Record aposta em patinação e patriotismo nos Jogos Olímpicos de Inverno

Em seu teste inicial como emissora de grande evento esportivo e com um produto sem tradição no Brasil, a Rede Record investe nas coreografias da patinação, nos brasileiros em Vancouver e na eventual aversão de telespectadores pelo Carnaval.

Por força de contrato com o COI, a emissora, que vem ganhando força como principal rival da Globo no esporte, tem de transmitir pelo menos 20 horas de programação de Jogos de Inverno.

"A ênfase estará sobre a patinação, pelas coreografias, ricas plasticamente, e transmitiremos, ao vivo, participações dos [cinco] brasileiros", explica Sergio Hilinsky, coordenador de esportes da Record.

Entre as próximas segunda e quarta, a Record exibirá quatro horas diárias dos Jogos no período da tarde (entre as 14h30 e as 18h30), e entre uma e duas horas nas noites. Nos três dias terá transmitido, no pior dos casos, 15 horas.

"Nossa estratégia é oferecer uma alternativa para quem não gosta do Carnaval", resume Douglas Tavolaro, vice-presidente de jornalismo da Record.

Ao ser questionado se a estratégia é exibir o maior número de horas de Jogos de Inverno durante o Carnaval para se desonerar da obrigação até o fim dos Jogos, Tavolaro discorda.

"Se os Jogos de Inverno cairão ou não no gosto do público, ainda é uma incógnita", diz o executivo. "Mas pode ser que sim."

"Nós estamos com uma equipe com 80 pessoas em Vancouver. Nós montamos duas estações de TV", comemora Hilinsky.

"Claro, isso é um ensaio para o Pan do ano que vem, quando enviaremos uma equipe de mais de 200 profissionais, e para os Jogos de Londres."

"Não nos preocupamos com a audiência, mas em proporcionar uma experiência nova, dar nova opção aos espectadores", complementa Tavolaro.

Se a exibição da Record será finita, o braço em UHF da emissora, a Record News, irá se converter em "canal olímpico".

A Record tem os direitos exclusivos da Olimpíada de Londres-12 e dos Pans de 2011 e 2015. Divide com a Globo os Jogos de Inverno de Socchi-14, e a Olimpíada do Rio-16.

Delegação brasileira

Só cinco brasileiros --Maya Harrisson, Jhonatan Longhi, Jaqueline Mourão, Leandro Ribela e Isabel Clark-- competirão em Vancouver. É o menor time desde que o esquiador Marcelo Apovian representou sozinho o Brasil, há 12 anos. Ao contrário das últimas duas edições, o país não disputará esportes de gelo, como luge e bobsled. Com isso, a Confederação Brasileira de Desportos do Gelo deixará de cumprir a meta para 2010. Sua verba da Lei Piva cresceu de R$ 258.504,83 em 2008 para R$ 600 mil em 2009.