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10/09/2003
-
00h20
RODRIGO BUENO
MARCELO SAKATE
da Folha de S.Paulo
Pelé é apenas um dos inúmeros negros brasileiros que fizeram história na Copa do Mundo. Porém nunca até hoje um árbitro negro representou o país no mais importante torneio do futebol mundial. Paulo César Oliveira tenta a partir desta quarta mudar isso.
O juiz foi escalado para apitar a partida entre Bolívia e Colômbia, em La Paz. Será a estréia da arbitragem nacional na disputa. Oliveira, que trabalhará como árbitro principal pela primeira vez em eliminatórias, é um dos principais candidatos a apitar na Copa-2006.
"Apitar nas eliminatórias é um primeiro passo (para ser escolhido para a Copa). Quero muito atuar em 2006. Acho que tenho chances, mas também tenho consciência de que sou bastante jovem (29 anos) e de que talvez 2010 seja algo mais realista para mim", disse Oliveira, que entrou para o quadro da Fifa em 1999.
Tido como rigoroso, ele foi suplente em três jogos das eliminatórias passadas: Uruguai x Bolívia, Bolívia x Paraguai e Irlanda x Irã. Sobre a possibilidade de ser o primeiro negro brasileiro a apitar em Copa ele fala com orgulho.
"Não tenho um estudo para poder dizer se o fato de um juiz ser negro ou branco influi na escolha para a Copa. Então prefiro não falar sobre isso. Mas seria um orgulho muito grande se fosse mesmo o primeiro juiz negro do país em uma Copa", afirmou Oliveira.
Um ex-árbitro negro com esse sobrenome, José Aparecido de Oliveira, foi praticamente banido do futebol nos anos 90 após alguns erros e acusações não comprovadas de que foi subornado.
A próxima Copa será na Alemanha, país que vê algumas manifestações racistas em seus estádios. "Nunca tive nenhum problema pelo fato de ser negro, dentro e fora de campo. Pelo contrário, as pessoas, principalmente da comunidade negra, sempre me incentivam e elogiam", falou o juiz.
O árbitro gaúcho Carlos Eugênio Simon representou o Brasil na Copa de 2002. Simon é um dos 11 juízes do país que conseguiram atuar em Copa. A história começou em 1930, no Uruguai, quando Almeida Rego representou a arbitragem brasileira --veio de família tradicional, pois em sua época o futebol era um esporte elitista.
Em duas oportunidades o árbitro brasileiro que foi à Copa atuou na final: em 1982, com Arnaldo César Coelho, e em 1986, com Romualdo Arppi Filho. Além de Coelho (1978 e 82), Mário Vianna (1950 e 54) e Armando Marques (1966 e 74) foram a dois Mundiais.
Oliveira é cauteloso ao falar de suas chances para 2006. "Sei que a escolha do árbitro (para a Copa) costuma ser conservadora. Acho que os favoritos são o Simon, que já esteve na última Copa e ainda é jovem (38 anos), e o Wilson de Souza Mendonça, que já tem bastante experiência e apitou nas duas últimas eliminatórias. Foi o árbitro escolhido para representar o Brasil no Mundial júnior."
Para a partida desta quarta Oliveira fez uma preparação especial. "Como o jogo será em La Paz, há 15 dias tornei mais intensa minha preparação física para que a altitude atrapalhe o mínimo minha atuação. Até mudei o meu cardápio. A orientação que recebi (da CBF) foi para atuar como sempre fiz, sem mudar o meu estilo."
Especial
Eliminatórias
Brasil ensaia seu 1º árbitro negro na Copa
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MARCELO SAKATE
da Folha de S.Paulo
Pelé é apenas um dos inúmeros negros brasileiros que fizeram história na Copa do Mundo. Porém nunca até hoje um árbitro negro representou o país no mais importante torneio do futebol mundial. Paulo César Oliveira tenta a partir desta quarta mudar isso.
O juiz foi escalado para apitar a partida entre Bolívia e Colômbia, em La Paz. Será a estréia da arbitragem nacional na disputa. Oliveira, que trabalhará como árbitro principal pela primeira vez em eliminatórias, é um dos principais candidatos a apitar na Copa-2006.
"Apitar nas eliminatórias é um primeiro passo (para ser escolhido para a Copa). Quero muito atuar em 2006. Acho que tenho chances, mas também tenho consciência de que sou bastante jovem (29 anos) e de que talvez 2010 seja algo mais realista para mim", disse Oliveira, que entrou para o quadro da Fifa em 1999.
Tido como rigoroso, ele foi suplente em três jogos das eliminatórias passadas: Uruguai x Bolívia, Bolívia x Paraguai e Irlanda x Irã. Sobre a possibilidade de ser o primeiro negro brasileiro a apitar em Copa ele fala com orgulho.
"Não tenho um estudo para poder dizer se o fato de um juiz ser negro ou branco influi na escolha para a Copa. Então prefiro não falar sobre isso. Mas seria um orgulho muito grande se fosse mesmo o primeiro juiz negro do país em uma Copa", afirmou Oliveira.
Um ex-árbitro negro com esse sobrenome, José Aparecido de Oliveira, foi praticamente banido do futebol nos anos 90 após alguns erros e acusações não comprovadas de que foi subornado.
A próxima Copa será na Alemanha, país que vê algumas manifestações racistas em seus estádios. "Nunca tive nenhum problema pelo fato de ser negro, dentro e fora de campo. Pelo contrário, as pessoas, principalmente da comunidade negra, sempre me incentivam e elogiam", falou o juiz.
O árbitro gaúcho Carlos Eugênio Simon representou o Brasil na Copa de 2002. Simon é um dos 11 juízes do país que conseguiram atuar em Copa. A história começou em 1930, no Uruguai, quando Almeida Rego representou a arbitragem brasileira --veio de família tradicional, pois em sua época o futebol era um esporte elitista.
Em duas oportunidades o árbitro brasileiro que foi à Copa atuou na final: em 1982, com Arnaldo César Coelho, e em 1986, com Romualdo Arppi Filho. Além de Coelho (1978 e 82), Mário Vianna (1950 e 54) e Armando Marques (1966 e 74) foram a dois Mundiais.
Oliveira é cauteloso ao falar de suas chances para 2006. "Sei que a escolha do árbitro (para a Copa) costuma ser conservadora. Acho que os favoritos são o Simon, que já esteve na última Copa e ainda é jovem (38 anos), e o Wilson de Souza Mendonça, que já tem bastante experiência e apitou nas duas últimas eliminatórias. Foi o árbitro escolhido para representar o Brasil no Mundial júnior."
Para a partida desta quarta Oliveira fez uma preparação especial. "Como o jogo será em La Paz, há 15 dias tornei mais intensa minha preparação física para que a altitude atrapalhe o mínimo minha atuação. Até mudei o meu cardápio. A orientação que recebi (da CBF) foi para atuar como sempre fiz, sem mudar o meu estilo."
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