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14/04/2004 - 09h10

Volantes "brucutus" ficam fora de moda no Paulista

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da Folha de S.Paulo

O volante "brucutu", que chama a atenção por sua truculência e falta de habilidade, saiu de moda no Campeonato Paulista.

Líderes do ranking de faltas da competição em 2003, os jogadores dessa posição agora batem menos e driblam mais. As quatro equipes que chegaram mais longe no Estadual --os semifinalistas-- desfilam volantes com esse perfil.

Um dos casos mais emblemáticos dessa transformação é o palmeirense Magrão, eliminado com o Palmeiras pelo Paulista.

O jogador do clube do Parque Antarctica foi o segundo mais faltoso do Estadual em 2003, de acordo com o Datafolha. Na ocasião, ele fez 4,3 faltas em média. Hoje, com três infrações por partida, ocupa apenas a 41ª posição no ranking dos mais violentos.

No ano passado, Magrão só ficou atrás de outro volante, Emerson, que, jogando pelo Guarani, cometeu 5,3 faltas por jogo. Quatro dos cinco que mais cometiam faltas eram volantes. Hoje, apenas quatro dessa posição aparecem entre os dez que mais batem. O líder do ranking é um zagueiro, Carlos Alberto, do Mogi Mirim.

Ao mesmo tempo em que deixou as faltas de lado, Magrão aprimorou habilidades mais comuns entre os atacantes. O palmeirense é o 23º jogador que mais dribla os adversários (2,5 fintas por jogo).

No quesito dribles, Mineiro, do São Caetano, que sofreu um pênalti no primeiro jogo da decisão contra o Paulista, é o volante que mais brilha. Ele usa jogadas desconcertantes para passar pelos adversários 2,9 vezes, em média, por jogo. O número é exatamente igual ao do meia santista Diego. Os dois ocupam a 13ª posição na relação de dribladores.

"O volante moderno tem que saber jogar de maneira ofensiva. É essencial ser o elemento surpresa. Hoje, a gente está tendo mais ousadia", afirma Mineiro.

"O volante 'brucutu' está mesmo acabando. Eu prefiro o volante que sai para o jogo. Melhora o passe do time", diz Muricy Ramalho, o técnico do São Caetano.

Renato, do Santos, é outro que não dispensa fintas. Usa esse recurso 2,2 vezes e ocupa a 35ª posição dessa lista. Ele é um dos que mais adotam o fair play entre os volantes. Apesar de ter de ajudar na marcação, faz só 1,5 falta por jogo. É o 194º mais violento.

Renato não justifica a fama de bons marcadores dos atletas que se acostumaram a atuar como volantes. Com 12,8 desarmes por jogo, é só o 103º que mais rouba a bola dos rivais neste Paulista.

Ele está entre os que mais participam da armação de jogadas. É o 18º no ranking de passes dados, com média de 89,1.

O Paulista, que como o São Caetano tenta o seu primeiro título Estadual, também faz a bola passar constantemente pelos pés de pelo menos um de seus volantes. Umberto faz 90,6 passes e ocupa o 11º posto nesse ranking, liderado pelo corintiano Rincón (94,2).

Mais preocupados em atacar do que em defender, Renato, Umberto e Mineiro passaram o Estadual sem cumprir suspensões. Levaram dois amarelos. Magrão não recebeu nenhum, mas foi expulso uma vez, nos minutos finais da segunda partida das semifinais contra o Paulista --o goleiro Marcos merecia mais a expulsão no lance.

Diferentemente dos volantes, os atacantes não estão aliviando. O Datafolha mostra que, dentre os dez jogadores mais faltosos do Paulista, figuram três atletas de frente. Grafite (São Paulo), Rivaldo (Rio Branco) e Wellington Paulista (Juventus) aparecem em quinto, sexto e décimo lugares na lista dos que mais bateram.

Anteontem, o técnico Cuca testou o lateral Gabriel como volante no São Paulo. O time venceu o Avaí por 6 a 0, e Gabriel marcou.

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