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02/11/2003 - 09h17

Árbitros vão eleger seu presidente pela primeira vez no ano que vem

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SÉRGIO RANGEL
da Folha de S.Paulo, no Rio

Os árbitros de todo o país escolherão, pela primeira vez, o novo presidente da Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol), entidade principal da categoria. A eleição direta contará com o voto de 650 árbitros e assistentes do quadro da CBF e da Fifa no dia 5 de dezembro.

"A intenção é deselitizar [sic] o pleito. Além disso, a eleição dá mais transparência à entidade", disse o presidente da Anaf, o mineiro Márcio Rezende de Freitas.

A mudança nas regras eleitorais da entidade vai acirrar a disputa do pleito. Até a eleição anterior, somente os presidentes dos sindicatos estaduais da categoria (27) tinham direito a votar.

"Nossa intenção é acabar com os velhos sistemas e com o continuísmo", disse Freitas, que conseguiu aprovar outras duas novidades sobre a eleição no estatuto da entidade.

A partir do próximo ano, o presidente terá seu mandato reduzido de três para dois anos. Ele não poderá mais se perpetuar no poder como é pratica nos clubes e federações do país. De acordo com o estatuto, o presidente só poderá se reeleger uma vez.

"Se sempre combatemos a mentalidade antiga de se administrar o futebol, não podíamos admitir várias reeleições na nossa entidade", disse o árbitro, que representou o Brasil na Copa do Mundo de 1998, na França.

Com a ampliação do colégio eleitoral, a Anaf já definiu como será o sistema eleitoral. Os árbitros e assistentes votarão nos seus sindicatos no dia 5 de dezembro. De lá, os presidentes regionais farão a apuração dos votos e enviarão o resultado para o Rio, sede da entidade, local da totalização.

Para a eleição de 5 de dezembro, Freitas, que está no cargo desde 2000, diz que não vai se candidatar a um novo mandato.

Com a vaga em aberto, nenhum candidato lançou sua candidatura oficial. Mesmo assim, três ex-árbitros tentam a vaga. José de Assis Aragão é o preferido de Freitas. Aragão presidiu o sindicato paulista nos últimos anos.

O gaúcho José Mocelin já anunciou que pretende concorrer, mas ainda não registrou a chapa. Ele chegou a ser aspirante ao quadro da Fifa, cargo que não existe mais na hierarquia da arbitragem nacional.

O carioca Jorge Travassos, que comandou a entidade no último mandato, também poderá ser candidato. Ele foi árbitro da Fifa.

Apesar de não ter poder para interferir nas comissões de arbitragem ligadas às entidades esportivas, a Anaf adota uma postura crítica em relação ao presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Armando Marques. Recentemente, Freitas disse que a arbitragem estava "largada".

Logo em seguida, a entidade decidiu esvaziar o poder de Marques. No mês passado, a Anaf enviou um documento ao deputado Gilmar Machado (PT-MG) com as propostas da categoria para o Estatuto do Desporto. O congressista, aliado político do ministro Agnelo Queiroz (Esporte), é relator do código, projeto de lei que vai unificar a legislação no esporte a partir de 2004.

Na proposta, a Anaf pede a participação de representantes de atletas, árbitros e treinadores nas comissões de arbitragem para dar mais transparência nas definições das escalas. Atualmente, Marques divide a comissão com quatro ex-árbitros nomeados por ele.

A principal reclamação da Anaf é em relação ao sorteio de árbitros. Para Marques, o sistema é ruim porque não privilegia os melhores juízes nas escalas. A entidade também reclama do item do Estatuto do Torcedor que proíbe a CBF de pagar as taxas de arbitragem. Alegam que o nível de inadimplência aumentou muito com a obrigatoriedade de os clubes bancarem a diária dos juízes.

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