A saltadora teria utilizado um creme cicatrizante, de uso local, que, em contato com o organismo, produziria o metabólito de um esteróide anabólico.

A Associação Internacional das Federações de Atletismo ainda não se pronunciou a respeito do assunto. Por enquanto, o caso é mantido sob sigilo. Só após a resposta da Iaaf é que o resultado do exame passa a ser oficial.

Caso a entidade não aceite a argumentação da atleta, Maurren poderá ser suspensa preventivamente e nem disputará o Pan de Santo Domingo, que começa na sexta-feira. A brasileira, favorita ao ouro, já competiria na próxima terça-feira. Se condenada, ela pode ser suspensa por dois anos.

Nos Jogos de Winnipeg, no Canadá, em 1999, Maurren despontou como um dos destaques do atletismo nacional, ao levar o ouro no salto em distância e prata nos 100 m com barreiras. Foi a atleta brasileira que mais conseguiu medalhas no esporte.

A competidora também é apontada como o principal nome do Brasil para o Mundial de Paris, que também será em agosto.

Caso as razões da saltadora sejam aceitas --o que não seria um caso inédito-- Maurren estará habilitada a competir.

Boa fase

Neste ano, a brasileira vive seu melhor momento. Em março, a saltadora obteve a marca de 6,70 m e conquistou a medalha de bronze no Mundial indoor de Birmingham, na Inglaterra.

Foi o primeiro pódio de uma brasileira em um Mundial de atletismo. Também foi a primeira medalha do país em uma prova de campo em Mundiais, tanto indoor quanto em pista descoberta.

As outras vezes em que os atletas do Brasil subiram ao pódio foram em provas de pista ou de rua.

Além do feito inédito, Maurren também ostenta quatro das cinco melhores marcas do ano. No início de junho, a brasileira saltou 7,06 m no GP de Milão (Itália).

No mesmo mês, também obteve a segunda e a terceira melhor marcas de 2003. Em Haniá (Grécia), saltou 6,95 m. Já em Turim, na Itália, Maurren fez 6,94 m.

A Folha tentou contato ontem com Maurren Maggi, através de sua assessoria de imprensa, mas a saltadora não ligou de volta. A reportagem também procurou o técnico da brasileira, Nélio Moura, que não foi encontrado.

Especial
  • Jogos Pan-Americanos-2003
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